quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O massacre

 

Eu sempre espero o tempo passar para poder comentar os fatos do cotidiano,no Brasil,no mundo e no Rio de Janeiro.

Desta vez foi no Rio de Janeiro,que se deu o acontecimento politico e histórico que vou comentar:a operação anti-facção(principalmente comando vermelho).

O crime se espraiou de tal forma que veio bater aqui na minha porta,na freguesia-jacarepaguá.Já não posso andar de noite tranquilo,uma vez que ouço ,de madrugada ,tiroteios na rua e policia andando de um lado para o outro.

A sensação claustrofóbica que se sentia no Rio,acabou por provocar esta operação.As informações são ainda muito contraditórias e truncadas:não se sabe se a japinha morreu e se houve mortes indevidas no processo.

Acertadamente o governo federal instituiu uma cpi para identificar se houve não uma ação judicial,mas uma massacre,fora-da-lei.

De qualquer modo o sgnificado politico e histórico desta ação é criar um fato que dê alento à direita,bastante combalida nestes últimos meses,embora ainda não destruída completamente,como era e é do meu desejo ardente.

Assim desta maneira a direita açula o ódio da média ética da sociedade,que defende há décadas este tipo de atitude diante do marginal: “bandido vala”,o que traz dividendos politicos para ela.

De outro ,cria um fait acompli impondo,surpreendentemente ,ao governo central uma pauta que não estava posta,nem incipientemente,insinuando uma despreocupação em relação ao problema do crime em geral e no Rio de Janeiro,em particular.

Neste último aspecto eu entendo que entra ano sai ano ninguém se interessa por este problema candente,só no momento em que as coisas pioram e eu ,às vezes,penso que este deixar seguir é de caso pensado...

A forma,no entanto,da direita fazer,está longe evidentemente daquilo que eu acho certo,mas agora a esquerda está agindo novamente por pressão da direita,permitindo que,novamente,ela cresça.

Esta situação vai colocar a direita no proscênio.



quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Canudos sim é uma experiência comunista

 

Tem um professor de História muito conhecido aí,que veio até o meu youtube,para falar sobre o seu livro cujo tema é Canudos.E logo no inicio ele contesta(sem me citar)a uma afirmação feita por mim há muitos anos sobre o episódio:que Canudos é uma experiência comunista primitiva.

É isto que dá,muitas vezes,um professor se especializar numa determinada área e não conhecer outras.Ele não sabe a definição de comunismo,e por isto erra.

Comunismo é quando uma sociedade decide ser fundamentalmente igualitária e tem em comum alguns elementos essenciais de sobrevivência da sociedade.

Em Canudos havia usufruto comum dos instrumentos de trabalho,dos viveres e dos itens de construção das casas.

Isto só caracteriza Canudos como comunista,comunista primitiva.

Tirando a visão comunista de Marx,existem várias versões do comunismo primitivo,arcaico ou ancestral.

Em vários periodos da História tipos de comunismo primitivo apareceram:as comunidades primitivas cristãs dos dois primeiros séculos,nas quais predominou a figura de Ananias,o confessor e batista de São Paulo,que determinou radicalmente que tudo fosse usado coletivamente nesta comunidade ultra-igualitária.

Também nós temos os niveladores na primeira revolução inglesa que mantinham a propriedade privada.

As visões de More ,Campanella,são só projeções ,mas ,como diz Alceu Amoroso Lima,totalitárias,porque exigem que um modelo previamente estabelecido se imponha aos individuos.

Em principio o comunismo não repele a propriedade privada,exceto no modo de produção.O coletivo interfere em nome do grupo eventualmente ,mas a propriedade individual convive com uma comunidade comunista:o que determina a sua definição são outros elementos que eu já pus acima.

Principalmente o uso comum de coisas essenciais à sobrevivência de grupo.O indivíduo se insere na necessidade de sobrevivência do grupo.



quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Eu já falei como taxar os ricos

 

Inúmeras vezes eu tenho tratado desta questão de taxação dos ricos e vire e mexe os governos de esquerda buscam politicamente obtê-lo,sem sucesso,como foi nesta semana.

O caminho das pedras eu tenho mostrado:só com um pacto nacional entre as classes principais se conseguirá fazê-lo d e uma vez por todas.

O Brasil é um país que não tem projeto nacional e nenhum governo de esquerda(mas também de direita),atrelado à sua visão proletária tradicional intenta construi-lo.

Preconceito em relação à classe média,obreirismo proletário,velhas concepções sobre a nação(Stalin)dando conta de que é um conceito burguês,atrapalham esta importantíssima necessidade.

O congresso,em sua maioria,é atrelado a estes interesses das classes altas e não ia,como não vai,aceitar taxar os ricos,como acontece nos países centrais,formados a partir de concepções nacionais definidas e provadas na História.

Nos EUA e nos páises da Europa sempre houve aquela mediação definidora do país:oportunidades para todos,no capitalismo americano;cidadania na França e em outros países da Europa.

Na ásia,países com milênios de existência e com cultura refinada,há uma base para a construção de nações unificadas e ,pelo menos,com um propósito.

Nestes países fica mais fácil para as classes altas contribuirem para este projeto nacional,porque elas têm certeza de que os aportes terão um resultado efetivo,coisa que aqui não acontece,por causa,inclusive,da corrupção e dos desvios.

Uma das condições para este projeto nacional é abordar o problema da corrupção,mas aí é preciso um congresso capaz de cortar na própria carne,como dizia Ulysses Guimarães.

É quase uma auto-crítica histórica,uma revolução se se programa um esforço de erradicação ou diminuição da corrupção.

Não vai adiantar só discutir no plano politico e há que investir nesta racionalidade politica mais ampla para conseguir este feito.