Quando eu
vejo a figura de Umberto Eco xingar
internautas que postam na
internet , de imbecis,isto não me atinge evidentemente,mas me enseja algumas
reflexões sobre o papel dos intelectuais e de quem os segue.
Em primeiro
lugar,de modo geral,os intelectuais
têm uma tendência a
serem desta época aí de cima,século
VII depois de Cristo,naturalmente.Umberto
Eco ainda mais.
Eles ,em
segundo lugar,não gostam da
internet,porque como eu mesmo
disse em outro artigo,a internet
não pode ser controlada.Qualquer
criança que saiba algoritmo foge do controle.
A internet
será o primeiro “ mare liberum” da
História.Isto significa que ninguém,nem os intelectuais , poderão impedir
a livre manifestação do pensamento,com a possibilidade imediata e real de
publicação.Por consequência quem se dispuser a
escrever na internet terá plena e
absoluta liberdade,frente aos poderes
deste mundo e também ,diante da tutela
dos intelectuais,esta pessoa
comum dará de ombros.
Acho que
é isto o que incomoda muitos intelectuais como Umberto Eco,que posam de magnânimos ,interessados no progresso da humanidade,mas querem
reconhecimento e exclusivismo quanto à
autoridade intelectual que exercem,quero dizer,a falácia e mítica
idéia de todos os tempos,pela qual o que é verdade é o que o
intelectual diz.
Somente alguns incautos,também na internet,podem
acreditar que numa sociedade em que a hegemonia está na mão de interesses econômicos,que dominam o estado,o intelectual detém uma
autoridade derivada da verdade,que ele consegue
com estudo constante.
O
intelectual,diferentemente do
cientista,sempre é influenciado pelos esquemas de poder em
que ele trabalha.Ele é tão
trabalhador quanto os homens
comuns que lutam para manifestar
livremente as suas idéias.
É uma falácia
dizer que o conhecimento é propriedade
de quem está na universidade ou em outros
institutos.O cientista das ciências naturais só tem reconhecimento se a realidade
prova a sua hipótese ,mas o intelectual não precisa a provar nada,bastando que seu discurso encaixe num determinado
interesse.
Contudo,tenho
mostrado nas minhas postagens , que mesmo o conhecimento social transcende as figuras
pessoais,possuindo a possibilidade de um rigor,a exigir dos pesquisadores,ética, para encontrar verdades e provas de suas hipóteses.
Se nós
olharmos a História, nunca houve uma fonte só de produção
de conhecimentos ,no caso a universidade,mas em não raros momentos,foi de fora,de esforçados(como eu,que tenho orgulho
disso)que vieram inovações que ajudaram e ajudam a humanidade,enquanto
que dentro dos muros das escolas só
se reproduz poder.
Qual é o
interesse de um intelectual dizer o
óbvio?Que na vida existem pessoas
inteligentes e imbecis.A
internet,como a vida , reproduz
isto,será que ele não sabe?isto
já é uma imbecilidade.
E se ele acha isto porque entrar na internet para dizer?Ele tem a intenção de proibir a manifestação do pensamento por
ele ser(no entender dele)imbecil?Quando se começa a punir
o imbecil termina-se punindo todo mundo.
Se não é isso,talvez seja inveja por não saber usar a internet.Talvez ele se
sinta superior e não a use,mas a pergunta continua:porque não vai tratar de sua
carreira?De reproduzir poder
dentro da universidade.
Da pintura acadêmica na França surgiram idéias que
resultaram ,no final do século XIX,no impressionismo e na arte moderna.Quem
pode dizer que não será assim com a
internet?
A internet
é o primeiro em que a norma ,introjetada na subjetividade
dispensa a lei,a tutela do estado e o que se faz e o que se produz nela é
fruto do contato livre entre as pessoas buscando outras verdades que não aquelas ditas por um ou outro intelectual.
Além do quê
eu acho uma covardia o sujeito dizer isto e não nominar.Para mim esta entrada é inveja,porque,no final da vida,a
pessoa vê que perdeu tempo com bobagens e que ,depois
dele,o mundo será muito melhor,com muitas outras possibilidades.
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