sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

O problema do dólar

 

Quando os investidores se sentem inseguros com mudanças e principalmente  radicais(ou perto disto)eles tiram o seu dinheiro do Brasil ,quer dizer ,os seus dólares, e aí sobrevém a alta do dinheiro estadunidense,que põe em risco as economias mais fracas,com a diminuição do valor das suas moedas.

Isto pode levar para uma estagnação da economia,uma recessão, porque a inflação cresce e o poder de compra do dinheiro decresce.Uma bola de neve terrível,com consequências ainda mais desastrosas.

Eu digo e redigo:sem um pacto social e politico antes não tem como evitar este tipo de problema na hora de uma proposta mais qualitativa como esta do governo.

Sem este prévio entendimento é o que sempre ocorre no Brasil ao se tentar transformá-lo:uma reação dificulta e eventualmente paralisa.

Não haverá chance de modificar o Brasil sem um entendimento,sem um projeto nacional,sem a união entre as classes mais importantes,a média e a operária.

Se não s e souber até onde se quer chegar as classes que possuem o capital não vão despendê-lo para a realização do programa e dos objetivos.

Nem uma revolução do trabalho,por si mesma,prescinde deste entendimento.Não há saída.

Com o avanço da proposta de Haddad e as discussões chegando ao momento da verdade, o mercado se retraiu,ou melhor,os investidores.

Não cabe aqui jogar sobre eles a intenção de terror sobre o Brasil,embora objetivamente assim parece.A retirada do capital é uma consequencia logica da desconfiança e deveria ter sido prevista,já que estamos tratando de questões financeiras e econômicas,o fulcro do problema de qualquer nação.

Não descarto ,porém,uma intenção de acabar com o governo Lula,que,mais uma vez,ofereceu uma oportunidade de ouro à direita.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

A doença de Lula

 

A doença de Lula não é a sua doença,mas  a sua velhice,a passagem do tempo.

Todo mundo sabia que ,como todo mundo,Lula paga o preço da passagem do tempo e que isto tem efeitos no governo.

Em alguns casos,como no de Getúlio ,o ultimo governo está no mesmo patamar dos outros e até,do ponto de vista histórico ,foi o melhor.

No caso de Lula,este terceiro mandato não está cumprindo com as expectativas do povo,naturais para quem obtém uma “ terceira vitória”.

Volto a dizer:o problema de Lula,que a História vai reconhecer ,é que ele é um politico pragmático muito bom,mas  as esperanças depositadas num líder operário são muito maiores do que um tipo de politica assim oferece.

Embora o assistencialismo não seja ruim,a esquerda tem no inconsciente e no consciente o impulso da mudança e quando as coisas ficam quase do mesmo jeito a frustração é grande.

Para um politico não é obrigatória uma universidade.Às vezes um titulo destes atrapalha até...Mas ele tem que ter referências,conhecimentos além do pragmatismo e Lula não tem.

Por causa disto ele fica um pouco refém dos outros e dos setores mais radicais do PT,que são contra a classe média,por exemplo.

Como ele não tem estas referências ,não consegue debater com estes setores e formular uma politica para eles.

Agora,com esta doença e velhice,as condições pioram e a pressão já começou a atuar muito fortemente no intuito de  impedir a reeleição daqui a dois anos.

Se ele não mostrar um vigor excepcional vai prejudicar a si mesmo e ao PT ,se mantiver a intenção de continuar.

E tudo isto mostra como não há lideranças fortes na esquerda,porque Haddad ,Aécio,Marina,vão perder para a  direita,que está mais presente no proscênio do que todos eles juntos.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

A decisão de Macron VI

 

A Politica Francesa

A politica francesa,historicamente ,cai neste marasmo ,vira e mexe.

Eu nunca me enganei com Macron quando o vi pela primeira vez:um politico anódino,quer dizer ,sem muita referência ,num país em que tê-la é essencial.

A França não é uma nação que siga o caminho dentro dos limites da trivialidade.Ela tem responsabilidades universais e humanas ainda .

Já foi mais forte neste aspecto,mas ainda desponta como um dos seus papéis históricos e políticos a discussão dos grandes temas mundiais da humanidade.

Vamos dizer que os embates do socialismo acabaram:deveriam ser substituídos por uma plataforma climática,como parte do projeto  de direitos humanos.E nem uma coisa e nem outra.

Dentro do processo geopolítico geral  a França teve que aceitar o mercosul:o objetivo da França ,que se tornou o porta-voz dos interesses hegemônicos do g-8, era submeter o mercosul,fazendo prevalecer a  economia dos países centrais.

O fato de a França ter aceitado este acordo ,muito a contragosto,afunda ainda mais a politica francesa na acefalia e na anodinia.Embora para nós seja melhor.

No passado De Gaulle a reergueu ,mas agora quem tem como realizá-lo?

Eu gostaria que fosse a esquerda ,mas não vejo disposição e conteúdos para se chegar a uma renovação.

Mesmo uma eleição terá dificuldades,embora a  decisão do povo francês possa indicar um caminho novo.

Toda esta especulação revela a situação da politica francesa atual e o perigo que isto representa.

 


domingo, 8 de dezembro de 2024

A decisão de Macron IV

 

Estes artigos sobre Macron continuariam,porque eles resumem a chance que eu diviso para o renascimento da esquerda ,no local onde ele deve fazê-lo,que é a europa ocidental.

Infelizmente ainda não pude colocar os textos que explicam esta minha visão,mas em breve eu farei.

Na Europa Ocidental ainda há massa crítica para um renascimento da esquerda ,levando em consideração a necessidade de não cometer os erros e crimes recentes.

Por esta razão eu elegi esta questão da crise na França de Macron para expor o que eu acho certo e desejável.

Pois bem,outro dado desta questão apareceu nesta semana,coisa que eu não esperava sinceramente:caiu o primeiro-ministro de direita,nomeado pelo presidente.

O legislativo não deu apoio a este primeiro ministro,o que já significa um avanço da esquerda.

Eu não devia dizer isso mas quando eu estava na universidade o tempo estava à minha disposição.todo, para estudos. Hoje divido muito os meus interesses;não sei se a esquerda cresceu ou se movimentou para tirá-lo,mas o fato da sua queda prova sim que a “ conclusão” da crise foi totalmente ilegítima,com a hegemonia da direita,que Macron quis,depois de usar a esquerda, que se deixou usar.

Se a esquerda tivesse um projeto nacional e   uma visão  democrática ela não assustaria a média ética da sociedade francesa e seria escolhida para dirigir o legislativo,o governo francês.

Em que condições  esta nova crise,que atinge o próprio presidente ,se desataria com a esquerda no poder?A esquerda que é sempre rupturista?

É lógico que se houver um moderado tudo se dilui ,mas a democracia francesa se paralisa e entra novamente numa crise,que talvez só se decida com novas eleições.

sábado, 7 de dezembro de 2024

O centro é sempre fraquinho

 

A omissão

O caso de Aécio II

Nem bem eu falei em Aécio e ele aparece na Folha de São Paulo.As coisas que ele disse lá são muito boas,mas eu queria um aprofundamento.

Neste momento em que vivemos uma confrontação típica da guerra-fria,há que ter um discurso alternativo permanente,que marque uma posição em face deste mentira que é este embate,este pugilismo político.

Um pugilismo político, que deixa o Brasil em segundo plano ,que deixa a democracia em segundo plano.

Neste contexto é que o candidato Aécio podia aparecer mais frequentemente para pontuar as questões que eu distingo aqui como essenciais:uma visão de classe média;uma priorização do Brasil(sem xenofobia);uma visão nacional(sem exaltação nacionalista);a continuação e consolidação do estado de direito,como um passo à frente,que deixará para trás(assim espero)este problema das reparações.

A bem da verdade,com a morte do avô de Aécio a constituinte jogou para debaixo do tapete os critérios de reparação,construíveis dentro de um novo pacto político brasileiro.

Na minha opinião,a constituinte focou muito na questão social,esquecendo-se de algo que é fundamental na produção de constituições:um novo pacto social e  politico,que funde o presente e o futuro.

Foi assim por causa de Sarney,que para obter mais legitimação ressaltou o problema econômico e o das reparações se ocultou,até porque se viesse,como era desejável,o atingiria na condição de apoiador da ditadura.

Tancredo não teria como evitar esta pressão,mas tinha como controlar os efeitos deste ruido tenso na...Constituinte.

Quem sabe uma revisão constituinte não faria este pacto e não poria um fim na ditadura militar e suas consequências?

Outro fato importante para mim e mais pessoal é que eu não me sinto representado como integrante da classe média:a minha formação de comunista sempre me levou para a classe operária e os pobres,mas descobri na idade adulta e provecta ,que não há retorno da parte deles ,em relação a um cidadão de classe média.

Não sinto,por isto,ódio deles,mas fiquei com um pé atrás.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Conjuntura Nacional

 

Agora é hora de resumir alguns acontecimentos nacionais que venho observando e preciso comentá-los naturalmente.De outra parte os nefandos do MSN põem aqui figuras para repetirem aquilo que eu digo há dez anos,pelo menos:existe uma crise na esquerda,há trinta anos,pelo menos.

E também reapareceu no meu youtube a figura de Vladimir Safatle reafirmando aquilo que eu pontuo há uma década:que a direita faz toda esta agitação para se manter na crista da onda e se consolidar definitivamente.

É certo que eu não possuo um nome e não pertenço a nenhum esquema ou corporação com influência.Por isto todo mundo vem aqui dizer o mesmo que eu  e se rir do fato de que não adiantou nada eu falar(kkkkk).

Isto ajuda a me colocar “no meu lugar”,e me põe como uma espécie de louco,exibido ou pretensioso,que não tem repercussão nenhuma.

Eu conheço tudo isto aí.

Mas em primeiro lugar a minha condição de cidadão que vive aqui “embaixo”as agruras próprias oriundas da omissão destas corporações,me confere legitimidade para reclamar e protestar.

E em segundo e derivando desta premissa primeira,talvez e obrigatoriamente,se ouvissem este cidadão comum,como eu,na hora em que as referidas agruras acontecem,as chances de solucionar estes problemas imediatamente seriam maiores,dando eficiência à democracia  e credibilidade cada vez maior.

Estas corporações levam anos estudando os problemas para eventualmente solucioná-las e enquanto isto os problemas continuam e se avolumam.

É o lado ruim do trabalho intelectual(intelectualismo)e cientifico.

Mangabeira Unger surge no MSN dizendo que há uma crise na esquerda mundial.E daí?

A audibilidade permanente de pessoas comuns como eu é a condição de fazê-las parar de sofrer;é a chance de diluir os problemas com rapidez,porque quem sofre tem pressa.

As corporações,tanto na direita como na esquerda,acabam por cumprir um papel proto-fascista de  fingir preocupação social e não tratar daquilo que interessa,numa paralisia conveniente.