quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
domingo, 22 de dezembro de 2024
sábado, 21 de dezembro de 2024
sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
O problema do dólar
Quando
os investidores se sentem inseguros com mudanças e principalmente radicais(ou perto disto)eles tiram o seu
dinheiro do Brasil ,quer dizer ,os seus dólares, e aí sobrevém a alta do
dinheiro estadunidense,que põe em risco as economias mais fracas,com a
diminuição do valor das suas moedas.
Isto
pode levar para uma estagnação da economia,uma recessão, porque a inflação cresce
e o poder de compra do dinheiro decresce.Uma bola de neve terrível,com consequências
ainda mais desastrosas.
Eu
digo e redigo:sem um pacto social e politico antes não tem como evitar este
tipo de problema na hora de uma proposta mais qualitativa como esta do governo.
Sem
este prévio entendimento é o que sempre ocorre no Brasil ao se tentar
transformá-lo:uma reação dificulta e eventualmente paralisa.
Não
haverá chance de modificar o Brasil sem um entendimento,sem um projeto
nacional,sem a união entre as classes mais importantes,a média e a operária.
Se
não s e souber até onde se quer chegar as classes que possuem o capital não vão
despendê-lo para a realização do programa e dos objetivos.
Nem
uma revolução do trabalho,por si mesma,prescinde deste entendimento.Não há saída.
Com
o avanço da proposta de Haddad e as discussões chegando ao momento da verdade,
o mercado se retraiu,ou melhor,os investidores.
Não
cabe aqui jogar sobre eles a intenção de terror sobre o Brasil,embora
objetivamente assim parece.A retirada do capital é uma consequencia logica da
desconfiança e deveria ter sido prevista,já que estamos tratando de questões
financeiras e econômicas,o fulcro do problema de qualquer nação.
Não
descarto ,porém,uma intenção de acabar com o governo Lula,que,mais uma
vez,ofereceu uma oportunidade de ouro à direita.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
A doença de Lula
A
doença de Lula não é a sua doença,mas a
sua velhice,a passagem do tempo.
Todo
mundo sabia que ,como todo mundo,Lula paga o preço da passagem do tempo e que
isto tem efeitos no governo.
Em
alguns casos,como no de Getúlio ,o ultimo governo está no mesmo patamar dos
outros e até,do ponto de vista histórico ,foi o melhor.
No
caso de Lula,este terceiro mandato não está cumprindo com as expectativas do
povo,naturais para quem obtém uma “ terceira vitória”.
Volto
a dizer:o problema de Lula,que a História vai reconhecer ,é que ele é um politico
pragmático muito bom,mas as esperanças depositadas
num líder operário são muito maiores do que um tipo de politica assim oferece.
Embora
o assistencialismo não seja ruim,a esquerda tem no inconsciente e no consciente
o impulso da mudança e quando as coisas ficam quase do mesmo jeito a frustração
é grande.
Para
um politico não é obrigatória uma universidade.Às vezes um titulo destes
atrapalha até...Mas ele tem que ter referências,conhecimentos além do pragmatismo
e Lula não tem.
Por
causa disto ele fica um pouco refém dos outros e dos setores mais radicais do
PT,que são contra a classe média,por exemplo.
Como
ele não tem estas referências ,não consegue debater com estes setores e
formular uma politica para eles.
Agora,com
esta doença e velhice,as condições pioram e a pressão já começou a atuar muito
fortemente no intuito de impedir a
reeleição daqui a dois anos.
Se
ele não mostrar um vigor excepcional vai prejudicar a si mesmo e ao PT ,se
mantiver a intenção de continuar.
E
tudo isto mostra como não há lideranças fortes na esquerda,porque Haddad
,Aécio,Marina,vão perder para a
direita,que está mais presente no proscênio do que todos eles juntos.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
A decisão de Macron VI
A
Politica Francesa
A
politica francesa,historicamente ,cai neste marasmo ,vira e mexe.
Eu
nunca me enganei com Macron quando o vi pela primeira vez:um politico
anódino,quer dizer ,sem muita referência ,num país em que tê-la é essencial.
A
França não é uma nação que siga o caminho dentro dos limites da trivialidade.Ela
tem responsabilidades universais e humanas ainda .
Já
foi mais forte neste aspecto,mas ainda desponta como um dos seus papéis
históricos e políticos a discussão dos grandes temas mundiais da humanidade.
Vamos
dizer que os embates do socialismo acabaram:deveriam ser substituídos por uma
plataforma climática,como parte do projeto de direitos humanos.E nem uma coisa e nem
outra.
Dentro
do processo geopolítico geral a França
teve que aceitar o mercosul:o objetivo da França ,que se tornou o porta-voz dos
interesses hegemônicos do g-8, era submeter o mercosul,fazendo prevalecer a economia dos países centrais.
O
fato de a França ter aceitado este acordo ,muito a contragosto,afunda ainda
mais a politica francesa na acefalia e na anodinia.Embora para nós seja melhor.
No
passado De Gaulle a reergueu ,mas agora quem tem como realizá-lo?
Eu
gostaria que fosse a esquerda ,mas não vejo disposição e conteúdos para se
chegar a uma renovação.
Mesmo
uma eleição terá dificuldades,embora a
decisão do povo francês possa indicar um caminho novo.
Toda
esta especulação revela a situação da politica francesa atual e o perigo que
isto representa.
domingo, 8 de dezembro de 2024
A decisão de Macron IV
Estes
artigos sobre Macron continuariam,porque eles resumem a chance que eu diviso
para o renascimento da esquerda ,no local onde ele deve fazê-lo,que é a europa
ocidental.
Infelizmente
ainda não pude colocar os textos que explicam esta minha visão,mas em breve eu
farei.
Na
Europa Ocidental ainda há massa crítica para um renascimento da esquerda ,levando
em consideração a necessidade de não cometer os erros e crimes recentes.
Por
esta razão eu elegi esta questão da crise na França de Macron para expor o que
eu acho certo e desejável.
Pois
bem,outro dado desta questão apareceu nesta semana,coisa que eu não esperava
sinceramente:caiu o primeiro-ministro de direita,nomeado pelo presidente.
O
legislativo não deu apoio a este primeiro ministro,o que já significa um avanço
da esquerda.
Eu
não devia dizer isso mas quando eu estava na universidade o tempo estava à
minha disposição.todo, para estudos. Hoje divido muito os meus interesses;não
sei se a esquerda cresceu ou se movimentou para tirá-lo,mas o fato da sua queda
prova sim que a “ conclusão” da crise foi totalmente ilegítima,com a hegemonia
da direita,que Macron quis,depois de usar a esquerda, que se deixou usar.
Se
a esquerda tivesse um projeto nacional e uma visão democrática ela não assustaria a média ética
da sociedade francesa e seria escolhida para dirigir o legislativo,o governo
francês.
Em
que condições esta nova crise,que atinge
o próprio presidente ,se desataria com a esquerda no poder?A esquerda que é
sempre rupturista?
É
lógico que se houver um moderado tudo se dilui ,mas a democracia francesa se
paralisa e entra novamente numa crise,que talvez só se decida com novas
eleições.
sábado, 7 de dezembro de 2024
O centro é sempre fraquinho
A
omissão
O
caso de Aécio II
Nem
bem eu falei em Aécio e ele aparece na Folha de São Paulo.As coisas que ele
disse lá são muito boas,mas eu queria um aprofundamento.
Neste
momento em que vivemos uma confrontação típica da guerra-fria,há que ter um
discurso alternativo permanente,que marque uma posição em face deste mentira que
é este embate,este pugilismo político.
Um
pugilismo político, que deixa o Brasil em segundo plano ,que deixa a democracia
em segundo plano.
Neste
contexto é que o candidato Aécio podia aparecer mais frequentemente para
pontuar as questões que eu distingo aqui como essenciais:uma visão de classe
média;uma priorização do Brasil(sem xenofobia);uma visão nacional(sem exaltação
nacionalista);a continuação e consolidação do estado de direito,como um passo à
frente,que deixará para trás(assim espero)este problema das reparações.
A
bem da verdade,com a morte do avô de Aécio a constituinte jogou para debaixo do
tapete os critérios de reparação,construíveis dentro de um novo pacto político
brasileiro.
Na
minha opinião,a constituinte focou muito na questão social,esquecendo-se de algo
que é fundamental na produção de constituições:um novo pacto social e politico,que funde o presente e o futuro.
Foi
assim por causa de Sarney,que para obter mais legitimação ressaltou o problema
econômico e o das reparações se ocultou,até porque se viesse,como era desejável,o
atingiria na condição de apoiador da ditadura.
Tancredo
não teria como evitar esta pressão,mas tinha como controlar os efeitos deste
ruido tenso na...Constituinte.
Quem
sabe uma revisão constituinte não faria este pacto e não poria um fim na
ditadura militar e suas consequências?
Outro
fato importante para mim e mais pessoal é que eu não me sinto representado como
integrante da classe média:a minha formação de comunista sempre me levou para a
classe operária e os pobres,mas descobri na idade adulta e provecta ,que não há
retorno da parte deles ,em relação a um cidadão de classe média.
Não
sinto,por isto,ódio deles,mas fiquei com um pé atrás.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
Conjuntura Nacional
Agora
é hora de resumir alguns acontecimentos nacionais que venho observando e
preciso comentá-los naturalmente.De outra parte os nefandos do MSN põem aqui
figuras para repetirem aquilo que eu digo há dez anos,pelo menos:existe uma
crise na esquerda,há trinta anos,pelo menos.
E
também reapareceu no meu youtube a figura de Vladimir Safatle reafirmando aquilo
que eu pontuo há uma década:que a direita faz toda esta agitação para se manter
na crista da onda e se consolidar definitivamente.
É
certo que eu não possuo um nome e não pertenço a nenhum esquema ou corporação com
influência.Por isto todo mundo vem aqui dizer o mesmo que eu e se rir do fato de que não adiantou nada eu
falar(kkkkk).
Isto
ajuda a me colocar “no meu lugar”,e me põe como uma espécie de louco,exibido ou
pretensioso,que não tem repercussão nenhuma.
Eu
conheço tudo isto aí.
Mas
em primeiro lugar a minha condição de cidadão que vive aqui “embaixo”as agruras
próprias oriundas da omissão destas corporações,me confere legitimidade para reclamar
e protestar.
E
em segundo e derivando desta premissa primeira,talvez e obrigatoriamente,se
ouvissem este cidadão comum,como eu,na hora em que as referidas agruras
acontecem,as chances de solucionar estes problemas imediatamente seriam maiores,dando
eficiência à democracia e credibilidade
cada vez maior.
Estas
corporações levam anos estudando os problemas para eventualmente solucioná-las
e enquanto isto os problemas continuam e se avolumam.
É
o lado ruim do trabalho intelectual(intelectualismo)e cientifico.
Mangabeira
Unger surge no MSN dizendo que há uma crise na esquerda mundial.E daí?
A
audibilidade permanente de pessoas comuns como eu é a condição de fazê-las
parar de sofrer;é a chance de diluir os problemas com rapidez,porque quem sofre
tem pressa.
As
corporações,tanto na direita como na esquerda,acabam por cumprir um papel proto-fascista
de fingir preocupação social e não
tratar daquilo que interessa,numa paralisia conveniente.
terça-feira, 26 de novembro de 2024
O centro é sempre fraquinho
A
omissão
O
caso de Aécio
O
centro sempre demonstra uma certa fraqueza em lutar por ideais de democracia.Só
na época da redemocratização ,que levou uma década e meia,os seus valores foram
jogados à vista de todos e conseguiram obter o resultado desejado.
Aécio
Neves é neto de um dos fautores da transição à democracia e como eu já pontuei
em outro artigo,citando o deputado Luiz Henrique Lima,junto com Ulysses
Guimarães ,Tancredo é aquele momento hegeliano em que a classe em si se torna “para
si”:ele representa o nascimento da classe média brasileira ,com suas funções e
papéis próprios.
Democracia,cidadania,estado
de direito e assim sucessivamente.
Mas
com a morte de Tancredo a tarefa total
da redemocratização não se cumpriu,porque o vice,ligado à ditadura suspendeu a
plataforma de reivindicações provenientes dos anos de lutas,exceto no caso da constituinte,que
acabou escondendo a questão das reparações aos crimes da ditadura.
Aécio
teria condições(se quiser naturalmente)de completar esta obra e propor um projeto
democrático de nação ,o que seria um anteparo para uma esquerda,que vive destas
reinvindicações.
Eu
já disse que não sou contra elas,mas tal já devia ter terminado e o Brasil
devia estar continuando,no seu caminho de desenvolvimento e de democracia,tudo
que está em perigo iminente hoje.
É
uma omissão para mim,que um dos integrantes do centro não participe deste
processo politico,oferecendo o tempo todo a alternativa decisiva,que é a democracia
e o Brasil.
terça-feira, 19 de novembro de 2024
Temos,pelo menos, Dois anos difíceis Pela frente
O
Brasil ganhou um papel mundialmente importante após a eleição de Trump,como
nunca havia conhecido:se a direita vencer no Brasil,o fascismo terá vencido no
mundo todo.
Uma
segunda vitória desta direita vai legitimar um propósito de golpe,de ditadura
,com apoio da população e para que haja uma redemocratização,vai muito tempo.
A
confirmação mundial da vitória de Trump passa por aqui e se isto vier,as
chances de recuo ficarão mínimas,por muito tempo.
As
iniciativas do governo Lula ,imediatamente ao ocorrido nos EUA,são
promissoras:o fim da escala 6x1,abrindo chance de mais tempo livre,para o
trabalhador, e pacto contra a fome fixada na agenda do G20,que ainda corre no
Rio de Janeiro.
Eu
acrescentaria um pacto para tirar as pessoas da rua,resolvendo o problema dos sem-teto.Sugiro
para os próximos dias e meses atenção nesta questão.
De
qualquer forma este ritmo de mudanças atinentes a ganhar a população e evitar
uma derrota daqui a dois anos,me parece bom e deve continuar,levando em conta as
necessidades táticas e estratégicas;quer dizer,sem atropelo.
Tal
comportamento já era para ter começado logo depois da vitória de Lula em 2022,mas
antes tarde do que nunca...
A
responsabilidade mundial do Brasil voltou aos níveis do final da segunda-guerra
,em que o nosso país representava um futuro melhor,isto é,pacifico e próspero.
Mas
os significados hoje são mais profundos e graves:a humanidade parece esperar um
cataclismo para haver mudanças,mas o Brasil ,e quem se aliar a ele, tem que
empurrá-la para algo mais do que o simples diagnóstico das crises vividas
atualmente.
Temos
das difíceis pela frente,quero dizer:o Brasil.
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
O que está à nossa frente As consequências da eleição De Trump
Não
é difícil para ninguém saber o que pode
acontecer aqui no Brasil nas eleições presidenciais,
até porque nós já tivemos um ensaio geral aqui e lá.
Uma
nova ditadura ou o retorno de 64 em “novas” bases está à nossa frente.
O
golpe foi deflagrado em 2022.Se o povo brasileiro votar na direita ela vai se
sentir no direito de implantar um regime de força.E só faltaram 2 milhões de
votos para isto acontecer.
Como
diz Hélio Jaguaribe ,a História é consequencial, não havendo como fazer
previsões absolutas já que cada passo modifica o panorama analisado.
Contudo,
tendências é possível identificar e aquilo que eu disse acima faz parte das
tendências postas à nossa frente com o retorno de Trump.
E
mais do que isto , a oscilação da esquerda entre a inércia e a incompetência marca
firmemente a tendência à ditadura.
Se
o final não podemos prever ,estes intercursos sim e o pior,o mais problemático
é este:a esquerda.
Será
que esta discussão 6x1 já não é uma tentativa?Não sei dizer agora.Mas espero
que seja o inicio de iniciativas para barrar de vez o caminho da direita,coisa
que já devia ter sido começada logo no inicio do governo Lula,como eu implorei
inúmeras vezes.
Como
as coisas se colocam neste então, não me parece que o caminho da ditadura não seja fácil de
prever.
Preconizo
há anos que a esquerda incorpore a nação e a democracia,a classe operária e a
classe média,mas não adianta.
Diante
destes ouvidos moucos tudo o mais é remendo.
sábado, 9 de novembro de 2024
As consequências da vitória Do Ogro (Trump)
Há
uma série de artigos que venho fazendo aqui que giram em torno desta tragédia
que foi a eleição americana. Mas se a
vitória alcançasse Kamala giraria em torno dela igualmente.
A
questão que unifica a concepção politica que quero propor aqui só tem como
girar em torno do país mais forte do mundo,por cujas decisões as consequências
atingem a todos.
A
questão do centrismo,no mundo e no Brasil;o movimento social,a questão social;a crise climática;a decisão de
Macron ;a utopia.
Neste
artigos eu pretendo expor o que eu penso sobre o futuro.Já falei muito do
passado,das causas que nos levaram a esta situação,mas agora há que expor um
pensamento para o futuro.
Devido
à minha exiguidade de tempo, mas também por ser mais conveniente, junto com
questões práticas estas minhas reflexões teóricas e aí tudo vai num caminho
mais rápido e rítmico. O ritmo açula o desejo imediato de ação, mas já neste átimo,
fundamentado, por um pensamento rigoroso e estudado, pelo menos.
A
eleição do monstro tem efeitos devastadores em todos os temas que eu
especifiquei acima. E em cada um deles eu vou tentar construir ,entre outros
problemas, idéias para um debate essencial de renovação da esquerda.
Porque
este é o problema fundamental,posto por esta eleição:se a esquerda continuar
assim,a direita vai prosseguir no seu
olé universal sobre nós.
Não
suporto mais este acuamento sem resposta, por parte dos setores
progressistas,cujo pensamento ainda está no socialismo real.
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Outra
catástrofe
Com
a vitória, de novo, deste fascista, Trump, o cenário que eu rezei(e nem sou
religioso)para que nunca mais retornasse ,ficou ainda pior ,com o inferno
adentrando em nossas casas.
É
como se o fascismo tivesse vencido por dentro,não pela guerra.Anos atrás havia
um grande temor de que o fascismo vencesse por dentro da Rússia,mas a história percorreu
outros caminhos cínicos e não foi
preciso um “foguete Nova York”,para colocar um neo-nazista no poder da nação
mais forte do mundo.
Com
ele vêm os defensores da recolonização da África,aqueles que seguem a “ curva
do sino” e excluem os menos capacitados e os neo-nazistas americanos,que são os mais
fortes no mundo todo.
Digo
isto porque não só as deportações típicas do fascismo irão acontecer,mas também
abre-se o caminho para estas idéias nefandas adquirirem um peso no cotidiano
daquele país,para,quem sabe,no futuro,vicejar.
Lá
se foram os Estados Unidos liberais,os Estados Unidos das garantias constitucionais
e do “ due process of law”(“o devido processo legal”) e ficaram os Estados
Unidos da Guerra-Fria,da continuidade deste passado monstruoso de guerras,que a
humanidade já devia ter ultrapassado.
E
o pior: com a crise climática, o povo americano colocou alguém que não está nem
aí para o problema e junto com a China,idem e
a Russia,idem,está entornado o caldo para uma situação ecológica ainda pior.
sábado, 2 de novembro de 2024
Eleição americana A esquerda :entre a sorte e incompetência
Estamos
próximos da eleição americana e Trump é novamente candidato, com altas possibilidades
de ganhar. Só este fato já é suficiente para por em xeque a esquerda americana,
que teve um tempão para eliminar de vez esta direita fascista dos Estados Unidos.
Este
país, sede do liberalismo clássico, dos direitos civis, corre sério risco de se
tornar fascista.
Kamala
só lembrou disto , só o quis mostrar ao povo americano, quando do final da
campanha, no momento em que já não era fácil jogar o ogro para o centro da terra,
encadeado lá para sempre.
Disse
aqui que o povo americano, tão cioso de si, deveria ser chamado à atenção
quanto à verdade desta nação, que não se resume ao dinheiro e ao capital.
Muito
embora Trump defenda este nacionalismo tão sedutor ao americano médio, redu-lo
a simples presença do dinheiro, como viabilizador, jogando o passado fora, aquele
passado em que os Estados Unidos ajudaram os povos a enfrentar a tirania
nazista.
Numa
coisa Trump tem razão e isto devia ser um conceito da esquerda, há já muito
tempo: cada país tem que resolver os seus problemas.
A
contradição terrível nesta ascensão da direita neonazista americana é que, pelo
nacionalismo, Trump repele as intervenções impertinentes dos EUA, coisa comum a
partir do fim da segunda guerra e no âmbito da guerra fria.
No
fundo é isto mesmo: não há que criticar o imperialismo americano, se as nações
se tornam dependentes dele. Cada país tem que resolver o problema da miséria e
não transferi-lo para os EUA.
O
imperialismo americano, ou seus efeitos, parece a síndrome de Estocolmo, que
atinge tanto Israel: todo mundo critica, mas quer que os EUA solucionem tudo,
quando cada nação tem que tomar esta iniciativa.
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
A esquerda parou de lutar?
Não
pude deixar de notar uma manchete na Folha de São Paulo, jornal que às vezes me
causa tanto aborrecimento.
Mas o que ela cristaliza é o que eu estou dizendo há mais de dez anos.
Se
você não vende o seu pensamento a algum poder, você não é ouvido. Eu vi numa
parede aqui perto escrito por um mendigo: “quem não é visto, não é reconhecido,
nem ouvido”. Naturalmente eu corrigi os erros de português dele.
Um
ator de malhação é mais importante, hoje, do que anos de estudo de um professor,
de um bom e bem sucedido professor ou pesquisador.
A
Suzane Richthofen tem mais espaço na mídia do que um realizador ou alguém que
faz um benefício para a humanidade.
Esta
minha crítica à esquerda vem de muito longe, quando comecei minha pesquisa e
meus blogs. Enquanto não se livrar deste passado gigantesco de fracassos
essenciais, não vai ser possível uma renovação que a ponha novamente na linha
de frente da luta.
Não
é só lutar, é como lutar.
Em
minha vida, discuti anos a fio, uma auto reforma da esquerda, semelhante àquelas
de dentro do cristianismo. E chego à idade provecta, vendo que não surtiram
efeitos estes debates: nada de democracia, de reforma, de direito, nada, nada.
As
mesmas boçalidades, o mesmo cânon soviético, a presidir discursos e palavras
vazias.
O
mesmo que vi no final da URSS, quando li o livro de Gorbachev e ele jogava palavras
lógicas, mas sem conteúdo.
Enquanto
a esquerda não tomar para si o resultado dos antigos debates ficaremos nesta
situação, ou em algo pior.
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Eu e a pornografia Esclarecimentos (de novo [outra vez] [novamente})
Novamente,
outra vez, de novo ,eu tenho que me expor
neste “caso” “escandaloso” de
usar a pornografia. Eu já falei que isto tem uma utilidade médica, para mim.
Mas
dentro da necessidade, aprendi a usar a pornografia também, como laboratório de
pesquisas sobre diversos assuntos: linguagens; racismo reverso; custo social da
pornografia; política, poder, economia em torno dela; relações com a
história(que eu já revelei aqui no caso de Maria Antonieta[e vou continuar
fazendo]); antropologia, para discernir os caminhos do ser humano diante das
impossibilidades; o problema da exploração; o problema especifico da mulher; a
questão artística das emoções e sentimentos, bem como psicológicas(quando fiz
aula de roteiro com José Louzeiro ele nos disse que deveríamos ver rostos nas
revistas[eu tentei ver na Revista Caras e percebi que era tudo falso]{então vi
nestas revistas eróticas pelo menos uma certa margem de verdade }).
O
meu leitor me vê com frequência trabalhando índices de livros como laboratórios de pesquisa,
em que busco relacionar os seus diversos itens e capítulos de modo a entender
melhor os autores e tirar deles a compreensão do seu pensamento, bem como extrair
ideias, conceitos e temas para discussão.
Mas
em tudo isto, em todo este meu comportamento, existe sim uma weltanschaung libertária:
o sexo, em si, permanece puro, apesar do em torno problemático.
E
por indicação de meus terapeutas separar o erótico do pornográfico é uma
depuração (olha aí o laboratório) necessária, para evitar os males viciantes de
uma pornografia recorrente.
Aí
ficam estas rádios e algumas outras pessoas
destilando(laboratório)moralismo(tolo), tentando me ridicularizar, me chamando
de covarde, frouxo, maricas, quando se trata de um problema médico e de
pesquisa antropológica que eu sempre fiz, para além do prazer genuíno de ver
estas coisas, mas de uma maneira crítica, criteriológica, que impede qualquer
dependência.
É
neste sentido que eu uso a pornografia, ou melhor, erotismo, como forma, inclusive,
de arte, de eventual(eventual)estética e sensibilidade.
domingo, 20 de outubro de 2024
Lula: não dou à mão à palmatória.
Sabendo
que o PT em documento interno aprovou a eleição na
Venezuela, logo percebi a jogada toda: o presidente da república faz um
escarcéu democrático só para jogar areia nos olhos do público, mas o partido e
ele jogam na continuidade e no desinteresse da opinião pública para manter as
coisas como estão e apoiar a Venezuela.
Desde
o episódio Moro, que condenou Lula e depois houve uma descondenação , que me
sinto permanente enganado pelos poderes públicos, pelos jornais e órgãos de comunicação.
Ora
não dão informação correta, ora utilizam estas fakes e este truques que não são
novos na história e na política, mas que ocupam um lugar malévolo na
democracia.
Nós
estamos entre a cruz e a caldeirinha. Passei
a concordar com aquele analista politico que diz que o Brasil está entre a
ditadura de partido único e a ditadura militar do passado, rediviva.
Não
há como pensar que o Presidente não esteja dentro deste passado, só que do lado
esquerdo.
Não
tem o menor interesse na classe média, sonha em ser o PRI do México e tem uma
atitude no mínimo ambígua em relação a estas ditaduras de esquerda falidas da
América Latina.
Noticias
aterradoras chegam do nordeste brasileiro: a direita está tomando posições do
PT naquela região, que foi decisiva para a vitória do Presidente.
Tudo
isto forma um quadro assustador para futuro próximo, em que nós só termos que “escolher”
entre duas formas de imposição e como eu venho explicando, é mais provável que
voltemos a 64, por causa da média ética do povo brasileiro, que rejeita o
vermelho.
E
também nós não podemos deixar de considerar o Presidente como um capitulacionista.
Contudo,
aqui neste caso não temos como caracterizar da mesma forma os representantes do
centro no Brasil, dos quais tratarei agora mais à frente.
domingo, 13 de outubro de 2024
Conjuntura
Eu
vou continuar o artigo anterior, mas me sinto intimado a tratar um pouco de
conjuntura, porque algumas decisões de Haddad e Lula têm extrema sincronização
com o que venho falando aqui e gostaria de tecer alguns comentários.
A
questão da luta contra a fome persiste; não vi nenhuma repercussão da questão
da luta contra os sem-teto; e agora o problema da taxação dos ricos é recolocada
de uma forma que nunca vi durar tanto.
Mas
segundo os artigos que eu fiz anteriormente, sem um pacto social e político
entre as classes produtivas, média e operária, as dificuldades para bancá-lo
serão totais e aliás elas já se expõem nestes esforços de Lula e Haddad para emplacá-la.
É
que tudo se resume na ordem política, mas a base social, o pacto social não se
realizou. Para isto um programa fundado numa concepção moderna de esquerda é
requerido.
Mas
ele não existe, em meio à política pragmática.
Se,
no futuro, a taxação é aceita, correrá risco de retrocesso permanentemente e
inarredavelmente, porque sempre foi assim. E se a inevitabilidade se der, para
voltar à pauta demorará uma década, como sempre.
Os
fundamentos de uma política de esquerda moderna estão, ainda, faltando.
O
princípio “revolucionário” da vontade resiste como um fóssil nas fileiras da
esquerda. A ausência de mais fundamentos compromete o processo todo e torna-o suficientemente
fraco para ser combatido, em futuro próximo, por esta direita aí, à espreita.
No
momento em que uma reforma contundente balançar, pelos motivos supraditos, a
direita fará o escarcéu de sempre, vai mentir como sempre, alegando o “perigo
comunista” e tudo vai por água abaixo.
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
A direita continuará aí
Cansei
de dizê-lo:não quero mais tratar desta conjuntura de crescimento cada vez maior
da direita,no Brasil e no Mundo.A explicação é a mesma de sempre:esta esquerda velha e anacrônica e presa aos
dogmas do passado facilita as coisas para o outro lado.
O
esquema histórico é o de sempre:assim como os nazistas cresceram em três anos
vertiginosamente,a nossa direita,não muito diferentemente,o está realizando
igualmente.
O
pior de tudo:não vejo na esquerda nenhum ânimo de mudança quanto.Eu possuía uma
esperança,mas tênue.E agora se desvaneceu.
Deste
mato não vai sair cachorro e a perspectiva é esperar o pior.
Eu
escrevo este artigo para dar um salto de qualidade nestas minhas reflexões:como
disse, não pretendo diagnosticar as causas do problemão,mas agora quero apontar
possibilidades de seu enfrentamento.
Com
tudo o que eu já disse aqui ,só me voltando para o centrismo de esquerda é que
diviso chances de transformação desta realidade ominosa.
Mas
a tendência do centrismo(às vezes social-democrático)no Brasil é ser de direita
e o meu desejo é poder influenciá-lo no sentido que eu preconizo ser o melhor.
Começando
a minha nova postura,eu digo que não aceito o silêncio omissivo de Marina,Ciro
e porque não Aécio,diante dos perigos que esta polarização cria para o nosso
país.
O
golpe já foi deflagrado e as tentativas
de implantá-lo continuam e continuarão.
A
vitória da direita nas eleições municipais faz parte sim do “projeto”.Só
o fato de a direita crescer já é desastroso,porque a chance de uma ditadura
paira no ar.
Mas
aqui e agora esta chance é quase realidade,estando muito próxima.Não sei
porque a esquerda ignora-o.Talvez irresponsabilidade ou triunfalismo,que andam
juntos.
sábado, 5 de outubro de 2024
Ernesto,o aconselhador
Vejo
cada vez mais as minhas idéias serem usadas e repercutidas por pessoas
conhecidas da politica e da intelectualidade,sem me citarem!
Há
muitos anos um jumento dirigente do PCB pegou uma idéia minha,de chamar uma
figura que já faleceu,o reitor da UFRJ,para dar uma palestra e não teve a
hombridade de me convidar para debater com ele.Coisa que eu já tinha feito na
ABI.
Tudo
indica que paira um preconceito sobre uma pessoa do povo,como eu ,que,não tendo
certificação(mas notório saber)não é reconhecida,mas ,antes,manipulada,como
alguém inferior,que não merece consideração.
A
partir de agora,no entanto,eu vou exigir reconhecimento,como uma derivação
clara do espirito democrático e do respeito republicano às qualidades do outro.
Tal
exigência se imbrica na minha luta contra estas formas de totalitarismo,que
ainda continuam aí,a me aborrecer inclusive.
Não
me importa o que as pessoas pensam de mim,mas é duro toda a hora um babaca
qualquer vir aqui jogar verde para colher maduro.
Ora
um energúmeno aparece para dizer que outro já criou a idéia que eu estou
apresentando,quando,quase sempre,eu sei de onde ela veio.
Nunca
deixo de citar o que vem antes.Fazer o trabalho da sua vida e ficar cercado de
todo tipo microcérebro,medíocre,tentando medir forças comigo,em torno de coisa
nenhuma,sem apresentar conteúdo ou debate, é demais para mim.
E
não tem esta de não me reconhecer de público.Não vai acontecer como “ ensina” a
Igreja Católica:na hora da morte basta se arrepender para entrar lépido e
fagueiro neste outro mundo que ninguém sabe se existe mesmo.
Quando
chegar a minha hora não venham me reconhecer não.Se não reconhecer agora me
esquece.
domingo, 29 de setembro de 2024
Ernesto,o Libertino
Esta
expressão “ libertino” adquiriu ,ao longo da História,uma conotação sexual,mas
desde o inicio ,quando foi criada,por Calvino,ela teve este significado
primordial de repressão àquele que tem liberdade no sexo(e na vida).
Mas
ela não se refere a isto,principalmente a isto:se destina àqueles que não se
diluem nos coletivos,que são muito comuns na história.
É
claro que tem um reflexo na sexualidade,mas a sua essência é a liberdade.E
liberdade significa viver pela sua cabeça,por suas escolhas,fazendo o seu
caminho e lutando para que todos tenham esta condição.
Os
libertinos,que nasceram no século de Calvino,o XVI,mas que tiveram o seu ápice
no XVIII,notadamente na Itália,representam uma primeira “ libertação” da
religião:em vista das inovações cientificas da Idade Moderna ficou claro que
era bastante difícil encontrar Deus nesta “ nova” natureza.Até um “ crente”
como Pascal,criou o conceito de “Dieu Caché”,o “Deus absconso” ou...
escondido,em algum lugar do Cosmos.
Sendo
assim e estando claro para alguns a improbabilidade de encontrar a base do
controle da religião,tomaram o caminho de priorizar a sua consciência e não a consciência de
todos,no coletivo.
O
libertino é uma antecipação do “ ueber-mensch”,o “ além-do-homem” de
Nietzsche,o “ transvalorador de Valores”.
Eu
não sou isto,mas não ofendendo as ordens moral e jurídica da sociedade ,faço o
que eu quero e luto para que todos tenham esta liberdade.
Sei
que não é fácil para outros extratos sociais ter esta liberdade,mas a luta é de
cada um ,com a ajuda de outros libertinos como eu.
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
Ernesto,o marginal
As
fotos acima representam a figura de August Landssmeyer o homem que não fez
a saudação nazista.Evidente que olhando
assim uma foto não dá para acreditar totalmente na sinceridade do homem.Mas no
caso dele sim,porque ele foi retaliado
pelos nazistas,quando viram este foto.
Eu
a uso aqui pois me sinto bastante identificado existencialmente,na minha maturidade,com
este gesto de inconformismo.
Eu
me tornei um “herói” marcusiano,filósofo que afirmou em 58, que diante destes
totalitarismos que marcam a nossa época quem ficou como o portador da
sinceridade,da verdade e da honestidade,foi o “individuo concreto vivo”(no
dizer de Marx em “A ideologia Alemã”).
Esta
é a verdade:o que sobrou destes
fracassos do século passado foi a ação de pessoas que mantiveram valores de
coerência , “esquecidos” pelo movimento da história.
O
cotidiano salvará a humanidade?É uma esperança pelo menos.O cidadão anônimo,correto.
Eu
me incluo nesta trivialidade cotidiana individual.Eu sou sim um marginal,no
sentido de que não me deixo diluir mais nos coletivos:ainda que na dúvida,eu
fico com um pé atrás necessário em frente a estas “ propostas” tonitruantes de
certos movimentos políticos.
À
tentação de resolver tudo da maneira mais fácil,oponho a razão,o cuidado,ainda
que isto seja considerado como manifestação de indiferentismo face ao
sofrimento atual de muita gente.
Mas eu não vou trocar nunca mais a violência(do
capitalismo?)por outra,qualquer que seja ela.E se depender de mim não vai
acontecer no Brasil(bem como ,espero,em outros lugares).
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
Ernesto,o incorruptível
Eu
sou inteiramente infenso a qualquer forma de corrupção.Como todo mundo,desde há
10 mil anos,sou um ser errante e como tal cometi e cometo muitos erros,mas o
maior prejudicado destes erros fui sempre eu,não os outros.
Ouvi,de
meu pai stalinista,que a corrupção tinha a ver fundamentalmente com a burguesia
e o modo de produção capitalista,mas eu cansei de ver do “ nosso” lado também.
De
modo que me enganar hoje ,com promessas vãs e repetidas não é mais possível e
diante deste reconhecimento,isto é,do reconhecimento de que não há muita
diferença entre os “ revolucionários” e os “ reacionários”,naquilo que é
essencial,desconfio permanentemente destes heróis,que dizem uma coisa na sua
frente e pelas costas fazem outra.
Também
repudio estas ideias de que um incorruptível é alguém que não tem mulher ,que
não vive a vida,como o Imperador Augusto e Robespierre.
No
filme de Andrei Wajda sobre a Revolução Francesa é exposto um encontro que
nunca aconteceu entre ele e o corrupto Danton,no qual este ultimo o acusa de
ser um castradão,sem conhecimento da vida.
Como
se houvesse uma relação real entre corrupção,desvio e vida.Só o há se nós
aceitarmos o conceito de Nelson Rodrigues “ a vida como ela é”.
Só
que para o revolucionário,para aquele que tem compromisso com a mudança e a
emancipação da humanidade, a vida como ela é,é para ser mudada,transformada ,num
processo de luta constante.
Não
existe este critério de aceitar as coisas como são.Isto é uma reinterpretação de
novo de Nelson,quando ele fala sobre o “idiota da objetividade”(Nelson era
kantiano e não sabia):o revolucionário é movido mais e mais pelo realismo da
vontade.Ainda que as chances de mudança não estejam dadas ele deve expressar o
seu pensamento.
Tal
postura perpetua o conceito final da vida de Darcy Ribeiro: “defendi os índios e
perdi;defendi as mulheres e perdi;defendi os pobres e perdi,mas eu não queria
estar no lugar de quem me venceu não”.
Esquerda
é incorruptível.
domingo, 22 de setembro de 2024
Ernesto, o fundamentalista
Uma
vez, um jumento dirigente comunista disse que eu era fundamentalista porque não
admitia certos desvios que eu via já no PCB. Ele disse que eu era “muçulmano”.
Desde
pequeno, eu aprendi de meu pai (stalinista) que corrupção era coisa da
burguesia (ele também não era santo). Mas eu vi este “comportamento” nas hostes
dos heróis da esquerda, sob alguma justificativa canhestra e sofisticada dessas
aí.
Mas
que expressava (e expressa) a covardia, fraqueza e desonestidade natural de não
poucas lideranças da vanguarda vermelha.
O
que eu aprendi(de meu pai stalinista) é que os socialistas se ajudavam (e
ajudam) e evitam colaborar com estas“ práticas do antigo regime”.
Não
obstante, não foi isto o que eu vi lá e por isto me retirei orgulhoso desta
farandola.
Eu
sou fundamentalista, não no sentido religioso (ouviu jumento), mas no
filosófico, seguindo o pensamento essencial de Aristóteles, que os marxistas
não leem (mas Marx sim) em função do seu cientificismo e abandono do pensamento
filosófico.
Busco
sempre a essência das coisas, a finalidade e a funcionalidade das coisas,
segundo o sistema de Aristóteles, que faz uma classificação em sua
“metafísica”.
E
aí eu não me desvio deste fundamento, de modo algum.
Então,
eu tinha que parar de jogar botão no chão da sala para ouvir da honestidade dos
comunistas. Corria para ouvir guantanameira no rádio, para ouvir o verso “yo
soy um hombre sincero” e eu continuo assim. Continuarei assim.
Sou
fundamentalista filosófico. Cada pessoa tem um conceito que a define: o tímido,
o esperto. O meu é este.
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
A decisão de Macron III
Aprofundando
os dois artigos anteriores, faço-o porque vejo nestes acontecimentos na França,
possibilidades novas de renascimento real do movimento social.
Depois
de muito tempo, a esquerda volta a ser fiel da balança de um fato político
importante e se habilita, de fato, a ser governo, como era o caso aqui. A
explicação de por que não foi, eu já dei no artigo anterior.
Agora,
prescrutar estas possibilidades é que cabe realizar.
Pois,
há que se saber aproveitar este momento, tirar dele as lições segundo uma
premissa de renascimento, ou seja, de voltar para o proscênio da política e da
história, em meio a esta crise global, que caracterizo como de acefalia:
ninguém se responsabiliza pelo planeta e não há propostas ou intenção de atacar
os problemas.
Não
sou saudosista e não vou cair nesta de sentir saudade do âmago da guerra-fria,
mas naquele tempo, pelo menos, se discutia e alguém assumia a responsabilidade
pelo que se passava diante dos olhos.
Como
penso que ainda vivemos o rebotalho da guerra-fria, não serei nostálgico, mas
houve mudança para pior depois da queda do socialismo e do muro.
A
resignação é total e eu ponho este conceito à frente da falta de ideias
porque este vácuo é onde não há nenhum interesse em começar a se debruçar
sobre os problemas e, a meu ver, isto ocorre em razão de se ater ainda aos
modelos explicativos do passado.
As
pessoas não entendem o que faço aqui nos meus blogs, no plano da política:
estou há anos tentando convencer a todos de que a queda referida não foi falta
de vontade ou esforço e sim em função de que a teoria não tinha base e precisa
ser substituída por uma concepção nova.
E
entendo que, como já disse, tal renitência, empedernimento é devido ao
egocentrismo da esquerda, que não admite os erros e as derrotas.
Aliás,
mais as derrotas do que os erros. Os erros são sempre relativizados e as
derrotas não admitidas, a partir de uma premissa falsa de que ela tem a verdade
científica definitiva e que, portanto, é só se atualizar, quando, na verdade,
ela perdeu a batalha da História, da Política e da Teoria e necessita, como
qualquer movimento, se renovar.
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
A decisão de Macron II O futuro da esquerda Começa no passado
Continuando
a análise da decisão de Macron(de escolher um representante da direita[apesar
de a esquerda o ter ajudado e ter maioria]),se nós observarmos bem,o Presidente
usou a esquerda:vendo que ia
ficar acuado(pela direita)e sabendo da força da esquerda,que não podia ficar
acuada também por um governo de direita,marcou as eleições.Quando o perigo de
perder açulou a esquerda,ela se mobilizou na bacia das almas e garantiu um
avanço do Presidente.Mais do que isto,lhe garantiu a continuidade do poder.
Quando
era hora de Macron retribuir ele volta-se para a direita.É o esquema de sempre,desde 1930:a direita
se vale dos erros da esquerda para poder chegar e ficar no poder.
Mas
desta vez os erros da esquerda apontam possibilidades para o futuro,porque têm
a ver com erros do passado,que podiam ter sido evitados,garantindo a subida da
esquerda ao poder.
Qual
foi este erro?É uma questão de fundo:a sociedade francesa,a mesma que votou na
esquerda,para o legislativo,não faz nada para impedir a direita,porque embora
reconheça o papel histórico da esquerda ,a sua média ética é mais próxima da
centro direita e não raro da direita,que cola com ela.
É
semelhante às razões a que aludi que impediram o sorpasso italiano:a sociedade como um todo não abraçou
o comunismo democrático italiano do PCI,para não isolar o Papa e o Vaticano.
Na
França é diferente,mas ,de outro lado,é igual,porque a sociedade não encampa os
radicais,a menos que eles demonstrem apego permanente à democracia,admitam
sempre a alternância de poder e mantenham,depois do processo de mudança ter
iniciado,os valores da sociedade democrática,quais sejam:respeito à propriedade
e às liberdades humanas universais.
O
caminho está aberto para um renascimento da esquerda,na Europa Ocidental,se
estes valores forem incorporados comprovadamente ao campo “ progressista”.
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
A decisão de Macron
A
decisão do presidente da França de nomear alguém da direita para o cargo de
primeiro ministro,apesar da vitória da esquerda não me surpreende de forma
alguma.
A
opção histórica de escolher a esquerda é sempre radical.Se esta escolha não s e
apresenta de uma maneira bem fundamentada não adianta porque o absurdo de escanteá-la
não vai chocar ninguém.
Historicamente,
a esquerda existe para mudar ,mas este processo não se faz de uma hora para
outra e quando não fica claro para o eleitor que esta mudança virá ,ele prefere
deixar a esquerda onde ela sempre esteve
:como auxiliar das mudanças;como um peso a favor da democracia ,nos momentos de
perigo.
A
esquerda,ao longo do tempo,funciona como Trump no partido republicano:é(era)só
para manter o elefante à direita.A esquerda é só para manter a democracia ,mas
para chegar no poder e mudar é uma dificuldade,que nem os melhores comunistas italianos
conseguiram fazer.
A
esquerda ou cai na voragem do tempo e admite que só s e pode mudar aos
poucos,dentro da alternância de poder, ou ela vai ficar neste impasse ad
infinitum .
Quando
ainda existia o PCI,a idéia de alternância de poder foi considerada como algo a
se incorporar na tradição democrática comunista,mas havia pessoas que se preocupavam
com a descaracterização do Partido,isto
é,com sua radicalidade .
No
meu modo de entender ,porém,não tem saída:ou se mantém a radicalidade no
movimento politico na alternância (criada pelos liberas)ou não há como a esquerda ganhar confiança por parte do eleitorado.
As
minhas razões para explicar porque os comunistas italianos não deram o sorpasso
eu vou tratar em outro texto,mas de modo geral ,o padrão do fracasso é este,é
esta moldura explicativa aí.
terça-feira, 10 de setembro de 2024
Dou a mão à palmatória II
Os
procedimentos que o governo brasileiro tem feito contra a Venezuela me deixaram
mais tranquilo,porque se o Brasil não agisse assim,a direita cresceria
novamente.
Noticias
alvissareiras dão conta de que há divisões do outro lado.
Se
houvesse ambiguidade no caso do país vizinho era possível a ela encontrar um
meio de união,novamente acusando a esquerda de querer uma ditadura.
Penso
que não deveria haver reconhecimento do governo Maduro e o Brasil deveria
continuar as relações com a Venezuela,dentro das necessidades dos dois
povos:comerciais,culturais e assim sucessivamente,mas a pressão deve prosseguir
indefinidamente para que a democracia se restabeleça naquele país.
Talvez
desencadear um processo de transição,a
partir da constatação de que a eleição de Maduro não tem base.
Mas
mesmo que esta prova não seja feita ,o discurso tem que permanecer,no sentido
de uma recuperação geral do papel moderno da democracia.
Esta
á a luta que a esquerda tem que iniciar agora,porque esta é a tendência da
História e principalmente para construir um caminho de emancipação real do povo.
O
poder para o povo,como dizia Marighella,não é dar-lhe armas,mas insistir em
propostas fundamentais,hoje esquecidas,como a
educação.
Depois
que Brizola e Darcy morreram não se fala mais neste item fundamental de uma
plataforma de esquerda.
Alias
com esta polarização,nem o Brasil mais é objeto da politica,mas um dos lados ou
os dois lados ,que são considerados por cada lado ,nesta disputa inócua(mas
perigosa) e que atrasa.