domingo, 3 de março de 2013

A demissão



A demissão surpreendente de um papa,depois de 600 anos,levanta reflexões necessárias sobre o destino da religião que é formadora da consciência  nacional.
Acima de tudo existe a constatação,extra-muros,portanto mais crítica,de que as contradições do vaticano e a impossibilidade de o Papa as resolver,impuseram algo novo,que pudesse servir para um novo impulsionamento.
Bento XVI apareceu como aquele que embora sem se opor ao vaticano II,desejava por um freio ao ecumenismo que ameaçava diluir a religião católica.
Logo que foi entronizado contava-se uma piada muito interessante sobre ele.Tendo ido com representantes de outras religiões rezar,alguns repórteres lhe perguntaram no final da cerimônia se aquilo representava a aceitação definitiva ,por parte dele,do ecumenismo,porque todos tinham “ rezado juntos”,ao que ele respondeu:” não fomos rezar juntos,fomos juntos lá rezar”.
E dentro deste propósito a o essencial para ele era impedir que a Igreja se diluísse neste ecumenismo,mas também que as contradições dentro da igreja,entre conservadores e progresistas,europeus e terceiro-mundistas,ajudasse a que acontecesse isto.
Uma outra  contradição ,no entanto,é mais séria e grave:o comportamento dos católicos no dia-a-dia.
Depois de vir ao Brasilia  primeira e agora única vez,Bento XVI instou a igreja brasileira  a fazer um congresso da cnbb em Aparecida do Norte com o seguinte mote:quem quiser ficar na igreja católica deve obedecer aos seus ditames.
Seguindo os ditames de seu mentor João Paulo II,Ratzinger queria que os católicos fizessem o que não fazem nunca.Procriar em vez de sentir prazer no sexo;viver dentro de uma hierarquia e não aproveitando as supostas benesses da democracia;obedecer ao papa,dentro desta hierarquização.Mas olhando o cotidiano dos católicos vemos que nada disto acontece ,não só pelos itens citados,mas também por eles misturarem o catolicismo com crenças reencarnacionistas ,chegando  a radicalismo de juntá-la com religiões afro.
A verdade é que um outro homem vai precisar fazer aquilo que um homem velho não pode,manter a coerência da igreja,coerência que em qualquer movimento é a sua condição de sobrevivência,muito embora procurando fazer o que a igreja sempre fez muito bem ,atualizar-se