A demissão
surpreendente de um papa,depois de 600 anos,levanta reflexões necessárias sobre
o destino da religião que é formadora da consciência nacional.
Acima de tudo existe a
constatação,extra-muros,portanto mais crítica,de que as contradições do
vaticano e a impossibilidade de o Papa as resolver,impuseram algo novo,que
pudesse servir para um novo impulsionamento.
Bento XVI apareceu como
aquele que embora sem se opor ao vaticano II,desejava por um freio ao
ecumenismo que ameaçava diluir a religião católica.
Logo que foi
entronizado contava-se uma piada muito interessante sobre ele.Tendo ido com
representantes de outras religiões rezar,alguns repórteres lhe perguntaram no
final da cerimônia se aquilo representava a aceitação definitiva ,por parte
dele,do ecumenismo,porque todos tinham “ rezado juntos”,ao que ele respondeu:”
não fomos rezar juntos,fomos juntos lá rezar”.
E dentro deste propósito
a o essencial para ele era impedir que a Igreja se diluísse neste
ecumenismo,mas também que as contradições dentro da igreja,entre conservadores
e progresistas,europeus e terceiro-mundistas,ajudasse a que acontecesse isto.
Uma outra contradição ,no entanto,é mais séria e grave:o
comportamento dos católicos no dia-a-dia.
Depois de vir ao Brasilia
primeira e agora única vez,Bento XVI instou
a igreja brasileira a fazer um congresso
da cnbb em Aparecida do Norte com o seguinte mote:quem quiser ficar na igreja
católica deve obedecer aos seus ditames.
Seguindo os ditames de
seu mentor João Paulo II,Ratzinger queria que os católicos fizessem o que não
fazem nunca.Procriar em vez de sentir prazer no sexo;viver dentro de uma hierarquia
e não aproveitando as supostas benesses da democracia;obedecer ao papa,dentro
desta hierarquização.Mas olhando o cotidiano dos católicos vemos que nada disto
acontece ,não só pelos itens citados,mas também por eles misturarem o
catolicismo com crenças reencarnacionistas ,chegando a radicalismo de juntá-la com religiões afro.
A verdade é que um outro
homem vai precisar fazer aquilo que um homem velho não pode,manter a coerência
da igreja,coerência que em qualquer movimento é a sua condição de
sobrevivência,muito embora procurando fazer o que a igreja sempre fez muito bem
,atualizar-se