É chavão
falar que toda crise enseja uma renovação positiva.Mas
é verdade e dever ser repetido agora
neste momento de crise.A questão é saber se o povo brasileiro vai ser protegido por sua
democracia num momento em que se discute
se há governo ou não.Sim,porque quando a presidente Dilma afirma que está buscando um agenda positiva é
porque admite subliminarmente que
não está conseguindo governar,já
que a agenda positiva é
obrigação,não alternativa.
Não se alegue também que ela não o consegue porque está ilegitimamente acuada,por um golpe em marcha.Duas razões para não pensar assim:Dilma é
fraca,repito,no momento em que ela derrapasse,em que ficasse clara esta
fraqueza a pressão seria
total e
isto aconteceu quando ficou claro que ela mentiu para se eleger e teve
que revelar a mentira para governar.
A situação de
Dilma é igual a de Sarney,no plano
cruzado II.Ele mentiu também,mas ele é
do ramo,tinha uma vida partidária
extensa e intensa e fazia os conchavos necessários para governar.Não estou dizendo que isto o
legitimou,não.Só estou dizendo que o cargo de
Presidente da República exige provações,tempo,lutas,prova da
capacidade.Dilma foi colocada por ser manipulável e por encaixar neste esquemão que vem desde o
segundo governo Lula,o mensalão.
Foi uma
irresponsabilidade que agora cobra o seu preço numa situação trágica de compasso
de espera ,em que provavelmente o único que
não se beneficiará,em qualquer caso,com qualquer solução,é o povo
brasileiro e a democracia.
Todo mundo
já fala
em que partidos vão substituir a
Presidente,quais os nomes,mas a prioridade é
um programa que consagre
o fim do passado,o reconhecimento
das reinvindicações modernas do
povo brasileiro,de modo a apontar o
futuro.
Uma das
coisas que devem ser deixadas no passado é esta dicotomia,direita e esquerda,que respinga na oposição classe média e
classe “ operária”,conceitos da guerra-fria,sem lugar neste mundo atual.
É preciso uma
nova esquerda( e a direita que se adapte...)que
não finja ser democrática e
encontre reais soluções coletivas,ou seja,nacionais.
De uma
vez por todas é responsabilizar os
partidos por esta corrupção e se comprometer a
associar toda mudança progressista,inclusiva,com
o combate ,final,à corrupção.
Como é que o PT consegue repetir este erro do
passado,ao não perceber que faz parte do
processo de inclusão acabar com a corrupção?Acaso a corrupção não viceja na mais extrema
desigualdade e não se reproduz dentro dela?Desviar dinheiro público não
atinge as necessidades do povo?Esta
é maior traição da esquerda nestes dias e nesta crise ,a solução que vier tem que se comprometer a unir estas duas
coisas,honestidade e progresso social.
Falemos sério:quem
garante que o partidos que estão aí vão
garantir isto quando substituírem Dilma?Vai
mudar realmente?
Há que se
criar uma alternativa para implementar este programa.É mentira que os
partidos escolham candidatos de acordo com o critério de honestidade,então há
que obrigá-los a escolher,digo,dentro da lei.
Eu sempre
tenho defendido aqui o pacto de governabilidade
porque acho que não se pode
romper com a Lei e Dilma foi eleita,mas
a continuidade do impasse prejudica ao
povo e isto não pode continuar.
Um partido já
está fechado com o Impeachment,o PSDB.Agora só falta o PMDB deixar Dilma sozinha(nem o Lula com ela ajuda) e desencadear
o processo de retirada.Contudo Dilma(e
Lula)só sairá se tiver certeza de que não há alternativa.O processo de
impeachment demora e neste caso,o tempo abre
brechas para a reação do PT.Neste
confronto,a bagunça é maior ainda e os riscos
são tenebrosos de uma situação sócio econômica deteriorada.Sem falar no
motivo para fazer o impeachment,que não há ainda.
A maioria
exigir a renúncia impedindo a Presidente de governar é golpe,que mancha a oposição.
No último artigo
em que eu me referi à crise preconizei
um pacto de governança,mas neste
momento,diante destas variáveis,falo em pacto para proteger o Brasil e o povo,e
a democracia.
A demora não é aceitável.
Fala-se em
Marina,mas uma candidatura de alternativa só é válida para mim se comungar
deste programa que eu proponho.