quarta-feira, 26 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
sábado, 22 de novembro de 2014
A diferença entre a elite européia/estadunidense e a brasileira
Ufa!Este
blog não é só de política não e agora eu desejo voltar ao outro tema dele:a
cultura.
A cultura
se associa ao problema político ,nacional, e o meu tema hoje trata exatamente
desta relação.A pergunta que está no titulo deste artigo pode ser exemplificada
pela opinião que o historiador Evaldo Cabral,agora na Academia Brasileira de Letras,emite
num documentário sobre as elites
brasileiras.
Segundo ele existe uma diferença muito grande entre as elites do século xix e as atuais.As primeiras mandavam os seus filhos para estudar na França,os segundos,de hoje, para gastar o dinheiro em Orlando...
O mesmo ocorre nos dias de hoje e é uma característica nacional.
Nos momentos de maior competitividade os capitalistas europeus e estadunidenses sempre tiveram uma referência nacional para suas ações.
Os Vanderbilt ,os Rockfelleres,Gugenheim ,por mais predatórios que fossem sempre tiveram preocupação em dar uma contribuição às suas nações e à História.
Gugenheim fez um museu ,Rokfeller uma instituição de pesquisa e assim por diante.
Aqui no Brasil nós temos vários exemplos do contrário disto,mas particularmente um que nós estamos acompanhando:Eike Batista.
Sabe-se lá porque resolveu ser o homem mais rico do mundo,como se amealhar significasse algo.
Porquê não investiu ,com uma pequena parte da sua fortuna, na fundação de uma grande universidade nacional?
Ou num grande projeto científico que desse nome ao Brasil?
Segundo ele existe uma diferença muito grande entre as elites do século xix e as atuais.As primeiras mandavam os seus filhos para estudar na França,os segundos,de hoje, para gastar o dinheiro em Orlando...
O mesmo ocorre nos dias de hoje e é uma característica nacional.
Nos momentos de maior competitividade os capitalistas europeus e estadunidenses sempre tiveram uma referência nacional para suas ações.
Os Vanderbilt ,os Rockfelleres,Gugenheim ,por mais predatórios que fossem sempre tiveram preocupação em dar uma contribuição às suas nações e à História.
Gugenheim fez um museu ,Rokfeller uma instituição de pesquisa e assim por diante.
Aqui no Brasil nós temos vários exemplos do contrário disto,mas particularmente um que nós estamos acompanhando:Eike Batista.
Sabe-se lá porque resolveu ser o homem mais rico do mundo,como se amealhar significasse algo.
Porquê não investiu ,com uma pequena parte da sua fortuna, na fundação de uma grande universidade nacional?
Ou num grande projeto científico que desse nome ao Brasil?
Até a
década de 50 a elite brasileira era
mais ou menos como Evaldo Cabral disse,mas
já estava perdendo esta
qualidade.
A
física brasileira de então,precisava de apoio.Tinha o maior físico brasileiro de todos os tempos,César Lattes
e ninguém,privadamente,quis apoiar este segmento profissional,que se tivesse poderia estar
no mesmo nível da física de outros países.
O investimento
privado é comum nos outros
países.Nós vemos que Niels Bohr só
pode fazer as suas
pesquisas porque um cervejeiro
o apoiou...
E
nós temos muitos exemplos.
Agora
Eike vai servir de exemplo num outro sentido,que é um membro da elite ser condenado pela
justiça,mas ele o devia pela falta de visão.Os gregos entendiam a imortalidade como
a obra virtuosa que transcendia o tempo,nós
valorizamos o depósito do Tio Patinhas.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Perigo à vista.
Hegel afirmava
que no auge do
desenvolvimento de uma tendência
,era este o momento propicio
para ela começar
cair.
Todos
comemoraram o fato
de a nossa
democracia ter atingido um ponto
que nunca tivera antes.Por
isto mesmo e pelas coisas que tenho dito aqui,vejo
enorme perigo nestes próximos quatro anos e na eleição
de 2018,porque ela pode significar uma base inicial para a sua consolidação definitiva,ou...para cair.
Já falei
antes,em passent,sobre isto,mas diante
das manifestações francamente
de direita que tem acontecido,pedindo
abertamente a intervenção militar,não
posso deixar de aprofundar o tema.
Antes que alguém aí
diga que isto não tem
importância,que eu estou
fazendo alarde por interesse pessoal e,no
fundo,repercutindo a direita,como
ela quer,eu digo que
quem conhece história do Brasil sabe que
não se deve subestimar movimentos deste
tipo.
A história
é conseqüencial.Os próximos passos
podem significar arrefecimento destes
arroubos e assim espero,mas
enquanto eles estão aí é preciso analisá-los e se
preparar para eventualidades.
Ninguém vai
negar que existe uma contraposição,provocada por
ambos os lados,o
do PT e o do
PSDB.Grande parte da culpa da dificuldade em
fazer o referendum ou plebiscito
é do PT ,que vem agindo,embora negue,por
dentro do estado,numa
postura semelhante ao
chavismo.Tal semelhança
serve de espantalho para a
direita,que vem aterrorizando com a possibilidade de golpe.O plebiscito como norma constitucional brasileira é
enfraquecido por estas duas
ações,do PT e da
direita,mas a iniciativa
errada é do
PT,que dá a entender que o plebiscito legitimaria mais o
seu governo do que a vontade do povo,e,no
final das contas,isto tudo enfraquece a
constituição.Forças externas e internas
desmoralizam o estado de
direito brasileiro.
Ocorre que há
muitos anos,desde que Alckmin adquiriu força no PSDB,este partido vem pendendo mais e mais para a direita,o
que reforça a chance de confronto.O discurso pós-eleição de
Aécio foi muito pouco produtivo em desautorizar um
terceiro turno ou uma
desqualificação da vitória de Dilma.
Não
acredito que Aécio
pense numa
desestabilização,num golpe,mas há que
ver que o PSDB tem revelado uma
omissão muito grande quanto à
defesa da democracia,de vez que quer apenas ser
uma alternativa de
governo,quando,na verdade,deveria se portar
como alternativa institucional,diante do continuísmo.
Não ficou bem
claro para ninguém o que o
PSDB entende por
mudança.Aécio ficou o tempo todo dizendo que
manteria o bolsa-família,na
defensiva(outro erro que o levou à derrota).
O fato é
que dentro deste contexto de confrontação,insuflado pelos
dois lados,a falta de uma reforma
política joga sobre os partidos a tarefa de propor e fazer estas mudanças,mas se
eles permanecerem neste jogo,em vez
de orientar o processo político
para calmaria das resoluções,vamos colocar
gasolina para apagar o fogo.
Aécio se tornou
imbatível em 2018,com os candidatos que estão aí.Dilma,pela lei,não poderá se reeleger e
Temer e nenhum outro
peemedebista é páreo
para ele.
O chamado
lulopetismo,irresponsàvelmente,
desestabilizou Dilma,colocando a
volta de Lula no horizonte ou,pelo
menos,mantendo a sua influência excessiva.E o PSDB se colou à direita.
Aécio tem
que se lembrar de seu
avô e pensar que esta é
a hora de ,através
dos partidos colocar a
democracia num patamar mais seguro e
isto ele só conseguirá se colocar o
PSDB no
caminho certo da centro-esquerda,voltando com um
programa social mais moderno,alternativo
ao assistencialismo,que esta é a mudança
real que a sociedade quer.É acrescentar a classe
média ao processo
político-social.É novamente tentar recuperar
o projeto moderno da
social-democracia,que desde 1980 parecer ir ,mas não
vai.
Se ele
não ocupar o centro a
confrontação é inevitável,com conseqüências de risco
para a democracia.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Leandro Konder
Ainda me lembro,quando
terminava o meu curso
de Direito,em 1985,de ter ido assistir em Niterói a uma
aula,como ouvinte,de Leandro
Konder,na UFF.E também,de como fiquei
aborrecido quando um
colega que estudava
no IFICS,não me avisou da defesa de
doutorado dele.
Isto tudo não
abalou a minha admiração por esta
figura a quem eu tenho me
referido inúmeras vezes aqui
neste blog( e continuarei a me
referir),como parte do processo político do
Brasil,visto pela óptica marxista,que na época era a única para mim.
Já falei
aqui sobre o livro “Conceito de Fascismo” sua importância na
polêmica entre os radicais e os comunistas.Não me referi,mas
me refiro agora,ao livro lançado
quase na mesma época “Marxismo
e Alienação”,no qual ele aventa idéias originais,sobre a singularidade dos homens,unindo Marx a Levi-Bruhl.
Mas na minha trajetória pessoal,o que tem mais importância(não única),é que eu,como tantos(?)que ainda
estão por aí,me formei dentro de um
conceito falso de”marxismo-leninismo”,criado com
interesses escusos,por Stálin,distorcendo o sentido original das palavras de
Marx.Ele e Carlos Nelson Coutinho,trouxeram o verdadeiro
marxismo,que nada tinha a ver com
o que era defendido na URSS.
No livro “O
marxismo na Batalha
das Idéias”,aprendi o que devia saber desde sempre,que podia gostar de Marx,mas não precisava,por
isso,aceitar tudo o que ele dizia.
Enfim ,tais contribuições ainda são úteis nos dias
que correm,porque a maioria esmagadora de quem
é de esquerda ,no Brasil,(incluindo a Presidente da República),ou não sabe ou sabe
distorcidamente,o que é o marxismo,fato que seria sem importância se
estas esquerdas não tivessem poder e não pensassem segundo
estes erros de compreensão(e leitura).
De modo que
a homenagem que eu faço a Leandro
Konder é uma advertência quanto a
este descalabro,este diletantismo,que sempre permeou a esquerda brasileira e que ainda
pode se extender ao país,como é próprio
de todo diletantismo,de todo
amadorismo,em qualquer coisa,mas também
em política.
Obrigado professor.Se
tivéssemos crença no além-túmulo,poderia dizer agora:quem sabe um dia possamos continuar aquelas conversas nas barcas de Niterói.
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