sábado, 27 de fevereiro de 2021

Por que não posso falar em Stalin?II

 

Continuando o artigo anterior,me esqueci de falar sobre uma das consequencias mais importantes das reflexões que fiz:há um momento de ruptura na História.Acabou a época dos heróis,das figuras providenciais,a ser exaltadas apesar dos seus erros.

Como eu disse no artigo anterior os povos custam a fazer uma critica aos seus eventuais lideres ,porque isto naturalmente implicaria em fazer uma (auto-)crítica ,porque tais figuras ,de um jeito ou de outro só puderam vicejar porque de alguma forma estes povos permitiram.

Mas diante dos crimes cometidos por lideres recentes,em nome do bem da humanidade,que nada mais é do que a continuação dos desatinos da humanidade,agora revestidos de outras justificativas,surge um movimento de romper com esta prática reiterada.

No passado Robert Carlyle,historiador inglês tradicional,escrevia livros enormes tecendo loas à Napoleão(inimigo do país dele),Cesar e principalmente Cromwell,esquecendo dos crimes que cada um (e outros)cometeram para obter o seu reconhecimento.

Com relação a este último, historiadores ingleses não marxistas,tradicionais, o chamam de “ grande homem mau”,pelo fato de ter chacinado 60 mil católicos na Irlanda,ato que criou os problemas históricos daquele país.Outros ressaltam o desprezo de Napoleão pelos homens comuns.Há uma carta em que Napoleão diz:” O que são 1 milhão de homens comparados com um homem como eu” e assim por diante com César e outros que tais.

Ninguém pode mudar o passado real(eu não matei Joana Darc),mas pode mudar a sua visão e a sua influência.Hoje,em todo lugar ,existem pessoas que defendem mudanças nesta visão.

Na França alguns querem mudar a letra da “ Marselhesa”,para torná-la mais humanitária e ligada portanto aos direitos humanos;na Rússia muitos querem que a vontade de Lênin seja respeitada e que a sua múmia seja retirada do mausoléu e enterrada ao lado da mãe,como ele desejava;na mesma França muitos acham que os restos mortais de Napoleão devem ir para um cemitério ou para um museu.

Há uma consciência de que a partir de agora os métodos da politica devam mudar.Os métodos para chear à utopia,principalmente.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Por que não posso falar em Stalin?

 

Fico impressionado como as pessoas se sentem vivamente “ tocadas” e fazem troça,quando repito aqui as minhas reflexões sobre Stalin.Mas isto prova que o meu objetivo já tantas vezes explicado (e não entendido)tem razão de ser,na medida em que estas figuras históricas destrutivas recentes ainda possuem uma influência indevida sobre nosso tempo.

E é exatamente por isso que eu reflito:Hitler ,Stalin e outros devem passar à História e não ter influência nos dias de hoje.Esta é a minha luta ao discutir estas figuras entre outras.

Mas não me surpreende que estas pessoas se riam,porque no fundo aprovam inconscientemente o que ele fez ou mesmo conscientemente,como algumas figuras politicas aí ainda na ativa.

O que me surpreende é que os crimes de Stalin não têm a mesma exposição que os de Hitler.

E isto porque,como eu disse há muitos anos atrás,os crimes de Stalin são os do Ocidente.Eu já provei que quem financiou a coletivização forçada,o nucleo central dos crimes do stalinismo,foi o ocidente,que sabia do que acontecia na Ucrânia e não fez nada,com os objetivos politicos evidentes que todos nós sabemos:fomentar uma guerra,o que se deu logo depois,com a 2 ª Guerra.

Há um historiador inglês ,se não me engano Ian Kershaw,que escreveu um livro sobre a 2 ª Guerra,cujo titulo,a meu ver,expressa bem o que foi este fato histórico e nossa época:” A Era da Irresponsabilidade”.Quanto mais estudo a 2 ª Guerra mais me convenço de sua evitabilidade.Mas todos os lados resolveram terçar armas,rearranjar o mundo ,às custas do sofrimento de pessoas comuns e é neste contexto que a coletivização forçada e a fome na Ucrânia adquirem o significado próprio,de manter os bolcheviques na Rússia,de modo que servissem de um pretexto para a futura invasão “regeneradora”.

Se o Ocidente não tivesse comprado o trigo da Ucrânia ,este trigo que Stalin roubou dos camponeses,pagando preços irrisórios e de fome,talvez Stalin tivesse caído ,junto com os bolcheviques e as condições para a ascensão do nazismo e eclosão da guerra teriam se diluído.

Quando alguém,como eu,compara Hitler com Stalin,sempre um beócio de esquerda vem criticar:isto é truque das “democracias” para esconder os seus crimes,no imperialismo e a partir delas próprias ,que cometem violências e crimes,o tempo todo.

Não é esta a minha intenção e eu vou escrever um artigo mais elucidativo quanto a isto depois.Os crimes de Stalin e os de Hitler têm a mesma origem:o ocidente,a história da humanidade como um todo.

Eu amplifico os fundamentos expostos por Hannah Arendt em seu texto” As origens do totalitarismo”:acrescento mais elos e liames.Os crimes do nazismo são fáceis de destacar por causa de seus fundamentos inaceitáveis,mas os de Stalin são mais parecidos com os que o Ocidente a história cometeram e por isto investigá-los é colocar os crimes do imperialismo e neo-colonialismo no proscênio,o que não é conveniente.

As denuncias dos gulags são sempre limitadas porque objetivam diabolizar convenientemente a esquerda ,procurando os fins que Hitler e Mussolini buscavam:um pretexto de agressão e de ditadura.

Quando qualquer um de nós viaja para um país,digamos a Itália nós vemos que o “ nosso” Presidente Vargas é visto como um ditador proto-fascista ,no minimo.Mas Mussolini,neste país ,é tido como um “ trabalhista” com excessos só.

Cada povo resiste ao fato de fazer uma crítica severa de seu país e de sua história.Mesmo na Rússia muitos não criticam como deviam a figura de Stalin,porque por pior que seja um ditador,ele sempre beneficia alguém e estes beneficiários resistem a deslegitimar o que conseguiram.Esta é uma das prestidigitações dos piores ditadores:eles possuem uma parcela de pessoas que os apóiam e isto,decerto,os autentica,um pouco que seja.Assim é com Hitler também.

Jogar luz sobre este último problema é o que me motiva,como disse no inicio:transformar estas figuras em história somente e não influência politica sobre o presente.Há um historiador que diz : a política de hoje é a história de amanhã,mas às vezes a História de ontem é a politica de sempre e isto,em certos casos,é deplorável e perigoso,pois o pior da história corre o risco de voltar.

O filósofo americano George Santayanna tem uma frase-chavão sempre citada(como todo chavão):” quem não conhece a história e o passado condena-se a repeti-los”.Mas hoje estamos diante de uma fato novo:quanto mais se conhece o passado,mais se quer repeti-lo.Stalinistas,neo-nazistas,democracias ocidentais vêem no passado uma inspiração.

Desde os 200 anos da Revolução Francesa ,1989,um movimento geral de reinterpretação do passado se faz sentir:uma busca escrupulosa da verdade procura colocar estas figuras e idolos no lugar deles.

Muitas vezes eu sofro críticas por falar em Lutero,Napoleão,como se eu os estivesse defendendo,os admirasse,mas eu me refiro à sua representação e significado históricos.

Uma historiografia ,mesmo não-marxista ,em muitos países,revê progressivamente estes conceitos ,sobre personagens da História ,sobre fatos,sobre os livros sagrados , etc.

Na Inglaterra não se repete mais aqueles encômios de Robert Carlyle, a respeito de Oliver Cromwell,o qual chacinou ,na Irlanda,60 mil católicos,criando o problema que persiste lá.

Os conservadores dizem que esta postura historiográfica deslegitima o país.Certa feita eu vi um beócio texano dizer que se se questionar a tomada do Texas aos mexicanos os Estados Unidos não seriam o que são.Óbvio!

E seria terrível,dizem eles,ensinar aos jovens ,nas escolas,uma história de seu país,baseada em crimes e violências.Que exemplo seria este?Certo,não seria o caso de carregar as tintas,mas de dizer a verdade.

É justamente por causa desta verdade transmitida às novas gerações que precisamos criticar o passado.Ele não pode ser mudado(eu não matei Joana Darc) logicamente,mas isto não quer dizer que devemos repeti-lo ou naturalizá-lo,como fez Althusser ,sustentando os crimes de Stalin,como normais na História.

Quem diz isto chancela os crimes de Hitler,bem como os crimes do imperialismo,como os do rei Leopoldo da Bélgica,sendo isto mais um prova dos pontos de contato entre nazistas e stalinistas(e alguns comunistas) e com o vil passado da humanidade.

Para mim construir a utopia é usar de métodos radicalmente opsotos aos usados até agora.Ficou clara a minha posição sobre Stalin?


sábado, 13 de fevereiro de 2021

A Frente de esquerda II

 

O que acontece é que a esquerda é diferente da direita.OH!Ela não é imediatista,ela busca entender e resolver o problema social.Como o problema social é complexo,dificil,não há como pensar numa esquerda responsável,capaz de costurar uma frente de esquerda com um projetinho de poder,construído às pressas,por necessidades eleitorais.

Diante do quadro horrendo que se apresenta diante da esquerda a proposta de Boulos é válida,mas ela vai ser sempre caudatária ,se cristalizada agora,deste imediatismo..

Muitos elementos são essenciais para que se constitua um projeto para o Brasil:inserção,no tempo,da esquerda ,nas questões sociais;compreensão real e atualizada do que é a nação;legitimidade das vanguaradas de esquerda,que não podem ser só assistencialistas,mas preocupadas com a real emancipação do povo;republicanismo radical;laicismo bem fundamentado e... partidos programáticos fortes.Em outra ocasião pretendo analisar cada um destes itens.

Por agora a sua elencagem é um pontapé inicial(espero)para discussões que não se limitam a este imediato eleitoral que nos assombra.Estamos ao sabor dos acontecimentos esperando o milagre da “ ventania”,no dizer de Fernado Henrique Cardoso,para tirar o que está atualmente na cadeira presidencial.

Ao longo dos anos e desde bem o inicio deste meu trabalho,no blog sobre os livros que eu li ,sempre me referi à figura de Otávio Brandão,o ex-anarquista ,que entrou para o partido comunista e discordou do personalismo de Prestes:em um documentário,Brandão diz o que eu acho certo e é preciso ,em momentos como estes,em que a criatividade é chamada para mudar este panorama terrível,destacar aqueles que estavam certos no passado.Ele diz:” era preciso fazer o trabalho de massas o quanto fosse necessário,durante o tempo que fosse,para alcançar o poder”.

De décadas em décadas,de auto-crítica em autocrítica,Prestes(e Amazonas)sempre tonitruaram virtudes mágicas ,capazes de levar as massas ao paraíso.No tempo de Brandão,Prestes afirmou que “ bastava uma liderança como a dele para revolucionar”.Depois reconheceu que estava errado;Em 50 também ,em 64 também ,etc..,etc.

O caminho da luta da esquerda,da luta histórica ,é este,como foi feito e provado pelo partido comunista italiano.Não é poder pelo poder,é o poder com uma base,solidamente construída,legitimada por lideranças austeras ,que não são movidas pela avidez do poder,como no caso de Palmiro Togliatti,que ficou sozinho,contra o desejo do partido de precipitar uma revolução,nos anos 50.

Embora de maneira crítica(como é lógico)admito um politico assim ,que abre mão do nome,em nome do coletivo e de algo maior.Poucas lideranças na esquerda têm este grau de responsabilismo e apesar das minhas críticas,as admiro quando as vejo.Aqui no Brasil uma figura semelhante é a de Gregório Bezerra.

Estes são os pródromos da atividade politica de uma esquerda sempre moderna.

vaa


a origem da filosofia

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A frente de esquerda

 

Agora fala-se ,diante da iminência de se consolidar esta maldita direita,numa frente de esquerda.O que eu tenho dito estes anos todos é que não há como fazer uma frente deste tipo se não houver uma proposta para o país,o que os corifeus da esquerda estão dizendo agora(Boulos).

Mas não haverá proposta para o país e nem uma frente de esquerda capaz de ganhar as eleições se não se abandonar os fundamentos até agora aqui válidos para a atuação da esquerda brasileira velha de guerra e põe velha nisto:orelha de livro de Karl Marx.

Não há mais condições de excluir a classe média de um projeto nacional.Aliás não existe nação sem classe média e esta constatação vem desde o 18 brumário de luis bonaparte ,dentro da perspectiva crítica e de rejeição(da classe média)de Marx.

Contudo o inicio do século XX revelou um crescimento desta classe que é tão produtiva e inarredável quanto a classe operária.A partir de então ,mesmo a social-democracia,de inspiração marxista,teve que incorporá-la ,contra Marx.

O governo desassizado Lula/Dilma(não esqueci não)dividiu o Brasil,por não passar da orelha de livro de Karl Marx.Agora este entulho,este contencioso,atrapalha a ideia de um projeto nacional,calcado na classe operária,ou antes, nos pobres(se é que isso é categoria),porque só se fala em frente de esquerda,como se isto fosse suficiente para um projeto nacional.

Naturalmente que por trás disto aí está o conceito de nacional-popular de Gramsci,que já não é muito elucidativo da realidade atual.

Como eu já disse inúmeras vezes,já é assentado há muitas décadas,só no Brasil,que não há mais condições de defender uma hegemonia,que cerque o capitalismo.Por isto tenho dito que a nação é o próximo campo de batalha,tendo que se conectar com uma concepção moderna de internacionalismo.

Mas não se vê na inciativa e na atividade da esquerda,do PSOL,Boulos,Freixo,compreensão destas mudanças inevitáveis.


vaa


relações da filosofia com a ciência III

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

A lista de João Saldanha II

 

É possível fazer uma análise das aptidões dos criadores e realizadores na história.As suas realizações,quando permanecem,transcendem a época em que foram criadas.

O mesmo vale para um esportista:a lista de Saldanha transcende as épocas como a obra de Da Vinci e Michelangelo.

Os critérios,no entanto,usados por mim no artigo anterior a este não foram os de João saldanha.Ignoro os dele,mas não acho que sejam muito diferentes daqueles que eu usei.

Mas eu faço este artigo para contestar a ideia relativistica de que cada geração,cada época, escolhe os seus melhores e que em função dos fundamentos da atividade em cada época os criadores e realizadores são diferentes.

Isto me lembra ,quando estudava filosofia ,as críticas que certos positivistas e cientificistas de toda hora faziam aos filósofos antigos como Aristóteels e Platão.

Como estes pensadores são de uma época primitiva,inicial,em que não se conhecia através da ciência a realidade,a natureza,o pensamento deles era ultrapassado.

No tempo de minha juventude (embora eu seja jovem há mais tempo),fazendo pré-tecnico,era comum as gozações dos professores de física quanto aos erros de Aristóteles.

Desde o tempo de Galileu piadas a respeito dos antigos eram muito repetidas:a cadeira não se movimentava, ela “ queria cair”.Esta crítica ao passado até certo ponto é justa,mas não totalmente.A fisica de Aristóteles,como os trabalhos de outros autores ao longo da história,é risivel e superada em grande parte.

Mas isto não vale para todas as obras do e no passado.O meu professor Leonardo Boff desvelou em uma aula o erro desta visão:embora a quantidade de conhecimento seja importante para obter mais chances de produzir verdades e saberes,o conhecimento verdadeiro é o discernimento.Esta é uma verdade socrática:o discernimento daquilo que é mais decisivo num periodo é o verdadeiro conhecimento.O discernimento do que realmente vale e é importante é que é o conhecimento.Aquele que se apega ao conhecimento nos eu aspecto quantitativo está mais imbecilizado e einfantilizado do que Aristóteles e os antigos.

Tudo,no tempo,muda,mas as aptidões,inteligência,das pessoas, permanecem.Não tem sentido nenhum dizer que porque as técnicas arquitetônicas atuais são mais evoluidas que os arquitetos do renascimento estão superados.

Não tem sentido nenhum dizer que Pelé ,Garrincha,Di Stefano estão superados porque as condições para jogar futebol hoje são melhores.

Os critérios que usei para colocar a ordem na lista de João de Saldanha são tirados da filosofia:todo filósofo busca o fundamento do ser,a sua essência.Qual é a essência do jogador de futebol?Os elementos essenciais e fundamentais desta atividade?Passe,saber fazer o gol,cabeceio,ordem tatica( e estratégica),defesa,capacidade de impedir o adversário de atuar.Chute ,evidentemente.

Não há ninguém que tenha desenvolvido mais estes famosos fundamentos do que o primeiro da minha lista.E ele acrescenta aptidões,no seu máximo,que não são fundamentais,como o cabeceio e o drible.O técnico Zezé Moreira ressaltava uma outra característica dele:o rush,a capacidade de driblar o time adversário inteiro e fazer o gol,como ele fez contra o meu Fluminense em 61.Conheci um jogador aqui na Freguesia -Jacarepaguá,nos anos 70,Raimundo que driblava o time adversário e o dele antes de fazer o gol.

O técnico Telê disse que o drible não é essencial ao futebol,mas Garrincha o transformou ,assim como Orlando Pingo de Ouro,o cabeceador ,transformou o cabeceio.

Isto tudo sem falar na força,na rapidez de raciocinio que um grande jogador deve demonstrar,como o primeiro da lista provou num gol contra a juventus em 69.Sem falar na criatividade,etc.

O bom transcende às épocas,mas existe muita coisa boa que não transcende também e é de relevar.



O que está ruim pode piorar(e muito)

 

A eleição de Biden nos Estados Unidos lançou um clarão de esperança para todas as pessoas que têm uma preocupação social.E este clarão iluminou aqui no Brasil,pelo menos naquele momento.

Lógico que a História é consequencial,como nos mostra Helio Jaguaribe.Nada está pré-dado,muito menos o movimento.E cada momento do movimento apresenta uma realidade que não necessariamente pode ser totalmente prevista por um momento que lhe é anterior.O pensamento de Marx se esboroa todo aqui.Há sempre algo casual,algo não conhecido,uma possibilidade surpreendente.Quem não conhece isto não entende politica e história.

Lógico que o que viria depois confirmaria ou não os prognósticos de uma derrocada do atual governo de direita no Brasil.Os nãos superaram os sins,quero dizer ,os fatos subsequentes ,que jogariam um peso decisivo nesta derrocada,sobre um governo que ficaria mais isolado,depois da saida de seu patrono,não confirmaram o que se desejava.

A eleição de dois aliados de Bolsonnaro para o senado e para a câmara não só sepultou o impeachment,como consolidou a candidatura de Bolsonnaro para 2022 e com o uso da direita de um elemento do welfare state,o auxilio emergencial(que virá),o cimento da estrada para a reeleição estará fixado defintivamente.Eu nunca defendi o impeachment,porque colocaria os militares no poder.Tanto Bolsonnaro como os miliatres jogam com estes dois cenários:ou fica bolsonnaro ou ele sai e põe os seus patronos.

Continuo dizendo que Bolsonnaro é pessoalmente muito desqualificado individualmente para o cargo.Desde que entrou na politica pós redemocratização ele integrou um grupo que visava se defender de eventuais revanches da esquerda contra o então superado regime militar.Se esta defesa implicasse num projeto de poder,eles estavam preparados,quero dizer a entourage de Boslonnaro:os militares.Bolsonnaro é uma fachada.Impedi-lo de governar não é um meio de tirar a direita do poder.

A culpa do fracasso dos prognósticos é não só disto aí,mas também da ausência total da oposição,da esquerda,que eu espero estar elaborando alguma alternativa a esta catástrofe.Se não for assim o meu pior prognóstico de continuidade desta direita furibunda vai se confirmar e os efeitos serão os piores possíveis para o Brasil.

A esquerda,a oposição, só terão o momento da eleição para confirmar aquilo que certa vez o presidente Fernando Henrique disse:no Brasil o candidato presidencial que faz ventania é o que ganha.

Mas ele sabe que o que explica esta ventania é a sócio-psicologia:o povo brasileiro não é ideológico(embora ninguém escape totalmente dela),nem programático.Quando se identifica com uma pessoa,com alguma coisa;quando é mobilizado por algum acontecimento ele se volta para um candidato.

Não estou identificando o que a esquerda e a oposição podem fazer para criar este ventinho salvador:sem concepção para o Brasil,falha típica de quem,no caso delas ,só se preocupa com Cuba ,Venezuela e Evo Morales.

O futuro é macabro.