Diante
deste quadro supra citado,da falta de uma candidatura sólida da
centro-esquerda,e constatando que ela já está numa condição de
fraqueza e decomposição,a situação adquire contornos ainda mais
dramáticos em face da necessidade fundamental de parar esta
polarização.
A
centro esquerda não existe mais .O que há é um centro mesmo,o
fisiologismo geral,que não tem um projeto além de seus interesses
próprios.
A
crise,no entanto,que opôs,esta semana,o General Heleno e o
Congresso,marca um ponto a favor deste último,na medida em que o
parlamento tem se recusado a refletir pura e simplesmente os
propósitos autoritários do presidente.Por pior que seja ele não
vai s e colocar contra as bases e muito menos contra si mesmo,dando
uma força a um primeiro mandatário muito fraco.O que o general fez
foi uma provocação,mas também expressa uma desconexão entre o
proejto autoritário e a disposição nacional em aceitá-lo,fato que
nos tem salvado do pior até agora.
Mas
seguem os perigos à democracia e o meio de protegê-la não é só o
Congresso,mas um conjunto de forças politicas capaz de assegurá-la.
O
presidente Fernando Henrique também se manifestou nesta semana
quente,afirmando a falta de liderança no Brasil de hoje(menos
ele),supostamente,interpreto,capaz de equilibrar e moderar o país.Mas
não é só uma questão de liderança,embora esta posta ajudar e eu
ache que,por falta de outra,tem que ser o ex-presidente.É uma
questão de fazer do centro um sustentáculo da democracia.
Por
princípio democrático a oposição deixa o governo governar,mas
,por sua própria definição de oposição ela não pode deixar de
propor à nação soluções para os problemas essenciais,que não
são estes que ocupam o noticiário insistentemente.
A
verdade é que a oposição não está identificando o problema no
seu fulcro,que é o da democracia.Não é só por uma questão de
medo de um golpe,mas de criar as condições para o Brasil sair da
crise do desemprego,o mais rápido possível.
O
fenômeno da acefalia que vem rondando os governos desde o segundo
mandato de Lula ,vem aumentando dramaticamente:a direita propõe
soluções de força e a oposição não faz nada, a não ser jogar
gasolina para apagar o fogo.O PT disse o óbvio:a greve dos policiais
é uma provocação da direita.
Mas
não tem jeito ,para quem quer preservar a democracia:é preciso
reconstruir o centro,achar uma candidatura e tentar comprometer o
povo com um projeto essencialmente moderado,que sepulte os extremos
de vez.