quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Tristes dias da politica

 

Jamais podia imaginar que no final da vida eu fosse bater de frente com este nivel de politica.E olha que no passado eu já achava muito ruim.

O coro comendo aqui embaixo e a preocupação das midias e dos politicos é a perna do Sr. Lula,o seu casamento de luxo.

Os termos que os politicos usam são os piores possíveis.Outro dia o jumento presidente recebeu um salame de presente e fez uma observação grosseira sobre a homoafetividade do governador do Rio Grande do Sul.

Eu sou muito crítico aos politicos do passado e não sou propriamente um saudosista;havia porcalhão também no passado.Mas havia igualmente politicos que pelo menos se preocupavam com coisas fundamentais.

E também predominava uma ética,critérios de conduta.

Todo mundo sabe da minha postura crítica em relação aos comunistas e especialmente àquele personagem que me formou,Prestes.Prestes exagerava.Vivia não do seu trabalho,mas do partido,coisa que eu acho um erro,porque só se pode intervir para mudar o mundo,se você o conhece e a forma melhor de conhecê-lo é trabalhando,não só,mas também e principalmente.

Mas eu admirava e até certo ponto admiro o seu desprendimento pessoal,o seu republicanismo um pouco truncado de se colocar sempre abaixo dos problemas da coletividade,entendida por ele como a maioria proletária.

Nunca eu vi Prestes colocar a sua figura em si acima das necessidades desta coletividade.Apesar de sua conexão com o stalinismo,a sua ética era esta e sempre se preocupava em entender os problemas sociais para propor soluções e ideias.

Quer dizer ,os politicos que estão aí,notadamente de Dilma/Lula para cá não estão nem aí para compreender a realidade nacional e propor soluções.

O desemprego é imenso,fome e violência e não há empenho nenhum em se debruçar sobre isto e propor,o que seria um alento de esperança para os que vivem aqui embaixo.Um desastre.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Homenagem a Paulo Freire

 

Os 100 anos de nascimento de Paulo Freire foram comemorados na última sexta-feira. Fiz algumas observações num artigo anterior sobre ele,relativizando a sua contribuição,mas não a negando.Repito que considero o patrono da educação brasileira Anisio Teixeira,porque ele abordou o problema em vista da nação.Quer dizer, conectando com os aspectos totais da formação social brasileira ,que não se resumem só ao problema de uma classe ou dos “ oprimidos”.

Contudo ,num único aspecto ele tem um significado nacional e mais do que isto,um significado de “pai da nação”:o de ter alfabetizado países inteiros,ajudando-os a evoluir.

Hoje há um consenso universal de que a saída dos povos é a educação.Quer dizer,uma saída pacifica é a educação e neste sentido,entre outros,avulta em importância a contribuição de Paulo Freire.

Paulo Freire teve a competência e o privilégio de ser um dos fautores pioneiros desta nova via de progresso.No passado predominaram o Imperador Meiji e Bismarck como “ criadores de nações”,hoje temos um caminho iniciado por um educador simples.Isto é um ganho para o Brasil,uma vantagem em relação aos outros povos.

E persisto dizendo que é mentira da direita acusar Paulo freire de ser o responsável pelo analfabetismo funcional da universidade e da escola,privilegiando o raciocinio concreto em detrimento da abstração:tal coisa foi criação mesmo da direita,na ditadura,usando Piaget(sem perguntar a ele se podia).

Não se falava em Paulo Freire na época,por causa do risco de prisão.A razão pela qual a esquerda resvala para um certo analfabetismo diz respeito à trajetória mesmo do marxismo brasileiro,influenciado pela ortodoxia soviética,que ainda reverbera.


palestra sobre assédio fim da vitimização

domingo, 19 de setembro de 2021

Porque uso “ Euzinho”

 

Petição de Principio

Tem gente que fica chateada porque uso muito o pronome “eu”,às vezes “ euzinho”.A minha vida toda eu “ aprendi” a usar o pronome “ nós”,como revelador das minhas carências (in-)satisfeitas e como projeto de vida.

Todo mundo sabe que fui defensor do socialismo real,fui comunista (ainda tenho um pezinho neste último),na juventude e em todo o século XX.

Adorava aquelas propagandas de Garibaldi em que ele ressaltava o nós ao invés do eu: “não diga eu,diga nós´”.Mas,quer queiramos ou não ,saímos da infância.Talvez Nelson Rodrigues tenha razão ao recomendar aos jovens que “envelheçam”.

Por baixo desta “infantilidade” está o desejo de se integrar ,de fazer parte de um movimento,que tão mobilizador,parece previamente vitorioso.Mas dialéticamente falando subsumir a individualidade no coletivo não é certo nem possível e sempre que se força ,o problema está feito.

Os meus artigos têm exposto a minha compreensão de que a subsunção do indivíduo cria as maiores distorções,da psicologia das massas ao totalitarismo.

Em função disto a minha tendência ,hoje,é priorizar a individualidade,a autonomia do indivíduo ,propondo uma relação mais equilibrada entre o coletivo,que é uma abstração ,e o indivíduo,que é real.

O equilibrio se dá pelas mediações entre este indivíduo e o estado,mas também ,a profusão de mediações revela incapacidade do coletivo e do indivíduo de se governar e dar sentido à sua vida.Muito menos a pura inserção deste último num projeto abstrato está apta a garantir um sentido coletivo ,protegendo ao mesmo tempo o indivíduo.

Sendo dominado por estas reflexões todos os dias caiu-me nas mãos o romance do dissidente russo Zamiatin “Nós”,em que ele analisa estas questões.E como decorrência desta leitura tomei a decisão,dentro do meu estilo de escrever,de fazer o oposto do que fiz na vida e ressaltar o indivíduo,a começar por mim.



palestra sobre assédio III

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Neymar,Neymar,leia Maquiavel

 

Neymar há anos se revolta com butinudo atrás dele.Mas na vida como no futebol,quem se destaca e é melhor é “vítima” deste cerco.

Mas Maquiavel,no Principe, deu um conselho para sempre a todos os politicos:aquilo que vem para lhe prejudicar, transmuda,devolve de modo favoravel a você.É o popular a vida te manda quadrado,você devolve redondo.

Há que entender que isto é uma inevitabilidade da gregariedade humana,como dizem São Tomás de Aquino,Aristóteles e Max Weber.

O futebol é uma forma especifica de gregariedade humana e portanto aspectos politicos de inter relacionamento estão presentes nele.

Usa Neymar então estas verdades para transmudar em seu favor aquilo que lhe é imposto através dos pontapés dos adversários.

Há um outro autor também importante ,rawls, que diz que aquilo que é inevitável deve ser aceito,porque dói menos.O que está de acordo com a oração,não é?:” senhor dai-me sabedoria para não querer mudar aquilo que não pode ser mudado”.

E Rousseau,no “ Contrato Social”,diz que a força não cria nada.Ela é destrutiva e auto-destrutiva.Então você deve considerar todo butinudo como alguém que vai se diluir como farelo,se você usar a cabeça.

Eu sou tricolor.Quando eu ia assistir com meu pai o Rivellino jogar ficava admirado como ele cavava faltas na frente de área.Rivellino era um desespero na frente da área.Eu via o drama que era para as zagas adversárias a movimentação dele na meia-lua.Elas se concentravam nele e sobrava espaço nas laterais para ele lançar.Mas as faltas eram um recurso que ele tinha para praticamente “ bater um panalti” da entrada da área.Era outro desespero armar a barreira...

Mas o que ele fazia para cavar estas faltas é que é interessante:Rivellino ficava junto do cabeça-de-bagre da defesa sabendo que o mesmo ,quando a bola chegasse, iria enfiar um pontapé nele.Assim que ela se aproximava e chegava perto Rivellino virava-se por cima do beque ,por cima da perna e da botina e induzia o juiz a marcar a falta.Não raro o juiz marcava.

E o exemplo mais extraordinário deste capacidade de transformar o que lhe é desfavorável em algo bom,é a postura de Pelé no jogo Brasil e Uruguai em 70.

Pelé realizou grandes lances geniais,mas para mim pessoalmente o segundo gol contra os uruguaios é um exemplo notável de genialidade,experiência e liderança no jogo.

Pelé era muito caçado também .Então ele criou uma situação tática que eu já ressaltei em outro artigo,mas que os colunistas aí sempre citam:Pelé se deslocava para a sua intermediária ,perto da meia-lua de seu campo e atraía o time adversário,a marcação do time adversário para o meio-de-campo.

Num determinado momento ,alguém,da meia-lua(penso ter sido Clodoaldo)deu um passe para Pelé,que estava nesta posição recuada.O jogador uruguaio(não me lembro quem era ,se esfarelou)foi para quebrar Pelé,mas ele com um toque sutil passou para Tostão que deu um dos seus passes históricos para Jair que só encontrou um zagueiro,que não foi capaz de evitar o gol do ponta da seleção.

Neymar,usa a sua inteligência e estes exemplos para diluir estes brutamontes aí.


terça-feira, 7 de setembro de 2021

O golpe

 

O golpe do animal

Realmente,com os fatos de hoje ,7 de setembro,estamos aptos a dizer que o golpe foi deflagrado,quer dizer a sua tentativa,o seu primeiro tiro.

O que caracteriza em ciência politica um golpe é assunto controverso.Jarbas Passarinho costumava diminuir a ditadura militar levando em conta a conceituação de Maurice Duverger ,para quem quando alguém é impedido de chegar ao poder é porque já há uma ditadura.

Não é muito frequente a imposição de uma ditadura,de pronto,de plano.Assim de chofre só lembro do golpe de 1937 dado por Getúlio.

De modo geral os golpes são processos,expressando uma verdade da politica e da ciência politica:não há um conceito únivoco,definitivo, para certas ocorrências como um golpe de estado.

Então,como sempre ,há que reter alguns elementos constitutivos de sua definição.

A bem da verdade a questão começa com a concepção politica de São Tomás de Aquino ,para quem há direito de sublevação quando um principe cristão governa o seu povo sem levar em conta principios cristãos.No sentido contrário o principe que age assim,está impondo uma ditadura.A ditadura é consequência de um golpe.A revolução pode se tornar uma ditadura ou usá-la como técnica de alcance do poder,mas a imposição é sempre um golpe,porque é um ato de vontade sobre o meio politico.As revoluções expressam os desejos sociais,liberando-os.

O modo como se implanta uma ditadura surge históricamente com a Revolução Francesa ,relevando o fato de que determinados grupos se sentem no direito de tomar diretamente o poder por alguam razão,contra os principios legais,normativos e morais que informam uma sociedade.Quando este arcabouço não soluciona os problemas reais da sociedade dá-se um golpe ou,numa perspectiva mais ampla ,faz-se uma revolução.

Desde então o problema dos golpes se reproduziu constantemente inclusive e principalmente na França.

Os golpes são dados dentro de contextos prévios que os facilitam e por isso não são atos de vontade apenas(embora a decisão se mostre com clareza),mas atos de vontade que servem de intersecção de diversos outros elementos que os possibilitam.

Então mesmo os aparentemente golpes simples são processuais,no sentido d e sua realização , estabelecimento,efetivação e legitimação,não necesssariamente nesta ordem.Ás vezes a legitimação está dada antes ,como em 64.

E também a percepção do golpe não é univoca,não é de todos.Quando Hitler incendiou o Reichstag e reprimiu os partidos “de inspiração marxista” ,como ele disse ou “ os de oposição” ninguém considerou que a ditadura tinha sido implantada,só quem fora reprimido.Ma s a ditadura já o é aí neste momento.

Apesar do caráter processual ,há um momento em que não se pode ,por pequeno que seja,negar um traço essencial e de presença real da ditadura.A ditadura se formou aí.Pode retornar ,mas este momento foi ditatorial ,sendo uma condição de continuidade.

Não é o impedimento do outro de chegar ao poder,mas atingir o fundamento da organização politica de modo a favorecer um grupo só,uma parte só da sociedade.

Paulo Bonavides diz em seu manual de Ciência Politica que o golpe de estado significa simplesmente a tomada do poder por meios ilegais,mas esta definição não expressa a complexidade do fenômeno,porque historicamente nós vemos ditaduras sendo implantadas por meios legais.Seria melhor dizer que o golpe de estado atinge a sociedade nos seus alicerces normativos.

Igualmente é dificil pensar num golpe que não seja contra alguém,mas nos antigos países do socialismo real,a partir de Stalin e a constituição de 37,imagina-se que a maioria não podia impor uma ditadura sobre ela própria.Algo semelhante deve se dizer sobre o nacional socialismo de Hitler.

A meu ver o que carcteriza o momentum crucis do golpe e da sua consequencia lógica, a ditadura é:quando um grupo social é o único a dominar o processo politico decisório.Quando este grupo é o favorecido pelo ato de vontade.

Se Bolsonaro tira fora o ministro do supremo Alexandre de Moraes,por menor que seja este ato,ele e o seu grupo são favorecidos ,deixando de fora o país todo.No entanto se o país todo fosse beneficiado,o processo politico se paralisaria do mesmo jeito,por vontade unilateral.

A ditadura prossegue ao longo da história mas o processo politico,suas possibilidades, está inevitavelmente parado.

Em principio ninguém está excluido deste processo politico,mesmo criminosos.Quando se exclui alguém,um só,a politica está comprometida por um golpe.

E esta abertura da politica,para se desenvolver,para solucionar problemas, se rompe,se impede, quando a soberania é tolhida e a soberania não é mais cristã ,monárquica ,racial ou proletária,mas cidadã,jus-humana,isto é,de direitos humanos.


Porque não tenho falado de futebol

 

Porque as pessoas não compreendem bem o arco de interesses que eu tenho e a sua inter-relação e ficam dizendo que é muita coisa que o futebol não se integra no meu projeto.

Pelo contrario ,o futebol é uma manifestação cultural,histórica,politica.Nada se reduz a si mesmo,muito menos o futebol.Qualquer coisa que exista é parte de um todo ,é um ponto de intersecção de diversas mediações.

Lógico que se pode escolher uma delas e ir sempre no caminho,mas a minha perspectiva aqui é buscar o todo,o todo possível,até porque ,como pesquisador em filosofia tenho que ter esta visão deste problema.

No entanto aquela pessoa que se fixa numa mediação só ,embora se profissionalize ,perde muitos dos elementos constitutivos do objeto em análise.

E mais do que isto não percebe muitas das consequencias do seu fazer profissional.Quando alguém se forma numa universidade quer apenas fazer bem o seu trabalho e ganhar o seu dinheiro,mas as referidas relações e intersecções obrigam a considerar,obrigam o profissional a considerar outras questões,para além de chegar num escritório e voltar para casa depois.

O futebol brasileiro se profissionalizou ,mas ele mudou a história do Brasil e por tabela as relações politicas do Brasil com o mundo e também e principalmente as relações comerciais.

Mas isto tudo só é possível porque o Brasil mudou através do futebol,saindo do gueto,do canto.

Assim como no futebol,em outras atividades,por mais que alguém seja profissional a melhora da sua atividade,que é uma exigência, extrapola pura e simplesmente a obrigação profissional.

Deste modo a análise do futebol,bem como de qualquer atividade, não prescinde,para ser a mais exata possível,de considerar outros elementos e mediações aparentemente sem nada a ver.

Existe explicação para o que acontece hoje no futebol brasileiro,mas vendo só o aspecto imediato,profissional,não se conseguirá extrair as razões dos fatos.

Em todos os lugares se vê que o futebol brasileiro está perdendo suas raízes culturais distintivas,em favor do dinheiro fácil,da reprodução continuada do capital,passando por cima da sua fonte geradora:o esporte com suas características culturais,sociais e históricas e que levaram o Brasil a ser um país reconhecido e entrar na comunidade internacional.

Isto só foi possível proque o Brasil guardava uma identidade diferenciadora em relação aos outros países.Ele trazia riqueza,algo mais a esta comunidade.

O que se vê hoje é uma mudança de época.Costuma ser natural que uma geração substitua a outra e que neste processo uma época seja superada por outra,mas não raro ,dependendo das condições culturais e históricas é mais que legítimo pensar numa continuidade transgeracional.

É assim com o futebol no Brasil,porque ele expressa a média ética e psicológica do povo brasileiro que ainda predomina ,mas está sendo progressivamente excluida pela manipulação que o dinheiro ligado ao futebol do primeiro mundo e de alguns lugares ,especificamente o mundo árabe e a China,está fazendo.

Não vou repetir análises feitas por mim em outros artigos.O que quero acrescentar é que com esta exclusão a midia ligada ao futebol está sendo progressivamente deixada de lado.

Uma vez que o povo brasileiro não vai mais aos estádios e não estou me referindo à pandemia,toda a ambiência em torno do espetáculo fica falando e narrando para o vazio.

Mas o que é mais escandaloso ,mas muito natural no Brasil,é que este entorno contribui para tanto,na medida em que,como eu disse acima,só olha a ponta do nariz,o aspecto meramente profissional do futebol e horribili dictu , o aspecto meramente financeiro.

A vitória na vida é o crescimento do capital no bolso,mas o capital que impulsiona muitas vezes o progresso,dependendo do seu uso,neste caso está destruindo o futebol e parte essencial do Brasil,aquilo que o Brasil construiu a partir de 58.

O povo brasileiro continua em grande parte sendo aquele que tanto encantou o argentino gringo Doval:irreverente ,cáustico sem letalidade e costumeiramente liberal.É justo que se busque a continuidade da tradição futebolistica, a ginga,a irreverência,porque elas não morreram.Mas podem vir a falecer se estes modos de condução do problema continuarem e se não houver um recuo quanto a esta relação carnal da midia(principalmente rádio)com o poder e o dinheiro.

O grande risco é que na voragem do tempo o povo brasileiro se modifique,se adapte,se transmude em europeu,esquecendo o futebol,no que seria uma derrota cultural histórica.E isto já se vê na relação com a seleção brasileira.Se isto acabar o capital também acaba.Aliás para o Brasil ele nem é tão importante ,porque quem leva o que o Brasil produz são só chineses,europeus e árabes.

Não tenho falado sobre futebol porque estas minhas ponderações são vistas como comunismo,apoio à esquerda,capitulação diante do movimento do lgbtqia+ etc,etc.mas é só defesa da capacidade produtiva do povo brasileiro,segundo princpios liberais,de Locke.

Mas vou tentar recomeçar.


sábado, 4 de setembro de 2021

O golpe é ruim mas tem coisa pior

 

Eu ia ficar sem dizer nada,para não criar mais animosidade no clima atual do país.Aqueles que disserem que é pretensão minha falar isto eu digo que já sou lido por todo mundo.

Mas resolvi dar a minha opinião sobre os acontecimentos que parecem culminar com o 7 de Setembro.

Desta vez há um medo real de retrocesso.Não há certeza,mas risco.E quem conhece a história e vivenciou outros momentos sente que nada está bem.

Mas ,consentâneamente com as análises que tenho feito aqui,há algo pior do que o golpe em si ,que torna o Brasil inclusive muito parecido com os Estados Unidos atual:o problema da politica no seu cotidiano,nos seus intersticios,quer dizer, “por debaixo”, assume um papel e um peso ainda maiores do que o que acontece “ em cima”.

O esforço da direita em criar este barulho imenso revela uma certa fraqueza politica,mas cuidado!,no plano do cotidiano,do dia a dia,esta forçação” tem reflexos,revérberos e … continuidade.

Foi por isso que Trump fez o escarcéu antes de entregar a contra gosto o mandato:aos historiadores caberá provar que talvez estas inflexões à direita de Biden seja uma impossibilidade dele de governar.Os cartéis da guerra adquiriram tanta força com o escarcéu da direita que ele não pode recuar.

Mais um efeito grave da decisão desastrada de Biden de sair do Afeganistão:o enfraquecimento de sua autoridade e dependência cada vez maior do conservadorismo americano(para não dizer direita).Como eu disse:se fosse no final do governo a direita voltaria ao poder.

Aqui no Brasil ,sucede algo simile:todo este ruido é para ,independentemente do golpe,manter a direita como força a ser considerada nos próximos anos.

Tal foi a herança que o governo imbecil Lula/Dilma deixou para o Brasil.Mas eu não vou retornar a esta análise que eu já fiz.O Brasil nuca teve direita.Agora tem.E esta direita usa estes truques para permanecer,para fincar pé e quem sabe nunca mais sair,se colocando sempre como alternativa.

Os setores democráticos,que não falam nada,estando quietinhos,no cantinho,podem estar argumentando que é pior confrontar,mas diante desta base analítica eu me pergunto se isto não é omissão,omissão criminosa ou até conivência com esta situação toda.Se não há um cálculo de se aproveitar de uma eventual nova situação.Quero acreditar que não,mas que parece,parece.O silêncio induz a pensar assim.