segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

as minhas interdisciplinaridades

Nelson e os comunistas(brasileiros)

 

Os comunistas brasileiros usam muito as críticas aos costumes brasileiros para colocar Nelson na condição de “ homem de esquerda”,mas como eu já desmascarei este truquezinho,Nelson nos venceu como homem de direita e como homem de direita nos mostrou erros capitais ,como no caso da passeata dos cem mil.

Num artigo famoso,ele acusou os comunistas de só falarem de Cuba,China,URSS e nada sobre o Brasil.

É daí que as minhas reflexões surgem sobre o problema da incorporação da mediação nacional na luta internacional para superação da questão social.

Até hoje o que faz a esquerda brasileira é importar modelos de outros países,na maioria fracassados:Dilma importou da China;alguns importam de Cuba(psol);Stedile importa Mao;o melhorismo italiano e assim por diante.

Isto tudo é por causa de duas coisas:desprezo pelo Brasil e egocentria.Como os comunistas não se inserem na vida social brasileira(até porque não se empenham)e como não obtêem retorno, se fecham numa egocentria em lugar pequeno,barulhenta,mas que só dá azo à direita.

Assim todos adquirem um nome pomposo se associando a figuras históricas internacionais,integrantes de um movimento a ser bem sucedido no futuro.

Mas a análise verdadeira é aquela de Nelson sobre a passeata:a esquerda brasileira é ruim e inócua,até porque não se empenha em conhecimento nenhum,esperando que a revolução internacional venha aqui garantir a justeza das suas ideias.É a miséria do internacionalismo,o lado ruim do internacionalismo,que eu tenho analisado aqui.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Os comunistas e a eternidade

 

O neófito de comunismo como eu fui um dia ,aprende este pensamento a partir da crítica à ideologia capitalista que defende a sua eternidade.Criticar o comunismo é,ipso facto,defender a eternidade do capitalismo.

Desde Adam Smith até Fukuyama há uma ideologia justificadora da permanência eterna do capitalismo.Todos os regimes e movimentos na História,de um jeito ou de outro,procuraram este eternidade.

Mas como um ser finito no tempo como o ser humano pode pretender ter acesso a esta eternidade?E quando eu faço críticas ao socialismo real aqui os radicais me rebatem afirmando que eu defendo esta eternidade,diante da minha constatação de que o socialismo real caiu e acabou.

Mas eu respondo como Lester Turow,guru de Clinton:se levarmos em conta que se pode defender a legitimidade e continuidade de um regime pelo tempo de sua permanência nós teríamos que propor a volta do feudalismo,que durou 1000 anos ou ,como faz a ultra direita americana,a escravidão,que durou 6500 anos.

Quem tem mais direito de propor a eternidade em torno de si do que a religão?O marxismo que durou 150 anos?Ou a Suécia que tem 600 anos?A religião acompanha a humanidade desde que ela existe.

A discussão não é o do tempo em que uma proposta fica ,se sustém.É o que dá vazão e expressão aos desejos mais gerais da humanidade como um todo.

O comunismo,que não é criação de Marx sozinho,quer que todos tenham tempo livre,como o capitalista tem;quer que todos tenham acesso aos bens produzidos por todos a qualquer momento,mas conseguir estas coisas não é fácil,não é possível por um ato de vontade,como quis Lênin.Há uma exigência de pré-condições subjetivas e objetivas para se chegar lá.

Num certo sentido,como eu já tenho dito,admito que as formas transicionais capitalismo/socialismo podem ser definitivas ,mas quem sou eu ou você leitor,para dizer que isto é eterno?Os países transicionais ,como os nórdicos,Austrália,Canadá,não são transicionais necessariamente para o comunismo ou outro regime.O são na medida em que se inter-relacionam,em que o melhor de cada um é preservado,mas fundamentalmente porque uma verdade foi estabelecida pelo esforço do socialismo,da esquerda em geral:o capitalismo e o mercado têm que ser controlados sim.

A forma e os fundamentos de como fazer isto definem o nosso tempo e o que se pode fazer nos dias de hoje.

Não estou dizendo que a social-democracia é o fim de tudo,que é a eternidade.Estou dizendo que é o possível a fazer,reunindo a liberdade com as carências sociais.E a social-democracia que conhecemos,também se esgotou,também deve se renovar.É uma exigência normal da vida o renovar-se e a esquerda é a que mais resiste a isto na História.

O problema é que a partir de Marx e da Revolução Russa se não houver a inter-relação dialética entre a matança e supressão da burguesia e a construção da utopia é traição,fascismo,etc...

Olhando a História,como eu já disse em outro artigo,quanto tempo levou a burguesia para suplantar a aristocracia?Quase mil anos.E nem sempre ela o fez de modo violento:a invenção da monarquia constitucional foi uma forma de diluir progressivamente a aristocracia aburguesando-a,como mostra Tomaso de Lampedusa em “O Leopardo”.

Os processos violentos atrasam a história,porque criam resssentimentos,destróem estruturas que poderiam permanecer e ajudar na construção do futuro.

Os processos revolucionários que não têm propostas baseadas num presente bem conhecido,que não são atualizados,se voltam para o passado ou se impõem pela força.

Mas se estiverem bem fundamentados diluem o antigo regime com calma,como foi em 1640,na primeira revolução inglesa e na revolução gloriosa de 1688.Nunca houve uma revolução tão pacifica como esta última.

Os regimes transicionais como os que eu citei acima,identificados com nações quase milenares,tém uma forte potencialidade de eternidade,como estas nações,mas ninguém sabe o que vai acontecer no momento seguinte, no futuro e quanto ao comunismo, são estes países,unidos a outros,que têm mais condição de enveredar por ele,se quiserem ,não obrigatoriamente.

Há muitos anos li a auto-biografia de Raymond Aron,o sociólogo francês,o “ Espectador Participante” ,quem,no final,concede uma entrevista a dois jornalistas radicais.Lá pelas tantas um destes jornalistas lhe pergunta como ele vê o mundo numa perspectiva de 100 anos ao que ele enfarado responde:” Como vou saber?”.

A mania de dialética,de que a dialética é o movimento geral de tudo,criou este delirio profético de que é possível fazer previsões sociais como a ciência natural faz para os fenômenos que estuda,mas são duas áreas diferentes.

história da direita I

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Publicação de Freud e o Pai terceira edição


 

Governo de criminosos

 

Muita gente pensou por aí que eu tinha recuado depois de tantas críticas ao meu furor polêmico e crítico,mas estou aqui de novo para exercer o meu direito de cidadão livre de protestar e mandar às favas quem,na politica,deixou o país chegar nesta situação calamitosa,quase de guerra e de regime totalitário(à esquerda e à direita[e ao centro eventualmente]).

O presidente atual do Brasil já podia ter sofrido um impeachment,só pelo fato de ter se recusado a enfrentar a pandemia e protegido o povo brasileiro,como é de seu dever como servidor público transitoriamente(esperamos)colocado na condição de governante e especificamente Presidente da República.

Mas tudo o que está ruim pode piorar.Agora esta omissão inicial ganha aspectos mais complexos de cinismo:é assim mesmo,é como uma gripe,foi sempre assim,até achar a vacina pessoas vão ter que morrer,” AMANHÃ VOU EU”.

Nós estamos vivendo no Brasil aquela mesma situação em finais de guerras em que a paz é posta na mesa ,mas esta esperança aumenta o sofrimento e a tensão porque a sua chegada ,a sua chance,cria em todos a expectativa óbvia de que todos podem ser salvos e de que ninguém vai morrer na melhor hora,a hora final.

Mas como em 1918 e 1945,muitos morreram a poucos passos da paz suave tão desejada,por culpa de gente assim como este “ nosso” presidente.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

A culpa dos chineses V

 

Esperei este momento de decisões fundamentais sobre a pandemia que assola e assusta a humanidade,porque não pàra,para discutir algumas questões atinentes a este problema,no contexto de minha postura crítica em relação aos chineses.

Eu vou dizer uma coisa aqui que eu considero histórica:eu acho que os chineses têm o dever de indenizar o mundo todo e principalmente as famílias dos entes queridos que morreram.

Em termos da “ ciência “ administrativa há uma dicotomia:atos de império e atos de gestão.Há uma corrente no direito internacional público que defende a extensão desta dicotomia administratva para a comunidade internacional.

Assim como há um direito que sustenta a reparação do cidadão comum atingido pela ação dos estados em geral e dos totalitários em particular,deveria,segundo esta corrente ,haver uma responsabilização trans-nacional,internacionalmente comunitária.

Aí entra esta dicotomia,esta antinomia.Pelos atos de gestão de um governo sobre outro ,seguindo a definição administrativa dos atos de gestão,havendo consenso e aceitação para estes atos não haveria porque uma reparação.Atos de gestão são os atos praticados por uma administração que não são contra os adminstrados,que não exigem a supremacia sobre os administrados.

Os de império são aqueles que o exigem,que se fazem passando por cima dos adminstrados.

Não há uma administração da China sobre o mundo,mas depois da declaração dos Direitos do Homem ,todos os seus signatários se comprometeram respectivamente a respeitar este conceito de comunidade universal,cuja medida é o respeito aos vizinhos.

Em princípio os atos de gestão do governo chinês não fundamentam uma reparação,pelo que se disse acima,mas igualmente porque não há uma lei prevista quanto a isto.Contudo há o fato,há o dano.

As teorias conspiratórias surgidas apontam para uma possível intenção imperial dos chines ainda não provada.O que está provada foi a negligência do governo chinês no aviso dos perigos que o virus representava.Até ao presente momento só a negligência culposa tem como ser-lhes atribuída.

Mas com ou sem os atos de gestão ou de império, a responsabilidade factual dos chineses pode e deve ser apurada. E tal instituição colocada no plano da comunidade internacional.

Ninguém me tira da cabeça que as reclamações do G-8 sobre a Amazônia não são uma forma de fazer esta institucionalização da responsabilidade das nações quanto à segurança da comunidade internacional.Só não aconteceu até agora porque prmeiro é falso que a Amazônia seja o pulmão do mundo.O pulmão são os oceanos.E segundo porque se fosse assim os países,inclusive do G-8 ,seriam responsabilizados por muitos de seus atos irresponsáveis:a ocupação de guantánamo pelos Estados Unidos;a invasão do iraque pelos Estados Unidos;o papel da Alemanha no caso da Grécia;o papel da mesma Alemanha e da França no caso do separatismo catalão;a omissão geral no caso da Siria e ,entre muitos outros, o irresponsabilismo da China.


mais economia politica toda ciênca é transcendente

sábado, 5 de dezembro de 2020

primeiro esquema de divisão da história das idéias econômicas

As eleições

 

As eleições municipais no Brasil terminaram e elas ,como já se sabia ,têm e terão uma influência no Brasil e nos próximos pleitos.Nestas horas todo mundo puxa a brasa para a sua sardinha:ganhou a centro direita,os fisiológicos, a centro-esquerda é sempre assim.

Eu mesmo aqui posso correr este risco de puxar este foguinho,mas pelo menos não há interesse aqui senão o do cidadão,inserido num processo social e politico altamente prejudicial(para ele[euzinho]e para todos),agravado pela pandemia.Então é nesta perspectiva que trato aqui do que ocorreu domingo.

Não é verdade que um dos lados ganhou.O centro ganhou e cada lado fica,como disse,puxando para o seu lado a vitória.Mas de fato as possibilidades subsequentes de que cada um dos lados se aproveitar é real.Mas neste caso quem saiu na frente?

Na medida em que não houve uma vitória acachapante do governo,um governo muito dividido e que oscila em termos de aprovação,ele perdeu.

A História,como disse Helio Jaguaribe,é consequencial:o passo seguinte pode mudar tudo,toda a situação,mas foi um baque para o governo e para o que passou: o PT.

Há um desejo real de acabar com os extremos.Todo mundo fala isto e tenho a impressão que dei uma contribuição para este desejo coletivo...

Mas não há como dizer que a direita foi superada e como a esquerda costuma não aceitar as suas derrotas,vai cometer os mesmos erros e ajudar nesta possível continuidade do governo.

Quero dizer:o PT foi dizimado ou pelo menos o lulo-petismo.Esta é a oportunidade de renovação,de reformulação das ideias e esquecer a obsessão de Lula.

É daí ,desta renovação,que há de nascer um novo centrismo.Mas a História é consequencial.