A vitória de
Crivella no Rio de Janeiro consagra o atraso mental do Brasil,que em vez de ir
para o caminho da laicização,faz uma identificação entre religião e política que
só levou,em outros países,a problemas graves.
Por mais que o
candidato reforce o seu caráter laico,por mais que diga que respeitará esta
disposição constitucional,ele não vai chegar a uma posição de destaque como
esta,com a ajuda da Igreja Universal,sem dar nada em troca aos seus
apoiadores,por tabela,favorecendo os preceitos religiosos em geral e a festa
que o Pastor Silas Malafaia já fez ontem com a vitória de Crivella,demonstra
isto.
O Rio de
Janeiro,sendo a caixa de ressonância do
Brasil,servirá de modelo para este retrocesso em outros lugares,porque o que as
religiões têm a oferecer ,em termos eleitorais,aos candidatos, não está no
gibi.
As discussões políticas
cederão lugar à pura identificação personalista com os candidatos,porque os
valores que serão levados para as eleições ,serão previamente decididos nos templos e cultos.
A consciência de
rebanho consagrou um fenômeno terrível deste processo eleitoral,que é a vitória
da anti-politica.Em dois estados do Brasil,embora a religião não esteja
lá,predominou esta idéia,que não é muito diferente da de Crivella:de um lado,o
gestor Alexandre Khallil,de outro João Dória.
Tudo isto
transforma o eleitor mais preocupado com soluções práticas,que não virão,porque
estas precisam de fundamentos politicos para serem abordadas e resolvidas.
No fundo no
fundo,passou para os votos válidos a visão de quem anulou o voto:os políticos e
a política não servem para nada,a religião e outras coisas sim,o que desobriga cada vez mais o estado não
só de ajudar o povo brasileiro,mas de representá-lo,numa deslegitimação geral
que só serve ao mau político e à política do conchavo.
Lutar contra
isto é a tarefa dos setores democráticos daqui por diante.