sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A mulher também fomenta a violência II


A imagem impressionante acima, de uma mãe torcedora do River Plate colocando explosivos no corpo do filho(supostamente[mas  de qualquer forma menor]),para burlar a varredura da policia,em volta do estádio,me induz novamente a discutir ,como fiz em outro artigo,o papel social da mulher.
Como nós vemos, o feminismo,e todas as correntes politicas e sociais  em sua maioria,põe a mulher num pedestal e numa intocabilidade comovedores.A mulher não é um ser cultural,capaz de distinguir o certo e o errado,mas um ser diáfano,intocável no seu pedestal.
Esta visão ,como eu tenho explicado é uma consequência do patriarcado,cuja origem está no patriciado romano e que passa,através de São Paulo,para o cristianismo.São Paulo afirma que quem está à cabeça da casa e da família é o homem.
Isto nada mais é do que a continuidade do direito romano.Todos sabemos que o pater famílias romano tinha o direito de vida e de morte sobre todos os da casa,incluindo a mulher romana,que foi um dos fatores de crescimento inical do cristianismo,na medida em que viu na nova religião uma forma de escape desta repressão.
Ocorre que a religião cristã primitiva,libertária,foi cooptada pelo império romano,no seu afã de manter o seu poder,obtendo desta simbiose uma legitimação política ainda mais eficaz.Um dos elementos regressivos foi a repressão sobre a mulher.
Na década de 60  do século passado imaginava-se romper com esta cooptação,libertando a mulher em definitivo,com a ajuda da pílula.Mas houve ,na verdade, uma nova cooptação,só que desta vez pela política em geral,seja de esquerda ou de direita:a vitimação real ou imaginária(mais frequente)da mulher favorece à política feminista,favorece aos interesses eleitorais calcados na política de gênero e favorece interesses financeiros de quem quer viver às custas desta vitimação,como escritores,filósofos e todo tipo de chupador de sangue por aí.
Esta visão idealizadora da mulher se fundamenta na visão religiosa católica predominante de separação total entre o bem e o mal.O homem seria o mal e a mulher o bem,identificada inclusive com o culto supersticioso da Virgem.
Kant demonstrou,no livro que eu gosto de citar “ A religião nos limites da simples razão”,que esta separação não existe.Kant era de uma corrente protestante,o pietismo alemão,então ele aplica as concepções do credo reformado à sua filosofia.Por este credo o mal está na natureza humana.O mal nasce com o ser humano e ele aprende a rejeitá-lo ao longo da vida,segundo o seu dever,a sua ética do dever.Se o homem possui a noção do mal,não é porque está no diabo,fora dele,mas porque reside nele também.Não se pode conceber algo que não é atinente a quem o concebe.Certo, Deus,como realidade objetiva não está provado,mas a idéia de Deus,que faz parte da existência humana,sim.
A Virgem não é objeto de culto,ela é humana,e como tal,como modelo da mulher,não é intocável.Se a mulher comete a violência fotografada acima,o mal radica no gênero masculino ou nela própria?Se dissermos que é derivação do macho,o que é a mulher?.Um ser apartado da humanidade como a virgem?
Para a reinvindicação feminina de que ela é igual ao homem,temos que admitir que ela é como o macho:culturalmente capaz e neste sentido aquilo que vale para ele vale para ela e aí tanto no direito,como no dever moral, a mulher é igual ao macho.
Os movimentos sociais,no entanto,para manipular a vitimação,não enfrentam estas contradições,antes as reproduzem,dão-lhe continuidade. A emancipação essencial da mulher não acontece nunca.Assim o emprego dos tribunais maria da penha é mantido,a política em torno destes tribunais prospera e o ganho econômico das mídias é cada vez maior.
Porque uma feminista nunca atribui uma atitude vergonhosa destas ao gênero feminino?.Porque ao dizer esta verdade todo este esqueminha oportunista vai por água abaixo.
  Mulher______________________________Homem
 Bem       _____________________________Mal

A diferença entre esquerda e direita militante é entre pessoa enrolada e espiroqueta(respectivamente).


Continuando as reflexões que eu fiz anteriormente devo lembrar uma afirmação de José Guilherme Merquior,pessoa insuspeita(por ser de direita),antes de sua morte,sobre o marxismo(opinião publicada no Jornal do Brasil):”o marxismo  apresenta questões seríssimas,sobre o destino do homem,a sua condição existencial”.
Eu tenho explicado as relações entre esquerda e direita  aqui nos meus artigos e blogs.A esquerda existe porque ela se compromete,desde 1640, com a questão social.E a direita apareceu contra as revoluções,contra  a Revolução Francesa.
A direita nunca foi militante(talvez só a direita cristã,mas mesmo assim para defender os seus valores,nunca num sentido ativo),a não ser no plano literário e intelectual,enquanto próxima desta sua origem.Com o tempo as classes “ dirigentes” da Europa,assustadas com o crescimento da militância popular,sentiram a necessidade de militar também,para fazer frente a isto.
Mas como a característica da direita não é se aproximar do povo,pela política,ela teve que encontrar nos extratos oportunistas da esquerda,os elementos ativistas capazes de levá-la ao poder.Este foi o caso do nascimento do fascismo.
Mas a direita ,como tal,continua não se importando com estes assuntos mundanos.Ela não tem,com raríssimas exceções(aqui no Brasil Alceu Amorosos Lima[que não era tão de direita assim{só na juventude,quando fora integralista]}]e Nelson Rodrigues)interesse na questão social.Luiz Felipe Pondé diz que a esquerda,no Brasil,é um grande caso bem sucedido de marketing,mas a questão social existe e eu nunca vi a direita pensar em abordá-la sequer.
A esquerda,por seu lado,se compromete.Daí por diante se pode criticá-la por tudo,mas numa coisa não se pode negar que ela tem razão:só ela se junta ao povo.É um problema crônico da esquerda o modo como ela sempre perverte ou é pervertida por  esta relação,mas não tem jeito,é com ela que se luta para construir este “ mundo melhor”,que Pondè egoisticamente,repudia.
Neste sentido a direita só tem expressão,desde sempre ,quando ela explora este medo ancestral das classes altas e arregimenta estes arrivistas a postos,ao longo da história.Como diz Valerio Arkady,o PT foi inundado por estes arrivistas e  liberais (no entender dele[mas isto já um outro assunto]).
Eu nunca concordei com as teorias abstrusas de um professor meu,que passou do integralismo ao marxismo,Roland Corbisier.Ele dizia que a direita não” podia pensar”,por suas características dogmáticas e integristas,mas isto refletia a sua vinculação com o stalinismo,que despoja os outros de capacidade crítica,exatamente para que o Stalin não seja contestado.
Diante dos erros clássicos da esquerda é fácil para a direita usá-los em proveito próprio.E a direita é capaz de pensar.A sua limitação é aquela que eu disse:elitismo.O elitismo vermelho,que eu já defini nos blogs,se faz com a manipulação do povo,dentro de uma relação de troca(perversa),mas o da direita faz o mesmo,utilizando outras mediações supostamente representativas dos anseios do povo:maioria católica e cristã;exaltação nacionalista;raça.
Em suma,a direita guarda um gérmen destrutivo porque quer impor o seu modelo e porque ela espiroqueteia a esquerda para exercer um poder autoritário,enquanto que a esquerda reproduz um descalabro social ,pensando que está fazendo a utopia.
A condição futura da” instalação” da Utopia é manter a direita como fenômeno literário e adequar o ativismo de esquerda com as necessidades reais ( e direitos)do povo.Mas acima de tudo a direita militante,este amálgama  de ruindade de direita e ruindade de esquerda,deve ser repudiado,para sempre.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

A ciranda dos corruptos e a sua necessária consequência


O caso Pezão

Mais um político oriundo do Rio de Janeiro é preso pela lava-jato.O que devemos extrair desta situação toda é que a desmoralização não atinge apenas a estes políticos ,mas indiretamente a todo o povo.
As pessoas não compreendem que o volume da corrupção não é somente uma questão de ordem moral,mas também financeira,econômica.Na hora de competir no exterior por contratos vantajosos aquele que quiser investir vai preferir um parceiro mais seguro.Assim funcionam as coisas e todo mundo sabe.
Mas,para mim,a decisão de combater a corrupção não é só jurídica,mas política e  antropológica,no sentido de que esta atividade deve limpar a política em definitivo desta forma de transgressão,tão nociva.
O que me preocupa nos debates sobre a corrupção é que ninguém toca na estrutura dos partidos.Muito se pergunta sobre porque os políticos fazem isto,sem temer a descoberta dos seus atos,mas é porque é praticamente impossível fazer politica no Brasil,sem entrar no conchavo,no esquema.A condição de entrada nos partidos é você não ser melhor do que os outros e aí a primeira coisa que alguém que o recebe ,faz,é criar uma situação em que o aspirante se macula e se torna igual “ aos outros”.
Esta estrutura igualitária é que está na base organizativa de todos os partidos políticos brasileiros com variações eventuais.
Ninguém dá ponto sem nó e não se discutem idéias ou programa,mas como a pessoa se encaixa no esquemão.
A democracia ,que impõe,como condição de progresso,o mérito daquele que se  esforça e pode oferecer algo mais para a sociedade,é manietada assim por necessidades de reprodução pura do poder sem finalidades, a não ser favorecer os que controlam a máquina.
Não adianta punir estes corruptos se a máquina não for desmontada e colocada outra no lugar que favoreça as pessoas de bem.Quando eu vejo certas pessoas criticarem estes  desviados,sem tocar no ponto nodal,penso que a intenção deles não é resolver o imbroglio,mas se beneficiar do vazio que sobrevém.
É muito óbvio que seja assim.Qualquer brasileiro sabe como funcionam as coisas,mas todo mundo quer se aproveitar e não acabar de vez com esta chaga.
Ao ver o ministro Luiz Roberto Barroso vociferar contra os corruptos eu me lembro de um conceito 
que eu emiti nestes trabalhos,logo no inicio:quem muito exagera ,na verdade não só não conhece o   
que está errado,como tem uma certa atração por ele.