A imagem impressionante acima, de uma mãe torcedora
do River Plate colocando explosivos no corpo do filho(supostamente[mas de qualquer forma menor]),para burlar a
varredura da policia,em volta do estádio,me induz novamente a discutir ,como
fiz em outro artigo,o papel social da mulher.
Como nós vemos, o feminismo,e todas as correntes
politicas e sociais em sua maioria,põe a
mulher num pedestal e numa intocabilidade comovedores.A mulher não é um ser
cultural,capaz de distinguir o certo e o errado,mas um ser diáfano,intocável no
seu pedestal.
Esta visão ,como eu tenho explicado é uma
consequência do patriarcado,cuja origem está no patriciado romano e que
passa,através de São Paulo,para o cristianismo.São Paulo afirma que quem está à
cabeça da casa e da família é o homem.
Isto nada mais é do que a continuidade do direito
romano.Todos sabemos que o pater famílias romano tinha o direito de vida e de
morte sobre todos os da casa,incluindo a mulher romana,que foi um dos fatores
de crescimento inical do cristianismo,na medida em que viu na nova religião uma
forma de escape desta repressão.
Ocorre que a religião cristã primitiva,libertária,foi
cooptada pelo império romano,no seu afã de manter o seu poder,obtendo desta
simbiose uma legitimação política ainda mais eficaz.Um dos elementos
regressivos foi a repressão sobre a mulher.
Na década de 60
do século passado imaginava-se romper com esta cooptação,libertando a
mulher em definitivo,com a ajuda da pílula.Mas houve ,na verdade, uma nova
cooptação,só que desta vez pela política em geral,seja de esquerda ou de
direita:a vitimação real ou imaginária(mais frequente)da mulher favorece à
política feminista,favorece aos interesses eleitorais calcados na política de
gênero e favorece interesses financeiros de quem quer viver às custas desta
vitimação,como escritores,filósofos e todo tipo de chupador de sangue por aí.
Esta visão idealizadora da mulher se fundamenta na
visão religiosa católica predominante de separação total entre o bem e o mal.O
homem seria o mal e a mulher o bem,identificada inclusive com o culto
supersticioso da Virgem.
Kant demonstrou,no livro que eu gosto de citar “ A
religião nos limites da simples razão”,que esta separação não existe.Kant era
de uma corrente protestante,o pietismo alemão,então ele aplica as concepções do
credo reformado à sua filosofia.Por este credo o mal está na natureza humana.O
mal nasce com o ser humano e ele aprende a rejeitá-lo ao longo da vida,segundo
o seu dever,a sua ética do dever.Se o homem possui a noção do mal,não é porque
está no diabo,fora dele,mas porque reside nele também.Não se pode conceber algo
que não é atinente a quem o concebe.Certo, Deus,como realidade objetiva não
está provado,mas a idéia de Deus,que faz parte da existência humana,sim.
A Virgem não é objeto de culto,ela é humana,e como
tal,como modelo da mulher,não é intocável.Se a mulher comete a violência
fotografada acima,o mal radica no gênero masculino ou nela própria?Se dissermos que é derivação do
macho,o que é a mulher?.Um ser apartado
da humanidade como a virgem?
Para a reinvindicação feminina de que ela é igual
ao homem,temos que admitir que ela é como o macho:culturalmente capaz e neste
sentido aquilo que vale para ele vale para ela e aí tanto no direito,como no
dever moral, a mulher é igual ao macho.
Os movimentos sociais,no entanto,para manipular a
vitimação,não enfrentam estas contradições,antes as reproduzem,dão-lhe continuidade.
A emancipação essencial da mulher não acontece nunca.Assim o emprego dos
tribunais maria da penha é mantido,a política em torno destes tribunais
prospera e o ganho econômico das mídias é cada vez maior.
Porque uma feminista nunca atribui uma atitude
vergonhosa destas ao gênero feminino?.Porque
ao dizer esta verdade todo este esqueminha oportunista vai por água abaixo.
Mulher______________________________Homem
Bem _____________________________Mal