sábado, 24 de outubro de 2020

O erro essencial de Lula e do PT

 

Muita gente fica me ridicularizando por esta minha fixação em Stalin e eu vou responder a isto em outro artigo.Mas uma das razões que me levaram e me levam a discutir esta personagem histórica é o seu revérbero na esquerda,a qual eu ainda pertenço.

Inlcusive no Brasil este revérbero é muito forte.Logo num país que não deveria ter nada a ver com isto.

Lula reproduz o comportamento de Stalin,resumido na sua imposição politica conhecida como “ culto à personalidade”.No seu filme autopromocional ,em certo momento,ele diz que o único lider de fato no e do Brasil é ele.Quer dizer ,se ele morrer,o Brasil está sem ninguém para governar,porque só ele tem condições.

Se isto não tem a ver com stalinismo e seu culto à personalidade não sei mais o que é este conceito.Se formos aprofundá-lo nós veremos que tal postura é aquela mesma do salvacionismo populista de direita em que o estado e a sociedade fazem uma intersecção definitiva na figura providencial.

O erro essencial de Lula e que o coloca no mesmo patamar destes comportamentos passadiços,mas que o poria numa condição consequente de esquerda se o reconhecesse,é que ele tem todo o direito de defender a sua posição pessoal,até ao momento de sua absolvição se for possível e de justiça,mas não pode identificá-la com o país.

Lula não é prisioneiro politico.Ele foi julgado pelo sistema judiciário do Brasil,como eu e como o leitor.Da mesma forma que ele se sente injustiçado,eu também,o leitor também e nenhum de nós cidadãos comuns obtém apoio com o Papa,com os direitos humanos,com organismos internacionais e certamente nós também temos carradas de razão em pedir ajuda.

A postura de Lula e do PT ,baseada em certas concepções radicais,é o direito de se colocar acima da lei ,em nome de uma concepção de povo exclusivista,ao arrepio da cidadania e do estado de direito.Um personalismo.


sábado, 17 de outubro de 2020

No dia dos professores

 

Chegou mais um dia dos professores e os encomios serão,como sempre,muitos.Mas muita gente que elogia os professores não sabe dos verdadeiros problemas desta profissão e não atua, como cidadania,para ajudar a solucioná-los.

São tantos os problemas que todos só escolhem alguns mais escandolosos para fazer as homenagens diante dos mestres vitimizados todos os dias:agressão dos alunos;baixos salários.Mas existem outros que ,reconhecidos,mostram como a sociedade ou é cega ou é muito hipócrita.

Todo mundo tece loas a esta profissão,mas muitos quando recebem uma nota baixa numa escola particular vão à direção e conseguem reobter a nota porque pagam.

O professor é normalmente abandonado,na sua condição de trabalhador individual ,pelas direções destas escolas particulares e nas públicas,salvo,nestas últimas,se fizer parte de algum conchavo,de algum pacto da mediocridade particular,que só confirma a corrente do pacto da mediocridade que todo mundo sabe que existe no Brasil e que assume um aspecto dramático na educação,porque passa para os alunos,a apróxima geração.

A vida demonstra,e as nossas mãezinhas também ,que só com um xarope amargo é que se acaba com uma doença.O remédio amargo da vida social é reconhecer a sociedade ela mesma a sua responsabilidade no que ocorre de ruim.

A maioria das pessoas tem uma visão passadiça sobre o magistério.Os antigos critérios que nossos avós conheceram na relação com os professores foram substituídos pela questão social,pela violência dominante,que determina uma prevalência dos interesses econômicos,mercadológicos,politicos sobre os de ensino.

Darcy Ribeiro cristalizou este momento quando disse “ os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem”,com referência às escolas particulares.

Mas nas públicas outros efeitos deletérios próprios desta nova situação s e fazem sentir na atividade cotidiana dos professores.Entre elas a já citada violência.

Quando a sociedade não encara a si mesma como responsável pelos seus problemas e não toma o xarope amargo da mamãe nada muda.

Muita gente homenageia os professores mas já pressionou as instituições para obter notas.Muita gente homenageia os professores mas não critica as direções de certas escolas que não os apóiam quando um aluno comete violência ou quer dar uma nota baixa merecida.Amanhã ou depois este aluno vai cometer erros ou coisa pior e a culpa será do professor não da direção que favoreceu o aluno não o professor.


história das idéias 2

apresentaçãod e história das idéias

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Quando Napoleão invadiu a Rússia

 

Mais elementos da discussão nacional

Quando Napoleão invadiu a Rússia ele esperava que houvesse neste país pessoas desejosas de mais liberdade ,da liberdade que ele oferecia.

Até hoje se vê muita gente que não entende o que significou realmente Napoleão Bonaparte.A maioria não passa daquilo que aprendeu no segundo grau(se isto existe ainda):ascensão do capitalismo.

Foi um historiador russo Yavgueni Tarlé,não exatamente um marxista ortodoxo,que me levou para o caminho certo:Napoleão representava uma alternativa de liberdade para povos que eram dominados por aristocracias iguais ou semelhantes àquela que havia sido quase toda decapitada na França.

O regime revolucionário francês se tornou cada vez mais um perigo para a Europa conservadora,exatamente por isto.Quando Napoleão ascendeu ao poder,fez tudo para consolidar a Revolução,ou seja,torná-la só nacional e não constituir uma ameaça geral.Só que não conseguiu e todo o seu périplo histórico se explica por esta base:tentativa de consolidação e pressão da Europa,até que esta obtém a vitória.

Mas esta vitória só ocorreu porque as nações entraram em ação para mostrar a Napoleão a impossibilidade de sua conquista.Enquanto tudo se resumiu em batalhas Napoleão prosseguiu,mas quando entraram nações inteiras,a partir da pensinsula ibérica,tudo degringolou ,para atingir o ápice na invasão da Rússia.

O objetivo deste artigo não é ,no entanto,senão tratar da questão nacional mais uma vez ,mostrando o quão antiga ela é e como estes problemas antigos persistem.

Napoleão esperava que sua visão internacionalista de progresso(“uma carreira aberta ao talento”)mobilizasse os servos oprimidos para apoiá-lo,mas estes preferiram o seu paizinho czar.Ou preferiram ficar com a Rússia?Provavelmente as duas escolhas foram feitas na época dos grandes incêndios que inviabilizaram a dominação francesa,mas a questão nacional ,em qualquer circunstância ,é básica e fundamental porque a referida dominação tomaria dos russos,em qualquer classe ou estamento,o direito de influenciar,por sua vontade,a sociedade em que nasceram e viviam.

Por mais que os franceses garantissem as novas liberdades ,toda esta história pregressa do povo russo impediria que estas liberdades o colocassem no mesmo patamar civilizatório da europa ocidental.

O povo russo incendiou Moscou por ordem de seu “ pai” também porque as promessas de liberdade são falsas e porque a condição de mudança está no seu entorno e não transferindo para outros países.

Muita gente de esquerda hoje lamenta o fim da URSS e do sistema do socialismo real,porque isto facilitaria a chegada do socialismo e depois do comunismo.

Vi muita gente pensar inclusive em emigrar para estes países,no que seria uma forma de realização da utopia(mas que é delirio infantil e psicótico somente).

O problema nacional é a mediação resolutória do internacionalismo,porque este pode se diluir ou não se efetivar,mas a nação fica.Assim como não existe a humanidade,mas as pessoas,a nação fica.E a nação,berço da experiência continuada dos povos,pode ser objeto de toda atribuiçãod e valores e conceitos,mas ele própria permanece.


domingo, 4 de outubro de 2020

Branquitude é racismo reverso

 

O problema brasileiro,que eu sempre comparei,mutatis mutandi,com a Alemanha Nazista ,se aproxima deste apocalipse cada vez mais.

Na juventude Marx escreveu um texto importantísssimo:” A Questão Judaica”,no qual dizia que não havia um problema judaico de fundo racial,mas que os problemas atinentes a ele tinham a ver com a questão social.Que a sua origem é social:a excludência ou incusão dos judeus na sociedade européia atendia a interesses econômicos e sociais de classe,que se cristalizavam em diferenciações nosográficas,étnicas e de cor eventualmente,só para garantir o apartheid,que por sua vez mantém estes setores “ seguros”,em princípio,em relação ao seu poder e interesse.

Neste contexto o caldo de cultura derivativo desta base social essencial transforma o problema numa questão trasncendente ao do problema social,o escondendo com os mesmos objetivos de sempre.Mas a situação é aquela,fundamental.

O reconhecimento no Brasil do problema negro não há de obscurecer os outros problemas,quais sejam:o do indio,da mulher e ...do branco pobre.O da fome,o das injustiças em geral.

É verdade que na Alemanha Nazista quem foi mais atingido foram os judeus,mas cidadãos comuns,pessoas boas,ricas ou pobres,homoafetivos,artistas e é mais que um perigo vitimizar um grupo só,porque isto distorce o fato social real e ajuda a reprodução das formas ocultas ou não de preconceito.

Se o outro individual ou coletivamente tem atributos que ameaçam a minha posição eu o ameaço,o ignoro ou o destruo.No plano individual não se pode banalizar o preconceito,porque ele reproduz este caldo de cultura supradito.Por menor que seja a manifestação do preconceito,deve ser reconhecida e repelida.

No século XIX os alemães,ainda divididos,receberam,da Europa do leste, judeus que enirqueceram no pais,como os primeiros Rotchilds.Muitos alemães permaneceram em extrema pobreza e começaram a se ressentir da presença deste povo,que,inclusive já falava na sua pátria.Mas dentro um sistema de valores,que exige uma hierarquia(toda axiologia impõe uma hierarquia de valores),um governo alemão tem o dever até de ajudar imigrantes,mas a prioridade é o seu cidadão,que paga impostos.

Muitos governos na Alemanha do século XIX,na maioria aristocráticos,deixaram de lado os seus súditos para enveredar por projetos megalomaníacos,com a ajuda do dinheiro judeu.Isto não é uma injustiça?

Aqui no Brasil,os negros escravos foram deixados de lado por mão-de-obra estrangeira,considerada pelo imperador Pedro II como mais capaz de trabalhar os campos.Eu queria perguntar à direita monárquica que está aí,porque não ocorreu ao imperador incluir os ex-escravos no sistema social brasileiro?Desde que o Imperador subiu ao trono,no tempo da Revolta Farroupilha,o trabalhador livre europeu foi progressivamente sendo importado,porque se sabia que mais cedo ou mais tarde a escravidão acabaria,principalmente no sul e que havia uma intenção de fazer lá esta inclusão.A exclusão do negro,como fenômeno da exclusão em geral é construido por décadas.

Eu era totalmente contra a ação afirmativa,porque entendia que a solução destes desequilibrios entre raças ,grupos,etnias se dava pelo processo educacional,a universalização do ensino.Contudo,como já dissera em outros artigos,a demora em implementar esta proposta me trouxe a verdade de que o excluido não tinha porque esperar,porque é um direito dele sair da exclusão.Então mudei de ideia,que é uma atitude tipica de quem é inteligente e boa pessoa.

Contudo a ação afirmativa não podia ser só endereçada aos negros,mas ao pobre e a todo aquele que sofre uma injustiça.

Como processo politico de criação escandalosa,que visa a atenção da sociedade,a ação do Magazine Luiza pode e deve ser contextualizda,mas se permanecer deste jeito,em outros setores,vai criar as condições para uma guerra racial no Brasil.

É curioso como um governo de esquerda,há pouco no poder,dividiu o Brasil e agora um setor da burguesia nacional o acompanha.

Quem vai me convencer de que não existe por trás disto um propósito econômico e politico?(de classe?).Quem vai me convencer de que um branco abonado ,capaz,não vai ser excluído?Ou um pobre mesmo?Que alternativas terão?É justo que por causa de uma condição econômica e social alguém perca os seus direitos de cidadania?