sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Impeachment de Trump




Não compreendo a atitude do Partido Democrata em silenciar diante deste quadro de franca obstrução da justiça por parte de Trump.Em outros tempos isto causaria um escândalo(as duas coisas).
Aquilo que eu temia aconteceu:Trump confunde a politica,o estado e o público com uma empresa privada .Bush filho só entendia de vaca e boi,mas Trump só entende de empresa privada,onde ele pode fazer o que quiser.
Na politica geral todos sabemos que não é assim.É preciso um secretariado estável;há que evitar influências familiares e não oferecer cargos informais à pessoas da vida pessoal do Presidente;há que negociar,não impor e não se pode passar por cima do ordenamento legal do país.
O FBI é órgão do Judiciário americano e sua atividade corre independentemente do executivo.Segundo o principio de Montesquieu de equilibrio dos três poderes,este foi quebrado quando Trump demitiu o chefe do FBI por não agir como ele queria,não investigando um assessor da presidência,nomeado por Trump.
Desde quando isto não é obstrução de justiça?Por enquanto negativas de todos os lados,mas se ficar provado ,Trump não pode escapar de um processo.

O significado da vitória de Macron na França



O significado da vitória de Macron na França
Ter barrado o avanço geral da direita e ter reconhecido o problema real de nossos dias:o que sobra,o que fica é a nação,não a dicotomia direita/esquerda,que está sob  fogo cerrado,como nunca na história.
Também pode-se dizer o mesmo da Guerra-Fria,que permanece nestas diatribes esquisitas entre Estados Unidos e Rússia.Nunca se teve tanta oportunidade de acabar com ela ou com os seus resquicios,após  a queda do muro.
A nação é uma faca de dois gumes,mas ela é inevitável.Tanto a vitória de Trump como o terceiro mandato de Angela Merkel(e a tentativa de um quarto)expressam desejos de hegemonia politica.No caso alemão isto fica claro na relação com a crise grega.Merkel quer juntar a comunidade européia com a preservação de sua hegemonia frente aos países pequenos do leste europeu,o que a protegeria da Rússia,como sempre.Foi isto que impulsionou o Brexit.
E a vitória de Trump ,que buscou representar os interesses médios do cidadão estadunidense,que não liga a mínima para os direitos LGBTS,mas precisa comer e se empregar,muito embora  não significando nada em termos de apoio a blocos,muito pelo contrário,marca uma permanência do problema nacional,mesmo que o integracionismo seja uma exigência inelutável.
Se o mundo real é a nação, é a partir dela que devemos pensar no futuro.É a partir dela que devemos pensar em mudança,isto foi o que o povo francês apoiou elegendo Macron.
E não se venha dizer que ganhou por causa do radicalismo de direita de Le Pen,porque o Partido Socialista estava lá e não foi nem considerado.
Esta desconsideração é um sinal de uma nova época,de uma ruptura desejada com o passado e com os erros cometidos pela politica tradicional.

O plebiscito.




Também agora é um momento decisivo para fazer a reforma poltica porque o congresso está acuado diante do povo brasileiro.Mas como eu disse no tempo das manifestações,um congresso corrupto não vai mexer nele mesmo.Não vai haver uma auto-critica coletiva,um assomo jamais visto na História ,de correção,de quem faz politica da maneira mais sórdida a vida inteira.
Contudo,neste momento,o congresso está eleitoralmente enfraquecido.Não é outra a razão pela qual o psdb e o pmdb estão isolando Temer.O risco de este desgaste atingir os integrantes deste partido é total,ou melhor,já é fato.
Até o Senador Álvaro Dias já declarou esta verdade em relação ao PSDB,mas o recuo deste partido é só para avaliação dos danos,pois o Presidente está isolado irremediavelmente.
Em nome desta recuperação do corpo politico-partidário brasileiro é necessário fazer a reforma politica,mas agora terá que ser levada em consideração a vontade do povo e um referendo precisará ser feito.
Em 2013 a direita teve força para impedir um referendo ou um plebiscito porque este último fora proposto por Dilma e tinha claro objetivo de mantê-la no poder,como ocorrera na Venezuela,com Maduro e Chávez.
Agora não há mais esta justificativa pois não há senão a classe politica ,como um todo,posta  a nu diante do povo  e para resolver os problemas institucionais e econômicos,de forma definitiva,a reforma politica não pode deixar de sair.
Para mim o plebiscito é uma forma ruim porque coloca o governo como organizador único do processo  convocando o povo para um simples sim ou não.
Para mim o roteiro deve ser este:uma discussão sobre temas e pontos essenciais,constituição do referendo e sua realização,mas primeiro debate com o povo sobre os pontos é imprescindível para evitar manobra.

Rodrigo Maia não!




Porque o Presidente da Câmara não pode ser presidente?Porque ele parte de todo este processo de  crise.Ele entrou num pacto de  sustentação de Temer e as suas credenciais  de credibilidade ficam assim desgastadas de inicio.
É preciso alguém que se proponha confiável no meio do furacão,que as pessoas possam nutrir uma esperança,pequena que seja,de um novo começo,pois este é o conceito que deve entrar na consciência e na inconsciência do brasileiro:um novo começo.
Se assim não for,se não houver disposição de ruptura com o passado ,a corrupção e outras mazelas continuarão fazendo parte do jogo político e é preciso,então,neste momento crucial de segunda queda de um governo apostar em sólidos fundamentos e pensar basicamente no futuro.

A economia politica e a crise



A economia sempre foi politica.De uns tempos para cá o termo economia designa algo que não existe,uma ciência econômica “ objetiva”.Não são técnicas,discursos,arranjos econométricos que vão superar esta crise social de desemprego,a maior de nossos  tempos e CAUSADA PELO DESGOVERNO LULA/DILMA.
O que vai na cabeça dos radicais que querem Lula de volta é o esquema ultrapassado de “ O Capital” de Marx segundo o qual basta investir no “ único” setor produtivo,a classe operária,para debelar a crise.
O velho esquema do Prefácio decorado de 1857 e ultrapassado(também)justifica supostamente de maneira “científica”,a volta de Lula,em eleições diretas.
Contudo não é assim não.A economia é  a “ expressão concentrada da política” dizia Lênin.Ela expressa a disposição das classes e setores de classes no jogo político.
A divisão de classes prejudica o desenvolvimento da nação em favor de uma minoria e em detrimento da maioria  explorada.
A luta de classes reivindicatória de direitos põe em xeque este esquema que conduz a crises e desequilíbrios.
A vida e a história provam que quanto mais homogeneidade dos interesses nacionais mais fácil é para solucionar tais desequilíbrios.
Esta é uma lei que vai além da ética.Se Stálin tivesse feito o seu expurgo no exército em cima da invasão alemã de 39 ele teria perdido a guerra,mas tendo feito antes pode reorganizar a força armada ,que estável,defendeu a nação,sem divisões internas.
Numa situação econômica de desequilíbrio,por pior que seja um governo,como é o de Temer,a estabilidade,ajuda a melhorar os indices.Como a questão ética é importante,a denúncia contra ele deve levá-lo o mais rápido possível para fora do governo,se ele tiver grandeza para tanto.E a base da grandeza desta decisão é manter esta estabilidade.Se ocorrer ,de novo,aquele processo todo de impeachment,estamos todos num barco em chamas.
A melhor solução é o da constituição:um mandato resultante de um pacto político que coloque não Rodrigo Maia,mas alguém que não tenha ligação com este imbroglio todo.