quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Bola dentro de Lula agora falta a classe média

 


Palmiro Togliatti e os comunistas italianos só conseguiram a confiança absoluta(quase)do povo italiano depois de muitas provações,que incluiram um atentado contra o primeiro.

Somente depois de provar que só governariam na democracia é que os italianos puderam propor um bloco histórico que,por outras razões,não chegou ao poder.

A declaração de Lula de que deve haver alternância de poder na Venezuela(e no Brasil) é um pequeníssimo passo,mas já se põe como uma trilha de provações para o futuro,para ele,Lula,e o PT.

Daqui por diante mais provas deverão ser realizadas para que o PT e a classe operária permaneçam crescendo e se renovando,de maneira que a luta continue.

Agora,no meu entender,falta um discurso para a classe média,um discurso de reunificação do mundo do trabalho no Brasil,que permitirá a homogeneidade necessária para as mudanças(além da limpeza da sujeira que este governo vai deixar).

Afinal de contas o PT tem este nome genérico porque incluiu o trabalhador de classe média na questão social.Não tem sentido agora fazer esta divisão.

Na eleição para governador em 82,em certo momento,Lula disse que queria que todo mundo tivesse nível de classe média,mas isto parece não vicejar.Talvez seja transformar a classe operária em classe média,mas implica este conceito em respeito a esta última.

E como tenho dito sempre ,a transformação do Brasil,como de qualquer país passa por uma sociedade homogênea  e isto exige a união das classes mais importantes e numerosas do Brasil.A história provou isto em muitos lugares.

Conectando com o que disse acima ,a perspectiva do Brasil é mais importante do que um internacionalismo vazio e perigoso.Não tem sentido ter uma certa aproximação(dir-se-ia promiscuidade)com certos governos ,claramente ditatoriais,em face do conceito emitido acima sobre o chavismo.

De qualquer modo Lula segue o caminho,em grande parte traçado por mim aqui.

Volto a dizer:uma pessoa de esquerda tem todo o direito de viver a sua vida privada,sendo isto uma condição de atuar melhor.Mas eu aprendi com Prestes e tenho isto como cláusula pétrea da militância que o sofrimento do povo tem precedência.Quando acontece uma crise não tem sentido falar em prêmio Nobel,ajeitar a gravata.Não é uma questão pessoal,é uma questão politica .Se não é assim soa como indiferentismo.

 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Porque voto em Lula apesar de tudo

 

Politica é uma atividade responsável porque trata do coletivo.Todo mundo sabe que tenho feito críticas acerbas a Lula e ao seu partido e vou continuar no momento certo.Mas agora,com a campanha começada, há que fazer um esforço bastante grande para tirar Bolsonnaro do governo e eu,embora,já tenha dito porque votarei em Lula,sinto-me na obrigação de reiterar as razões.

O PT e Lula conseguiram realizar um programa de assistência aos mais pobres que tirou o Brasil do mapa da fome.Não gosto de assistencialismos,mas também sou suficiente pragmático e sensível para entender que é melhor viver num lugar onde as pessoas ajudam aos mais necessitados do que em outro,indiferente.

Até propus dias atrás que este programa fosse transformado em obrigação governamental,para não depender do PT e que fosse um legado extraordinário da classe operária para um futuro e um começo de utopia.

Milhões de pessoas foram jogadas no desemprego e na fome no governo Dilma.O governo Bolsonnaro acrescentou outras “ maravilhosas pérolas” e Lula,como um governante mais capaz(mas que erra também),vai ter condições de refazer o projeto quando entrar no governo.E eu espero que isto comece no dia da eleição,no mesmo dia.

Outras questões pesam para esta minha escolha e para o apelo que eu faço agora ao povo brasileiro:nós estamos num período semelhante ao da redemocratização,a qual não se completou porque não solucionou em definitivo as feridas políticas do passado e não avançou suficientemente na questão social.

Embora Lula no passado tenha virado as costas ao processo democrático hoje tem uma oportunidade de aprender como é importante defendê-lo e como a sua eleição colocará o Brasil,que o elegeu duas vezes ,no caminho certo.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Atenção campo democrático a eleição não está ganha

 

Tenho avisado aqui diuturnamente que a eleição não está ganha de forma alguma.Na hora da eleição ,muita gente que não estava pensando nela,começa a refletir, e isto não significa voto no campo democrático naturalmente.

Em muitos aspectos a eleição no Brasil tem uma explicação sócio-psicológica,calcada na figura do candidato.Mas curiosamente,em função da polarização ficou clara a exigência de se buscar na sociedade os elementos de sustentação das candidaturas.Nos momentos de crise,que são momentos limitrofes,incide um paradoxo que é esta condição de agitação da sociedade,que a faz tomar caminhos imprevisiveis.

Não quer dizer que tal seja bom,politicamente bom,pois indica falta de homogeneidade e estar ao sabor dos acontecimentos.A sociedade está ou é esgarçada,atomizada e fica ao talante de certos fatores casuais,os quais servem mais ao personalismo de direita.

O Brasil não é um país homogêneo,com massas ideológicas,como se dizia antigamente, e agora nós vemos o perigo desta constatação.

A esquerda,no entanto,acredita em personalismos também e possui um elitismo assistencialista em relação ao povo(sem falar da falta de projeto nacional).

As perspectivas sectarias que se colocam à frente da bandeira nacional não ganham a confiança do povo brasileiro.Vejam bem eu não sou nacionalista nem cinico de usar a bandeira como um truque eleitoral.Tem razão Georges Politzer em a "Filosofia e os Mitos",quando diz,seguindo Feuerbach,que os simbolos são sempre projeções da subjetividade e digo eu,mais importante é a subjetividade mesmo.

Mas se esta mediação simbólica ,descarnada de seus exageros estabelece uma comunicação com o povo,é absolutamente autêntico,expô-la prioritariamente,a menos que não se não queira senão incluir uma pequena parte do povo no projeto de governo...

As últimas manifestações não tiveram idêntico peso ao das diretas.A maioria do povo nem soube de nada,relembrando Nelson,em 68,de que se falava de uma democracia em abstrato,não de uma que se conforasse ao que o povo brasileiro tende a ser.

Sobral Pinto dizia que não existia democracia à brasileira,mas cada democracia,apesar dos principios gerais ,deve atender aos anseios de cada região ou civilização,se aplicando nos locais.