Todo mundo
(?)sabe que a política da Inglaterra sempre foi a de manter o continente
europeu dividido para que não fosse ameaçada.Esta situação mudou a partir da
Primeira Guerra Mundial,que só teve este nome pela entrada dos Estados Unidos.A
intervenção deste país assegurou,apesar do amuo dos europeus, uma condição
de término do conflito,sem que a
Inglaterra tivesse algo a ver.
Ficou claro
então que a relação da Europa com algo fora dela não era mais com a
Inglaterra,mas com os Estados Unidos.E a velha Albion passava a ser ,de
fato,dependente de seu “filho”.
Na segunda
guerra esta situação só se aprofundou.A Inglaterra ou o “Reino Unido” é ,a
longo prazo,uma província,anglo-saxônica,cuja metrópole é Washington.
Dentro deste
contexto é que se tem que analisar a decisão de sair da comunidade européia.O
nacionalismo falou mais alto.Em principio,se eu fosse inglês,eu seria
contra,levando em conta o projeto de comunidade,como algo realmente
progressista e humanitário,contudo examinando com mais cuidado e lembrando
alguns artigos sobre a Alemanha que eu tenho postado aqui,fica claro que o
projeto hegemônico nacional alemão em curso já colocou esta comunidade em xeque
desde a “ questão grega”.
O normal,se o
projeto de comunidade não estivesse já ameaçado,era que o Reino Unido ficasse.Mesmo que ficasse o
Reino Unido não se diluiria e se houvesse este perigo ele sairia em condições
mais favoráveis,mais justificáveis.Na verdade para a ilha é melhor jogar com os
dois ,Estados Unidos e Europa,aproveitando o bom dos dois,o favorável dos dois.
Sabendo que a
comunidade Européia já é questionada em
muitos países,talvez a população tenha tomado a decisão possível,para não ficar
para trás.Não é que o Reino Unido tenha desencadeado a saída,mas ela já era
inevitável.
Analistas vão
dizer que isto é um risco e que a obrigação de saída imediata é para provar o
não oportunismo da decisão,mas a demora,já colocada,indica um medo do país de
ficar isolado,de não haver o dominó e a
nação passará uma imagem de indecisão.Indecisão e manipulabilidade,que anuncia
talvez o vaticínio de ela se tornar ,em futuro breve,um estado associado aos
Estados unidos,como Porto Rico e como a Sicilia quis uma vez.
A saída para
o Reino Unido continuar um país individualizado é a cultura,Shakespeare e
Chaplin.A cultura é que pode ser uma barreira para a diluição ou dependência e
o chamado “ concerto das nações” voltou,o que é ruim para o mundo,porque os critérios
de relacionamento entre as nações não será o da cooperação,mas o do
exclusivismo nacional.
No meu
entender esta dicotomia transecular Inglaterra /Alemanha,substituída às vezes por Inglaterra/frança(muito em função
da ascensão da Alemanha é que explica este não-parlamentarismo(no meu
entender)muito semelhante entre estes dois países.A essência(a meu ver)do
parlamentarismo é troca de governo
segundo a mudança atual da soberania popular e isto não acontece nestes dois
países.A derrota de David Cameron não o obriga
a sair,porque “ razões de Estado” o mantêm.Na Alemanha não há sequer
consulta permanente ou moção de censura permanente.Culpa da História das
dissensões destes países.