Diante
das grandes vitórias do Flamengo,os outros clubes devem refletir
sobre sua situação.Não que o Flamengo de uma hora para outra tenha
se tornado livre dos problemas comuns aos outros times
barsileiros;não é que tenha se tornado a utopia brasileira.Mas o
caminho lógico é aquele:segurar um pouco as despesas,durante um
certo tempo,para depois investir.Um plano ortodoxo simples,válido
para todos os tempos.
Outros
clubes,no entanto,não possuem condições idênticas para se segurar
durante um certo tempo e depois investir e obter resultados tão
imediatos como os do Flamengo,porque este clube possui uma torcida
enorme,que garante os resultados desejados,de antemão.
Roberto
Dinamite ,quando assuniu o poder no Vasco,em face da exigência
angustiada da torcida,preferiu ignorar estes conselhos e investir de
pronto num time que teve uma certa carreira positiva ,mas o que se
seguiu é o que se vê hoje:um Vasco aos frangalhos.
O
Fluminense ,como tantos outrso clubes,sem este mercado
garantido,precisa ter um planejamento de longo prazo que não recue o
futebol demasiado,de modo que ele fique esquecido ou amargando
derrotas terríveis ,mas simultâneamente podendo fazer alguma coisa
de boa qualidade.
Não
que as torcidas não possam ajudar:ainda me lembro das faixas da
torcida tricolor no tempo da máquina , “comprem que a torcida
garante”.Embora ela não sido a única garantidora dos
investimentos do Presidente Horta,cumpriu um papel importante.
Acabar
com as dívidas,fazer o estádio,modernizar o ct,reiventar a relação
coma torcida,incluindo-a sempre mais,com as festas no campo das
laranjeiras e outras ideias,são bem vindas para tornar o Fluminense
permanente e defintivamente um clube de primeira de divisão, incapaz
de cair.
O
que me impressiona nos dirigentes do Fluminese e que quando você os
olha não há no rosto deles nenhuam angústia pela situação
recorrente e atual do time e do clube.E pior ,nestas horas era mais
que exigivel uma união dos dirigentes em torno daquilo que é mais
transcendente,o próprio Fluminense.
Recordo-me
de que no periodo da papai Joel,a primeira coisa que o presidente
Marcio Braga fez foi deixar de lado todas as picuinhas politicas e
chamar os grupos politicos do Flamengo para ajudar na luta daquele
então contra o rebaixamento.
Quando
os dirigentes se digladiam em público mostram que o Fluminense não
é mais importante do que eles própios e que não é senão mero
detalhe ou complemento das atividades pessoais deles.
Isto
já tinha ficado claro para mim no episódio de Osvaldo de Oliveira e
Ganso,que foi premiado pela estupidez que praticou contra o clube e a
torcida.
Mas
tudo isto revela que o Fluminense se tornou uma atividade meio e não
finalidade,não um valor,uma grandeza,mas mera correia de transmissão
de interesses inevitavelmente escusos.