O meu artigo anterior causou
uma certa espécie em
alguns bons amigos meus.Ainda falando
sobre este jogo
fatidicamente histórico eu quero
dizer que nós
temos que considerar
a humildade de um ponto de vista
positivo e para isso não podemos e não podíamos ,no
jogo,deixar de lado o fato de
que somos pentacampeões e que
isto deveria ter tido um peso
na partida.
Ainda que se admita
o apagão não se pode aceitar este
tipo de inocência,mesmo de
jogadores jovens,que têm consciência de tudo o que
foi construído no passado,além do mais porque eles jogam no exterior ,desde o início de suas carreiras,por conta
desta construção,fato que não
autoriza os jogadores a ter medo dos alemães ,se é que foi este
o motivo do apagão.Como podem
ficar deste jeito
diante de jogadores que eles conhecem
há anos na Europa,há pelo menos
5 anos ,na média.Alguns brasileiros
são até campeões em times de ponta
como o capitão Thiago Silva.
O que causou
este maldito apagão
foi este oba-oba,patrocinado,inclusive pelas mídias,como a rede globo,que,antes da vitória,já
exaltam como nunca antes os
jogadores,não no espírito de valores
de esforço apenas,mas de promoção
de um espetáculo com retorno
financeiro
garantido.Antigamente,antes de a pessoa
ganhar rios de dinheiro
tinha que provar
o valor de
suas contribuições.Para a
maioria ainda é assim.Mas
diante destes esquemas milionários,a simples participação,às
vezes horrível,já garante
fortunas do dia para a noite.E
não adianta vir com este
discurso de que é preciso
continuar a vida,de que foi só um jogo,porque isto encobre a necessidade real de continuar com a galinha
dos ovos de ouro,a despeito de quaisquer
valores de verdade.
Eu sempre falo de futebol,com a maior seriedade,
porque está provado historicamente que
as sociedades que mais rápida e
democraticamente progrediram são
aquelas que possuem um grau de união e
homogeneidade capaz de mobilizar uma
idéia de maneira célere e eficiente.Foi assim(não democraticamente às vezes)na Alemanha,no
Japão,na Suécia e nos países escandinavos,sem império.
Se
observarmos que o futebol
no Brasil une mais do
que a nação,mais do que
em torno da nação ou de qualquer
idéia ,vê-se que ele não só é
capaz de arrastar multidões para os
estádios,mas a nação para as idéias essenciais de nosso
tão aguardado progresso na
educação,na saúde e na política.
Por isso
acho que as discussões após o 7 a 1,versando sobre os fundamentos do futebol
brasileiro devem tratar também dos
fundamentos da nação,que não pode deixar jogadores de treze anos,formados nos
nossos clubes,sair a peso de ouro,para a
Europa,num fenômeno de desnacionalização(e porquê não de imperialismo),que
anuncia perigos futuros (e
presentes).
Pelo Futebol não devemos só reformular
o jogo,mas o Brasil,porque só no
jogo a nação existe.
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