quarta-feira, 30 de julho de 2014

O que eu realmente disse sobre o 7 a1



O meu artigo anterior  causou  uma certa  espécie  em  alguns bons amigos  meus.Ainda  falando  sobre  este  jogo  fatidicamente  histórico eu  quero  dizer  que  nós  temos  que  considerar  a humildade de um ponto de vista  positivo e para  isso  não podemos e não podíamos  ,no  jogo,deixar de lado o fato de  que  somos pentacampeões e que isto deveria  ter tido  um peso  na partida.
Ainda que se admita  o apagão  não se pode aceitar  este  tipo  de inocência,mesmo de jogadores  jovens,que  têm consciência  de tudo o que  foi construído  no  passado,além do mais  porque eles jogam  no exterior ,desde o início  de suas carreiras,por  conta  desta  construção,fato  que não  autoriza os  jogadores  a ter medo dos  alemães ,se é que  foi este  o motivo  do apagão.Como  podem  ficar  deste  jeito  diante de jogadores que  eles  conhecem  há anos  na Europa,há  pelo menos  5  anos ,na média.Alguns brasileiros são até  campeões em times  de ponta  como  o capitão Thiago Silva.
O que  causou este  maldito  apagão  foi este  oba-oba,patrocinado,inclusive  pelas mídias,como a rede  globo,que,antes da  vitória,já  exaltam  como nunca  antes os  jogadores,não no espírito de valores  de esforço  apenas,mas de promoção de um espetáculo com retorno  financeiro  garantido.Antigamente,antes de a pessoa  ganhar  rios de dinheiro tinha  que  provar  o  valor  de  suas  contribuições.Para a maioria  ainda é  assim.Mas  diante destes  esquemas  milionários,a simples participação,às vezes  horrível,já  garante  fortunas do dia para a noite.E  não adianta vir com este  discurso  de que é  preciso  continuar a vida,de que foi só um jogo,porque isto encobre  a necessidade real de continuar  com a galinha  dos  ovos  de ouro,a despeito  de quaisquer  valores de verdade.
Eu sempre falo de futebol,com a maior seriedade, porque está provado  historicamente  que  as  sociedades que mais rápida e democraticamente  progrediram são aquelas  que possuem um grau de união e homogeneidade capaz de mobilizar  uma idéia  de maneira célere  e eficiente.Foi assim(não  democraticamente às vezes)na Alemanha,no Japão,na Suécia  e nos países  escandinavos,sem império.
Se  observarmos que  o  futebol  no Brasil  une  mais do  que  a nação,mais  do que  em torno da nação ou de qualquer  idéia ,vê-se  que ele não só é capaz de arrastar  multidões para os estádios,mas  a nação para  as idéias essenciais  de nosso  tão aguardado  progresso na educação,na saúde e na política.
Por isso  acho que as discussões  após  o 7 a 1,versando sobre os fundamentos  do futebol  brasileiro devem tratar também dos  fundamentos  da nação,que não pode  deixar jogadores de treze anos,formados nos nossos clubes,sair a peso de ouro,para a  Europa,num fenômeno de desnacionalização(e porquê não de imperialismo),que anuncia  perigos  futuros (e  presentes).
Pelo Futebol não devemos só  reformular  o jogo,mas  o Brasil,porque    no jogo a nação existe.




Nenhum comentário:

Postar um comentário