O grande filósofo alemão
Ernst Bloch cunhou
para aquele que
não tem crença
em Deus uma expressão
do significado simbólico
desta palavra:o princípio esperança.Deus seria
uma esperança de
realização de unidade da humanidade,um
outro nome para utopia.
Eu quero,nestas
eleições fazer o mesmo com a
palavra Brasil,que tem o
mesmo significado.Sei que
muita gente,principalmente
da esquerda vai
me criticar,mas é
que não acredito
mais em visões somente
rupturistas,que,ao longo da história,só fomentaram
violência com quem
era mais pobre e desprotegido.Além do mais
acho que é
preciso antes de tudo
desenvolver o Brasil e dividir a riqueza antes de pensar em saídas
utópicas radicais.
Nestas eleições
,como em todas,o princípio
Brasil deve se construir
a partir de muitos discursos
e propostas.Como na relação
com Deus
cada crente tem o
seu próprio caminho
para chegar à sua
graça.No caso do Brasil e
de uma eleição o que deve
ser é resolver os
problemas sociais básicos e que
não são resolvidos nunca apesar
de sempre se
oferecer as respostas,nos
discursos,que os eleitores querem.
Qual seria
o discurso ou
quais seriam os
para se encontrar
a adequação definitiva entre eles e os
eleitores,entre o Brasil e
a utopia,que os eleitores
e os representantes(será?)querem?
Pergunta difícil,cheia
de obstáculos ,mas eu
tentarei aqui dar
uma resposta evidentemente pessoal e que pode valer
como experiência coletiva
da cidadania brasileira.
Eu vou
focalizar o Brasil,
portanto parto dos
candidatos à Presidente,sabendo,claro que o
ocorre nos outros
níveis é tão importante
quanto.
Qual o discurso
que pode fazer um cidadão que vai votar perfazer o
caminho deste símbolo da utopia brasileira?
O objetivo é um
Brasil socialmente justo.Vamos
supor estes candidatos
presidenciais:Marina é renovação,negra,mas
tem uma ligação com a
religião que fere um
programa moderno e laico;nos
últimos dias
o seu programa tem mudado ao sabor das necessidades.Aécio expressa
uma social-democracia que
não existe e fica ao sabor de
compromissos ainda mais atrasados.Dilma é
a esquerda que
não existe mais.Também é
refém de interesses.
E os
Partidos de esquerda?Até têm
razão em muitos diagnósticos,mas como vão governar com estas propostas radicais,senão recorrendo
à revolução?Que não vai acontecer.
De tudo se depreende
que senão houver uma ampla
reforma política que acabe com o fisiologismo que
a tudo assiste
e a tudo
domina,não será possível votar em
alguém,em um programa
factível de realização.
Na hora das
negociações a escolha dos eleitores vai toda por água abaixo,por causa da” governabilidade”.
Votamos sempre na
“ governabilidade”,que não significa nunca o progresso que os programas e o povo pedem.
Deste
jeito,votamos não na construção da utopia,mas em expectativas dependentes do humor
e dos interesses dos políticos e
não do povo.Onde está a soberania
popular?As manifestações, de que serviram?Como
construir uma linguagem,um caminho,um discurso
que nos faça chegar lá?
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