quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O princípio Esperança e as eleições




O  grande filósofo  alemão  Ernst  Bloch  cunhou  para  aquele  que  não  tem  crença  em Deus  uma  expressão  do  significado  simbólico  desta palavra:o  princípio  esperança.Deus  seria  uma  esperança  de  realização de unidade  da  humanidade,um  outro nome  para  utopia.
Eu  quero,nestas  eleições fazer  o mesmo  com a  palavra  Brasil,que  tem o  mesmo  significado.Sei  que  muita  gente,principalmente da  esquerda  vai  me  criticar,mas  é  que  não  acredito  mais  em visões  somente  rupturistas,que,ao  longo  da história,só  fomentaram  violência  com  quem  era mais pobre  e desprotegido.Além  do mais  acho  que  é  preciso  antes  de tudo  desenvolver  o  Brasil e dividir  a riqueza antes de pensar  em saídas  utópicas radicais.
Nestas  eleições  ,como  em todas,o  princípio  Brasil deve  se  construir  a  partir de muitos  discursos  e propostas.Como  na relação com  Deus  cada  crente  tem o  seu  próprio  caminho    para chegar  à  sua  graça.No caso  do  Brasil e  de uma  eleição  o  que deve ser é  resolver  os  problemas  sociais  básicos e que  não  são resolvidos  nunca apesar  de  sempre  se  oferecer  as  respostas,nos  discursos,que  os  eleitores querem.
Qual  seria  o  discurso  ou  quais  seriam  os  para  se  encontrar  a adequação definitiva  entre eles  e os  eleitores,entre  o  Brasil e  a utopia,que  os  eleitores  e os  representantes(será?)querem?
Pergunta  difícil,cheia  de obstáculos ,mas  eu tentarei  aqui  dar  uma resposta  evidentemente  pessoal e que pode  valer  como  experiência  coletiva  da  cidadania brasileira.
Eu  vou  focalizar  o  Brasil,  portanto  parto  dos  candidatos  à  Presidente,sabendo,claro  que o  ocorre  nos  outros  níveis  é tão  importante  quanto.
Qual o discurso que pode  fazer um cidadão que vai  votar  perfazer o  caminho  deste símbolo da  utopia brasileira?
O objetivo é um Brasil   socialmente justo.Vamos supor   estes   candidatos  presidenciais:Marina  é renovação,negra,mas tem uma ligação   com   a  religião  que fere   um  programa   moderno  e laico;nos    últimos  dias   o seu  programa  tem mudado ao sabor das  necessidades.Aécio   expressa   uma  social-democracia   que  não existe e fica ao sabor   de compromissos  ainda  mais atrasados.Dilma  é  a  esquerda  que  não existe  mais.Também  é  refém  de interesses.
E os Partidos  de esquerda?Até  têm  razão em muitos diagnósticos,mas como vão governar com estas  propostas radicais,senão  recorrendo  à revolução?Que não vai acontecer.
De tudo se   depreende  que senão houver  uma ampla reforma política que acabe com  o fisiologismo  que  a  tudo   assiste  e  a  tudo   domina,não  será possível  votar em  alguém,em  um  programa  factível de realização.
Na hora das negociações a escolha dos  eleitores vai toda  por água abaixo,por causa da”  governabilidade”.
Votamos  sempre na  “ governabilidade”,que não significa nunca  o progresso que os programas e o povo pedem.
Deste jeito,votamos não na construção da utopia,mas em expectativas dependentes    do humor  e  dos interesses dos políticos e não   do povo.Onde está   a soberania  popular?As  manifestações, de que serviram?Como construir uma linguagem,um  caminho,um discurso que nos faça chegar lá?

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