segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Delenda Germania



Os  sinais da História estão aí para os que  têm sensibilidade  para notá-los.Há  duas semanas eu assisti no History Channel dois  documentários  sobre  o “Terceiro Reich” aparentemente  produzidos  nos Estados Unidos,mas com um enfoque  especifico sobre a Alemanha e  o seu renascimento.A última cena do documentário mostra um escolar alemão,em 1945,com uma bolsa  nas costas,caminhando por uma estrada,sorridente,como caminhando para o futuro.
O fato  de  ser uma produção dos Estados Unidos  não quer dizer nada ,porque o maior agrupamento de neonazistas é  neste  país.Não estou também dizendo que  no filme  transparece uma visão nazista,pois  são vistas  cenas ainda mais cruéis  da  violência  hitlerista.
Contudo aprendi a ser cauteloso,porque  muitos  movimentos  usam de  estratégias muito complexas para obter  os  seus  objetivos.Admitir  os  crimes ,mas promover uma nova Alemanha é o mesmo que  entregar  os anéis  para  manter os dedos.
E ser cauteloso  é perceber os sinais deste  “ Renascimento alemão”,que aparentemente começou com esta questão da Grécia ,mas já  tinha sido posta como um objetivo de longo prazo assim que  a Alemanha se re-unificou.Outro sinal é o terceiro mandato de Ângela  Merkel.Desde a Segunda Guerra foi sempre  muito raro que um  Chanceler ficasse  no poder mais do que  dois mandatos,mas  Ângela  conseguiu  este  feito dentro  do processo da crise  grega,o que já em si é escandaloso(espiroquetear  o sofrimento de um país pequeno para obter poder).
Eu sempre  questionei muito se  os regimes  ditos parlamentaristas da Grã-Bretanha e da Alemanha são realmente  parlamentaristas.A meu ver a maior  contribuição do parlamentarismo é  trocar eficientemente os governantes,na rapidez  desejada pela  soberania popular,sem instabilidades.A Itália parece ter conseguido isto,mas nos dois primeiros  países,esta troca  quem decide  fazer não é o povo,mas os esquemas partidários,segundo  interesses particulares de determinados grupos dentro deles.
O  futebol  oferece sinais deste  perigoso “ renascimento”.A Croácia  recentemente proibiu que os jogos  da sua seleção fossem feitos  com a  presença de  sua própria  torcida,porque  esta entrou num estádio  e  desenhou uma suástica.Qual o referencial destes  croatas senão a Alemanha?
Após  a unificação  ,o esfacelamento da Iugoslávia  e  o enfraquecimento do Leste  Europeu eram vistos  como favoráveis à Alemanha que buscaria certamente hegemonia nestes  países.E o pior:do lado da ex-União Soviética,a Rússia de Putin, também se revela  um projeto nacional hegemônico e o temor de muitos analistas( o  que impediu de certa maneira  a tomada total da Ucrânia,objetivo de Putin)é  que  se  este  projeto se realizar uma onda  de  tentativas de  anexação  ocorra  em toda a Europa Oriental.Um novo pacto Hitler/Stalin está em curso e  não se trata só de dividir a Polônia.
Também analistas afirmam que  a  Comunidade Européia  vai ter que desaparecer,porque  os países  que  a  compõem não terão recursos para evitar esta  crise e se  voltarão para  os interesses  de suas próprias nações,e  nós  vimos  como foi difícil convencê-los  a  ajudar  no empréstimo à  Grécia.
Uma  comunidade  deste tipo só vai prosperar na História quando os interesses dos pequenos países tiverem a mesma  força e  legitimidade dos grandes,senão é isto o que vemos:perigo à  vista,a nação de volta na sua  pior  forma.

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