O revolucionário,e eu uso esta expressão no sentido geral,ou seja,aquele que quer mudar(mesmo que seja com reformas),não pode nunca ser institucional,no sentido de aceitar o princípio da tutela,tanto ativa como passivamente.Ele não é inimigo do princípio da justiça ,que o Estado eventualmente administra,mas é a vida,o conceito de justiça,que precede e fundamenta o Estado.
O marxismo que identificou o direito com o Estado(sem saber que direito quer dizer justiça),colocou o revolucionário,na média,contra o Estado e o Direito.No processo gorado da autoreforma do socialismo, a incorporação do Direito teve o efeito contrário de colocar os agora pseudo-revolucionários como integrantes do Estado,co-partícipes dele.Esta postura subverte o sentido inicial da oposição entre revolução e Estado,mudança e Estado.
Ser a favor da instituição é ser contra o movimento,porque a forma em geral se sempre legitimada,paralisa.Além do quê colocar algo fora de si como fundamento de si é como andar de cabeça pra baixo.Não é à toa que a religião cristã ao se tornar católica,pela identificação com o Estado Romano,criou formas de idolatria e culto ao Estado e ao chefe para induzir à paralisia e aceitação da tutela da mãe igreja.
No processo de democratização da revolução,a estratégia democrática e reformista da mudança não impõe por princípio a aceitação da tutela,mas a participação crítica intitucional,no Estado e nos seus departamentos,universidades,órgãos de decisão e mesmo no setor privado,onde há forte responsabilidade pública.(como enter outros a universidade).
Para um revolucionário,repito,no sentido geral,ser crítico ao mainstream e participar dele é contraditório.Não sei se é possível acabar com o Estado mas o sentido de mudança não é acrescê-lo ou inchá-lo,mas diminiui-lo(como querem os liberais) e dentro das universidades ele deve participar mas de modo crítco,sem reproduzir os esquemas de poder ou,no caso das universidades particulares apoiar a reprodução do capital,ao arrepio da qualidade de ensino.
É preciso mapear os direitos e deveres do revolucionário em nossa época tão cheia de incertezas.
O conhecimento é de todos,todos têm que produzir,pelo esforço.Não há revolucionário escolarino,ou seja,que só aceita o conhecimento que vem da escola,mas ele o procura também e o produz,PELO ESFORÇO,sem mamãe mandar,desde pequeno.
Uma das coisas terríveis do marxismo é ter privilegiado,em detrimento deste esforço,a teoria,só podendo fazê-la o gênio,como Marx.Na verdade ele mesmo,na "Ideologia Alemã",afirma que criando tempo livre,todo homem poderia produzir obras de elevado nível (Hannah Arendt trabalha esta idéia pelo viés liberal em outro livro importante " A Condição Humana").Dentro desta contradição podemos ver que o revolucionário é senso de justiça,vontade fundada e busca e produção de conhecimento.
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