Até a década de
70 se esperava a vinda da
chamada “Revolução Brasileira” e Caio Prado Júnior participou
do debate junto com outros grandes intelectuais e historiadores
marxistas.Mas o ponto crucial,no
Brasil,deste debate,foi em 1972,mais
ou menos na mesma época em que ele
publicou a sua interpretação e
junto com o movimento de luta
armada que pregava que a sua luta era a ”revolução brasileira”.
Depois de
tantos anos e
tantas discussões o meu
pensamento sobre esta matéria remonta
a este ano de 72 em que foi publicado o
livro de Leandro Konder sobre “ O Conceito de
Fascismo”,que visava atacar
o pessoal da luta
armada e resumia
o pensamento marxista
brasileiro,que,na verdade,refletia
a discussão sobre o que era de fato o marxismo,o qual não era
aquele da interpretação dogmática
e cientificista do stalinismo.
Em linhas gerais ,podemos dizer que este livro afirmava
que as condições objetivas(desenvolvimento do capitalismo brasileiro,notadamente
autárquico)e subjetivas(preparação
ideológica da classe operária),não estavam dadas e por
isto os militantes deviam lutar
por uma democracia burguesa,no âmbito do
desenvolvimento do capitalismo moderno no
Brasil,para,a partir daí ,
operar,no sentido do socialismo , as
mudanças que visassem acabar
com a ditadura e criar aquelas condições,e num passo seguinte, fazer a revolução.
Como sabemos
agora,nada aconteceu e os paradigmas desta revolução não são mais pensados.Contudo,o
progresso nacional do Brasil ainda é necessário
para resolver a questão social.Muito
embora o PT diga que ela está acabando(a miséria e a questão social)as pessoas
sensatas sabem que não,estando,inclusive,muito longe de solucionar.
Mas estes
paradigmas servem para analisar como as nações buscam o seu desenvolvimento,acrescentando
ou não a questão social.
No âmbito do marxismo ficou
claro que o cerco ao capitalismo,a hegemonia da
esquerda para fazer a revolução democrática não deu certo,em
função do poder da burguesia,quanto inclusive,à capacidade de cooptação das classe médias.
Foi o
que se viu
na época do
compromisso histórico,na Itália.O
simples recrudescimento do
terror,provocado pela direita,inviabilizou a ascensão dos comunistas italianos.
Guardadas as
devidas proporções o mesmo se viu
no Chile.
Aqueles que
defenderam a luta armada continuam
a defendendo,nos seus pequenos
nichos(muito pequenos mesmo,do tamanho
de uma Kombi do América Futebol Clube ),mas ,de novo,as pessoas sensatas,sabem que não está na ordem do dia
uma revolução que acabe com as classes,a partir de uma hegemonia de uma
suposta maioria de trabalhadores(quais?)
A insistência nesta impossibilidade pode fechar os caminhos para um
desenvolvimento social,que é uma via capaz de superar sim a pobreza
e a miséria,não com empréstimos,mas com
reformas estruturais de fato,como a universalização da
educação.
O padrão de desenvolvimento dos países ao
longo da história indica
que senão houver uma homogeneidade de interesses nacionais,um projeto nacional desejado por
todos não há como desenvolver uma sociedade capitalista moderna,que,ainda que dividida em classes,termine
com as carências básicas do ser humano.
Isto,esta homogeneidade
,não será possível,se não admitirmos
uma aliança,como foi dito em
72,com a burguesia.Não será possível,principalmente,num país tão dependente como o Brasil,pois o cerco
à burguesia brasileira,a
obrigará a fazer uma aliança com as burguesias
imperialistas do primeiro mundo ,coisa que
aconteceu com Getúlio em 45 e
em 54.
Então a Revolução brasileira
não é bem revolução,mas
desenvolvimento em torno de um projeto nacional.
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