A democracia
se define pela aceitação do
pensamento divergente,ainda que
seja único.Hoje em
todo lugar esta
visão está distorcida.Se
um partido fica sozinho é
porque ele não é democrático e portanto esta atitude
eventual é marcada na sua
pele para sempre,maculando as futuras alianças
que ele quiser fazer.
Isto ,no entanto,não é democracia,é
conchavo,convescote,armação,que é
o que ocorre hoje:corporações políticas( e
econômicas)supostamente
representam a soberania
popular,mas ,na verdade,com a
anuência de um povo sem politização,fingem fazê-lo.
Na democracia
representativa o liame
entre a soberania
popular e os partidos se
dá pelos programas.Com exceção dos partidos influenciados por
concepções religiosas,que discutem os seus fundamentos
há milênios,os partidos
laicos são,com exceções,sempre
levados pelas necessidades imediatistas de cada época e cada eleição e reproduzem este monstro de ilogicidade política,quanto mais ,por
causa disto,o povo se desinteressa ,num círculo infernal e quiçá eterno,que
não acaba e para o qual não se vê
solução no horizonte.
Se observarmos
as alianças no
Brasil,tudo começa mal porque
existe uma diferença entre
as alianças federais e as
estaduais.Isto sem falar que não
há nenhum partido com um programa bem
fundamentado,como eu disse.
As alianças
são feitas em
torno de pessoas e em torno de
interesses,construídos ao sabor
do tempo.
No outro
artigo me referi ao
problema de Marina estar associada
ao PT,em muitos estados,como no Rio de Janeiro.
O PV,que ,através de Gabeira,se associou à
crítica de direita à solução petista da crise dos médicos,pela importação
dos cubanos,seguindo como
seguiu Yoni Sanchez,agora faz aliança com
o PT.
Vá lá,vamos deixar de lado
a questão da
coerência.Que sentido político,de
acordo com as tendências do povo
brasileiro,se pode extrair,se pode
prever sobretudo,de uma situação
como esta?Porque , depois de tantas críticas
a situação só piora?Como saber
o sentido que um
governo quer dar à
sua administração,com esta falta
de fundamento?
A atitude de ficar sozinho,muitas vezes,é
essencial para mostrar,que é
preciso pensar que a
democracia representativa e popular
que nós temos e defendemos,pelo menos em
palavras,depende de idéias e
valores que são
assimiláveis pelos cidadãos e basta um
único para que a
legitimidade da democracia se estabeleça.
Desde que Hitler
foi eleito pela maioria,que não se pode
partir do princípio de que
esta é
suficiente para legitimar
e garanti-la,porque a condição
disto é o respeito
essencial ,baseado no direito,ao
cidadão que vota.
Não há perigo
maior para uma democracia moderna
que diluir este cidadão
nestas massas que
votam de acordo com critérios pessoais,emocionais(desastre de
avião,beleza,mulher),sem critérios e discernimento.É claro que
tudo isto favorece às corporações
que o fomentam,mas este
círculo mata a representação e destrói a possibilidade de solucionar os grandes
problemas nacionais,em
diversos níveis de administração.
Desde os 18
anos eu voto pensando que os políticos
vão tirar criança
da rua,velhos das ruas,que
a miséria vai diminuir de fato,mas até hoje,apesar
dos discursos,nada acontece.
Temo que
,depois que passar o
meu tempo de vida,o meu quartinho de hora, esta
situação vai continuar e eu fico
pensando porque gosto tanto de
política,em função de quê?
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