quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Aliança e Eleições



A  democracia  se  define  pela aceitação  do  pensamento  divergente,ainda  que  seja  único.Hoje  em  todo  lugar  esta  visão  está  distorcida.Se  um partido  fica  sozinho é  porque  ele  não é democrático e portanto  esta atitude  eventual é  marcada  na sua  pele  para  sempre,maculando  as  futuras  alianças  que  ele quiser  fazer.
Isto ,no  entanto,não é  democracia,é  conchavo,convescote,armação,que  é o que  ocorre  hoje:corporações  políticas( e  econômicas)supostamente  representam  a  soberania  popular,mas ,na  verdade,com a anuência  de um povo  sem politização,fingem fazê-lo.
Na  democracia  representativa  o  liame  entre  a  soberania  popular  e os  partidos se    pelos  programas.Com exceção  dos partidos influenciados  por  concepções  religiosas,que  discutem os seus  fundamentos    milênios,os  partidos  laicos são,com exceções,sempre  levados pelas  necessidades  imediatistas de cada época e  cada  eleição e reproduzem este  monstro de ilogicidade  política,quanto  mais ,por  causa  disto,o povo se  desinteressa ,num círculo infernal e quiçá  eterno,que  não  acaba e para o qual  não se vê  solução  no  horizonte.
Se  observarmos  as  alianças  no  Brasil,tudo  começa  mal porque  existe uma  diferença  entre  as  alianças federais e as estaduais.Isto  sem falar que  não    nenhum partido  com um programa  bem  fundamentado,como  eu  disse.
As  alianças  são  feitas  em  torno de pessoas e  em  torno de  interesses,construídos  ao  sabor  do tempo.
No  outro  artigo  me referi  ao  problema  de Marina estar  associada  ao PT,em  muitos  estados,como no  Rio de Janeiro.
O  PV,que ,através  de Gabeira,se associou  à  crítica de direita  à  solução petista da crise  dos médicos,pela  importação  dos  cubanos,seguindo como seguiu  Yoni  Sanchez,agora faz  aliança com  o  PT.
  lá,vamos deixar  de lado  a  questão  da  coerência.Que  sentido  político,de  acordo  com as tendências  do povo  brasileiro,se pode extrair,se pode  prever  sobretudo,de uma situação como esta?Porque , depois  de tantas  críticas  a situação só  piora?Como  saber  o sentido  que  um  governo  quer  dar à  sua  administração,com esta falta de fundamento?
A  atitude de ficar  sozinho,muitas  vezes,é  essencial  para mostrar,que é preciso  pensar  que  a democracia  representativa e  popular  que  nós temos e  defendemos,pelo menos em palavras,depende  de idéias e valores  que  são  assimiláveis  pelos  cidadãos e basta  um  único  para  que a  legitimidade  da  democracia se estabeleça.
Desde  que Hitler  foi eleito pela  maioria,que  não se pode  partir  do princípio de que esta  é  suficiente  para  legitimar  e garanti-la,porque  a  condição  disto  é  o respeito  essencial  ,baseado  no direito,ao  cidadão que  vota.
Não  há perigo  maior  para uma democracia  moderna  que  diluir este  cidadão  nestas  massas  que  votam de  acordo  com critérios pessoais,emocionais(desastre de avião,beleza,mulher),sem  critérios  e discernimento.É claro  que  tudo isto  favorece às  corporações  que  o fomentam,mas  este  círculo  mata  a representação e destrói  a possibilidade  de solucionar os  grandes  problemas  nacionais,em diversos  níveis de administração.
Desde os  18  anos  eu voto pensando que  os políticos  vão  tirar  criança  da  rua,velhos  das ruas,que  a miséria  vai  diminuir de fato,mas até  hoje,apesar  dos discursos,nada  acontece.
Temo  que  ,depois  que  passar o  meu tempo de vida,o meu quartinho de hora,  esta  situação  vai continuar  e  eu  fico  pensando porque  gosto  tanto  de política,em  função de quê?


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