Artigo feito
por um descendente de imigrante
A imagem
abaixo do menino morto revela aquilo que
todos já sabemos de muito tempo:a banalização do mal.E
aparentemente isto não é visto como banalização(o que a ajuda)porque se supõe que não há responsáveis por isto.
Mas há sim.A culpa de toda esta
situação é dos Estados Unidos e
da Europa,mas principalmente dos Estados Unidos
,que queria assumir o papel de gendarme,como sempre,e vendo a recusa da maioria
dos países(inclusive o Brasil com a Dilma)não fez nada para ajudar os sírios.Quero dizer,quem tinha e tem o mandato
de intervenção humanitária é a ONU,mas os Estados Unidos não aceitam
integrar uma força de paz,se
colocando junto com outros
países,para ajudar,eles querem
ser o
país determinante da paz no mundo,o que é absurdo.
O principio da autodeterminação dos povos acabou
Quando,depois
da 1ª Guerra,o Presidente Wilson,com seus onze
pontos para a reconstrução da Paz
Mundial,defendeu o princípio da autodeterminação dos povos,não fez senão continuar com o chamado “ concerto das
nações européias”,as relações complexas entre os grandes países,que levaram
a este
conflito.
Isto
porquê,se supunha que o direito de um povo se auto determinar,o seu reconhecimento,evitaria
intervenções indevidas,sem fundamento,como vinha ocorrendo desde a invasão de
Port Arthur,em 1905,pelos japoneses.Mas
na verdade,embora este princípio seja um progresso,isto habilitava
que qualquer país agredido pudesse pedir ajuda,o que ,para os Estados
Unidos,como potência cada vez mais
hegemônica,era ótimo,pois ele seria sempre chamado como grande salvador da democracia,o que acontecera na 1ª Guerra,em que este país
afirmou que ele é que tinha dado fim ao conflito mundial,o que é uma mentira histórica.
Contudo
,neste princípio,não havia preocupação humanitária nenhuma.Apesar dos tratados
de proteção de populações civis,controle de armas,proteção de prisioneiros(Convenção de
Genebra),isto tudo ficou para debaixo do tapete,diante dos interesses nacionais,que causaram o segundo conflito.
Aí se pensou
em razões humanitárias,por cima e além
destes interesses particularísticos?Até
hoje,não.
Todo o processo
de constituição da ONU,com sua
declaração de Direitos
Humanos ,impõe um aprofundamento
cada vez mais necessário,mas a Guerra-Fria
sepultou esta obrigação.
Agora que
ela acabou,segundo Bush pai,não há
motivo para a continuidade desta
Realpolitik.Já passou o tempo de
reconhecer que o princípio de auto determinação
caducou diante das obrigações
humanitárias da comunidade internacional e que ela não pode ser
dependente dos condicionamentos impostos
pelos Estados Unidos.
A ONU devia
ter(como tem)o seu corpo militar e diante da recusa estadunidense,fazer o seu
dever,apesar desta nação.Ao invés baixou
a cabeça.
Agora é o que
se vê.
Se eu disser
que isto é de caso pensado, todo mundo
vai dizer que eu exagero,que vejo a
História como uma lógica inquebrantável,pré-dada,mas já há algum tempo,as potências inauguraram uma “
nova “ política de imigração,que é
a velha exploração de mão-de-obra
barata.
Isto começou
com a pirataria em torno da Etiópia,que
não foi um fenômeno fortuito,mas relativamente programado,porque o Ocidente
deixou este país sem apoio e o nível de miséria crescendo, compeliu muitos a ir
para o banditismo marítimo.
Depois veio a
Líbia.Porquê se preocupou tanto em julgar Sadam Hussein e o
mesmo não aconteceu com Khadaffi?Porque
este ,embora cheio de culpas,sempre fora
um opositor dos Estados Unidos.
A morte de
Khadaffi serviu para grupos rivais tomarem o poder e fazerem o mesmo que ele,ou
pior,deixando os líbios à própria sorte.
Ninguém fez
nada para ajudar os sírios e todo mundo
achou que com o Estado Islâmico seria
possível um certo equilíbrio guerreiro naquele país,a guerra criaria dois lados estanques e as
coisas ficariam do mesmo jeito,mas a miséria
cresceu e os sírios vão servir de
mão-de-obra barata,dentro desta
hipócrita Alemanha,que recusa num
primeiro momento os imigrantes,para depois absorvê-los.Alemanha que está
acabando com a Comunidade Européia(o princípio de solidariedade universal) e construindo um novo projeto hegemônico,possível
tragédia anunciada desde a
reunificação.Assunto para o próximo artigo.