segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Um grande perigo...para eles!



  se  sabe  que  muita gente  dentro do PT admite a  renúncia  de  Dilma,porque  esta situação toda  está já  a minar a confiança do eleitorado não só na figura da Presidente mas também no Partido.
Isso não quer dizer que  a preocupação é  com o programa  e  a honra  histórica do Partido,mas com a continuidade deste projeto petista.Lula  não vai  recuperar o Partido,porque  ele acha que esta recuperação passa  por sua  vitória eleitoral em 2018  e  o descalabro do atual  governo já está respingando  neste  projeto ;então é preciso isolar e  descartar o boneco para que o ventríloquo assuma(de  novo)o papel que já era(é)dele.
A grande questão  é que Lula    vai encontrar  uma  situação bem diferente daquela  que  encontrou nos seus  dois mandatos,pois ele  não terá  o seu partido nas condições  ideais e  a desconfiança do povo  só tende  a  aumentar.Mesmo que o povo o separe do Partido,dentro da  sua mentalidade salvacionista,não há  como desconfiar de que este político já  caminhando para  a velhice  será  capaz  de  fazer  para recuperar  a  popularidade desta tradição histórica de esquerda.
E hoje  quando eu falo em tradição histórica  da esquerda  me refiro a toda ela,pois  estes  escândalos minam a  confiança  do povo na esquerda em geral e não só no PT.
Ainda bem que não temos uma direita organizada  no Brasil,mas tudo que está  ruim pode  piorar, pois existem tentativas neste  sentido já há bastante tempo.
Mais  ainda  ,fica claro que  a luta do PT para manter  os  “ programas sociais”(assistencialismo)é  cada dia  mais  difícil de  dar certo,porque  ninguém vai enxugar a máquina pública  extinguindo  o ministério do planejamento,mas  o da  educação.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Delenda Germania



Os  sinais da História estão aí para os que  têm sensibilidade  para notá-los.Há  duas semanas eu assisti no History Channel dois  documentários  sobre  o “Terceiro Reich” aparentemente  produzidos  nos Estados Unidos,mas com um enfoque  especifico sobre a Alemanha e  o seu renascimento.A última cena do documentário mostra um escolar alemão,em 1945,com uma bolsa  nas costas,caminhando por uma estrada,sorridente,como caminhando para o futuro.
O fato  de  ser uma produção dos Estados Unidos  não quer dizer nada ,porque o maior agrupamento de neonazistas é  neste  país.Não estou também dizendo que  no filme  transparece uma visão nazista,pois  são vistas  cenas ainda mais cruéis  da  violência  hitlerista.
Contudo aprendi a ser cauteloso,porque  muitos  movimentos  usam de  estratégias muito complexas para obter  os  seus  objetivos.Admitir  os  crimes ,mas promover uma nova Alemanha é o mesmo que  entregar  os anéis  para  manter os dedos.
E ser cauteloso  é perceber os sinais deste  “ Renascimento alemão”,que aparentemente começou com esta questão da Grécia ,mas já  tinha sido posta como um objetivo de longo prazo assim que  a Alemanha se re-unificou.Outro sinal é o terceiro mandato de Ângela  Merkel.Desde a Segunda Guerra foi sempre  muito raro que um  Chanceler ficasse  no poder mais do que  dois mandatos,mas  Ângela  conseguiu  este  feito dentro  do processo da crise  grega,o que já em si é escandaloso(espiroquetear  o sofrimento de um país pequeno para obter poder).
Eu sempre  questionei muito se  os regimes  ditos parlamentaristas da Grã-Bretanha e da Alemanha são realmente  parlamentaristas.A meu ver a maior  contribuição do parlamentarismo é  trocar eficientemente os governantes,na rapidez  desejada pela  soberania popular,sem instabilidades.A Itália parece ter conseguido isto,mas nos dois primeiros  países,esta troca  quem decide  fazer não é o povo,mas os esquemas partidários,segundo  interesses particulares de determinados grupos dentro deles.
O  futebol  oferece sinais deste  perigoso “ renascimento”.A Croácia  recentemente proibiu que os jogos  da sua seleção fossem feitos  com a  presença de  sua própria  torcida,porque  esta entrou num estádio  e  desenhou uma suástica.Qual o referencial destes  croatas senão a Alemanha?
Após  a unificação  ,o esfacelamento da Iugoslávia  e  o enfraquecimento do Leste  Europeu eram vistos  como favoráveis à Alemanha que buscaria certamente hegemonia nestes  países.E o pior:do lado da ex-União Soviética,a Rússia de Putin, também se revela  um projeto nacional hegemônico e o temor de muitos analistas( o  que impediu de certa maneira  a tomada total da Ucrânia,objetivo de Putin)é  que  se  este  projeto se realizar uma onda  de  tentativas de  anexação  ocorra  em toda a Europa Oriental.Um novo pacto Hitler/Stalin está em curso e  não se trata só de dividir a Polônia.
Também analistas afirmam que  a  Comunidade Européia  vai ter que desaparecer,porque  os países  que  a  compõem não terão recursos para evitar esta  crise e se  voltarão para  os interesses  de suas próprias nações,e  nós  vimos  como foi difícil convencê-los  a  ajudar  no empréstimo à  Grécia.
Uma  comunidade  deste tipo só vai prosperar na História quando os interesses dos pequenos países tiverem a mesma  força e  legitimidade dos grandes,senão é isto o que vemos:perigo à  vista,a nação de volta na sua  pior  forma.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A tragédia dos imigrantes




Artigo feito por um descendente de  imigrante



A imagem abaixo do menino morto revela  aquilo que todos  já sabemos de  muito tempo:a banalização do mal.E aparentemente isto não é visto como banalização(o que a  ajuda)porque se  supõe que não há responsáveis por isto.

Mas há  sim.A culpa de  toda esta  situação é dos Estados  Unidos e da Europa,mas principalmente dos Estados Unidos  ,que  queria  assumir o papel de  gendarme,como sempre,e  vendo a recusa  da maioria  dos países(inclusive o Brasil com a Dilma)não fez  nada para ajudar os  sírios.Quero dizer,quem tinha e tem o mandato de intervenção humanitária é  a  ONU,mas os Estados Unidos não aceitam integrar uma força  de  paz,se  colocando junto com outros  países,para ajudar,eles  querem ser  o país determinante  da paz  no mundo,o que é absurdo.
O principio  da autodeterminação dos povos  acabou
Quando,depois da 1ª Guerra,o Presidente Wilson,com seus onze  pontos  para  a reconstrução da  Paz  Mundial,defendeu o princípio da autodeterminação dos povos,não fez  senão continuar com o chamado “ concerto das nações  européias”,as relações  complexas entre os grandes países,que levaram a  este  conflito.
Isto porquê,se supunha  que  o direito de um povo se  auto determinar,o seu reconhecimento,evitaria intervenções indevidas,sem fundamento,como vinha ocorrendo desde a invasão de Port Arthur,em 1905,pelos  japoneses.Mas na  verdade,embora este  princípio seja um progresso,isto habilitava que  qualquer país agredido pudesse  pedir ajuda,o que ,para os Estados Unidos,como potência cada vez  mais hegemônica,era  ótimo,pois  ele seria sempre  chamado como grande  salvador da democracia,o que  acontecera na 1ª Guerra,em que este país afirmou que ele é que tinha dado fim ao conflito mundial,o que é  uma mentira histórica.
Contudo ,neste princípio,não havia preocupação humanitária nenhuma.Apesar dos tratados de proteção de  populações  civis,controle de  armas,proteção de prisioneiros(Convenção de Genebra),isto tudo ficou para debaixo do tapete,diante dos interesses  nacionais,que causaram o segundo conflito.
Aí se pensou em razões  humanitárias,por cima e além destes  interesses particularísticos?Até hoje,não.
Todo o processo de  constituição da ONU,com sua declaração  de  Direitos  Humanos ,impõe  um aprofundamento cada vez  mais necessário,mas a Guerra-Fria sepultou esta  obrigação.
Agora que ela  acabou,segundo Bush pai,não há motivo para a  continuidade desta Realpolitik.Já  passou o tempo de reconhecer que o princípio de  auto determinação caducou diante das obrigações  humanitárias da comunidade internacional e que ela não pode ser dependente dos  condicionamentos impostos pelos Estados Unidos.
A ONU devia ter(como tem)o seu corpo militar e diante da recusa estadunidense,fazer o seu dever,apesar desta nação.Ao invés  baixou a cabeça.
Agora é o que se vê.
Se eu disser que isto é de  caso pensado,  todo mundo  vai dizer que eu exagero,que vejo a  História como uma lógica inquebrantável,pré-dada,mas já há  algum tempo,as potências inauguraram uma “ nova “ política de  imigração,que é a  velha exploração de mão-de-obra barata.
Isto começou com a pirataria em torno da  Etiópia,que não foi um fenômeno fortuito,mas relativamente programado,porque o Ocidente deixou este país sem apoio e o nível de miséria crescendo, compeliu muitos  a ir  para o banditismo marítimo.
Depois veio a Líbia.Porquê  se  preocupou tanto em julgar Sadam Hussein e o mesmo não  aconteceu com Khadaffi?Porque este ,embora cheio de  culpas,sempre  fora  um  opositor  dos Estados Unidos.
A morte de Khadaffi serviu para grupos rivais tomarem o poder e fazerem o mesmo que ele,ou pior,deixando os líbios à própria  sorte.
Ninguém fez nada para ajudar os sírios e  todo mundo achou que com o Estado Islâmico seria   possível um certo equilíbrio guerreiro naquele país,a  guerra criaria dois lados estanques e as coisas ficariam do mesmo jeito,mas a miséria  cresceu e os sírios  vão servir de  mão-de-obra barata,dentro desta hipócrita Alemanha,que recusa  num primeiro momento os imigrantes,para depois absorvê-los.Alemanha que  está  acabando com a Comunidade Européia(o princípio de  solidariedade universal) e  construindo um novo projeto hegemônico,possível tragédia  anunciada desde a reunificação.Assunto para o próximo artigo.