terça-feira, 18 de outubro de 2016

O intransponível,mas distinguível:Freixo e as Igrejas

O processo de laicização




Esta eleição no Rio de Janeiro é um ótimo laboratório daquilo a que tenho me referido como necessário no Brasil:a laicização real do sistema político e ideológico  do Brasil.Não me venham com esta:dizer que isto aqui é uma república,uma federação,que existe separação entre  igreja e estado,público/privado,patati patatá,necas!!!
Nós somos um país por fazer nestes dois níveis,mas o que os une é exatamente esta idéia de separação,de distinção formal dos atributos,fenômeno essencial de um revolução mental e racional,que evite diluir os fundamentos da organização política e social de qualquer estado e muito mais o brasileiro.
Sem o fundamento da república todo mundo está acima da lei;sem o fundamento do público e do privado não há respeito à intimidade e à liberdade;sem o fundamento da federação uns se sobrepõem aos outros de maneira a romper o necessário equilíbrio de poder nacional;e sem o fundamento da separação entre igreja e  estado,os eleitores são não cidadãos,conscientes de tudo o que se disse acima,mas seguidores religiosos de pessoas que têm mais poder no âmbito nacional do que os que governam:os pastores,os padres,os orientadores espirituais do povo brasileiro, que ajudam  os crentes na falta renitente do Estado.
Desde Constantino que é assim:o Estado se desobriga a tomar o dinheiro do povo brasileiro para devolvê-lo em ajuda,porque as igrejas é que fazem isto,tirando os mendigos da rua,fazendo caridade,de forma honesta é verdade,mas ocupando um lugar que não é delas,sendo esta uma  responsabilidade dos governantes.E o dinheiro que vai para o estado fica com os que estão lá...
O espírito liberal do brasileiro ,principalmente nas grandes cidades como o Rio de Janeiro vai até ao ponto em que aqueles que não comungam de suas crenças não os atrapalhem.Nunca o crente vai entender a homoafetividade como um direito,enquanto ele não separar esta sua condição da de cidadão.Ele pode não aceitar a homoafetividade como crente,mas como cidadão não tem como negar-lhe o direito.
Freixo não vai realizar este processo agora.A sua derrota(até aqui)é para este atraso mental,esta indistinção.Mesmo que ele explicitasse o problema custaria tempo demais,não esta quinzena antes do segundo turno.
Mas como estão colocadas as coisas nesta eleição entrevemos um ponto de partida para discutir e avançar nesta questão republicana fundamental.

Nenhum comentário:

Postar um comentário