Eu já tratei deste tema em outra ocasião mas como
agora ele se tornou praticamente oficial sou obrigado a novamente abordá-lo.
Historicamente a terceirização é o máximo de “
liberação” das cadeias reguladoras “ medievais”(restos feudais[Nelson Werneck
Sodré]{tocarei neste assunto proximamente})do capitalismo predatório e sem
mercado interno brasileiro.
Todo capitalismo é assim:ele vai passando por cima
de todas as amarras reguladoras de qualquer jaez e origem que possui.Isto está
em Marx.É da sua natureza,na busca do poder.
Contudo,nos capitalismos tradicionais, isto vem
acompanhado de uma sociedade civil forte,um mercado consumidor amplamente
desenvolvido e que mantém o processo na base,nesta sociedade e não no
Estado,que,se predominasse(como no Brasil) acabaria por engessá-la.
O capitalismo autárquico brasileiro,que não foi
modificado em nada por Dilma e Lula(apêndices politicos deste capitalismo
predatório),não possui estas características essenciais.Essenciais para o quê?Para
a construção de um regime democrático pelo menos mais expressivo desta
sociedade civil e mais aberto a ela;para a uma distribuição de renda,que se não
perfeita,maior;e para a construção de um sistema educacional e uma mobilidade
social ascendente também maiores e que atinjam de fato extratos menos
favorecidos em maior quantidade.
Neste último caso eu já tinha tocado no artigo que
fiz logo que se falou na terceirização,inicio do governo Temer(que devia ter
saído junto com Lula e Dilma).A terceirização baixa os custos dos salários
porque a mão-de-obra é desqualificada e desobriga o Estado e a sociedade de
qualificá-la(obrigando o aumento de salários).Na construção civil por exemplo,um
engenheiro vai dirigir equipes de pessoas
contratadas sem nenhuma formação.O que ,pelos erros cometidos,fará com
que as obras demorem e os custos aumentem,favorecendo as construtoras.
As disparidades de renda aumentam se não há
qualificação.
Na ocasião do meu primeiro artigo teve gente que me critcou porque entendia que
havia vantagens na terceirização e eu digo :num capitalismo avançado,como Marx
mostrou, a quebra das peias feudais ajuda no progresso material da sociedade.Mas
num capitalismo dependente(e que se vai aprofundar mais ainda como tal a partir de agora),colonial como o nosso,em
que ,em que não existe a formação de uma
nação,este tipo de visão,que só vê um lado da questão,o seu,não encarna apenas
uma visão egoística(-passional[Gramsci]),mas não joga na necessidade de se construir um “coletivo” nacional que
favoreça a todos os setores sociais,não só um.
Quando Getúlio Vargas criou os sistema de
sindicatos,eivado de peleguismo,dentro da relatividade das coisas, havia um
compromisso de proteção dos trabalhadores,coisa que agora os sindicatos terão
que fazer de modo ainda mais firme.Neste momento os trabalhadores,na relação
direta com os patrões, tendem a ficar desprotegidos,ao sabor das manipulações
(politicas inclusive[eleitoreiras])dos patrões.É lógico que alguns vão se
beneficiar(talvez a classe média esquecida por Lula –Dilma)mas há que se pensar
em todos e na edificação da nação brasileira,onde a democracia se amplia e as
possibilidades de ascensão social das classes menos favorecidas se torne maior.
E num país em que o cidadão não tem escola,esta é
a razão pela qual não vai às ruas.Assunto para o próximo artigo.
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