Historicamente as esquerdas é que se importam com a questão
social.A partir daí toda a esperança bem como a frustração que
esta conexão encerra,oscilaram regularmente.
Por mais bem embasada que seja a esquerda ,na hora da prática o que
mais importa e o que mais se prolonga na sua atividade é a sua
exigência de legitimação.
As teorias,os compromissos éticos,os valores da esquerda e do
movimento social, sucumbem diante deste problema,porque as
necessidades práticas e pragmáticas da politica pedem uma
priorização.
É neste momento que toda a coerência da esquerda se esvai e a sua
proposta de “ construir uma nova sociedade”,a utopia,desaparece,
e a sua atuação se iguala com a da burguesia,classe frequentemente
acusada de embarreirar este projeto.
Como as idéias não se efetivam imediatamente ,por melhores que
sejam,os métodos tradicionais acabam sendo usados para manter os
nexos entre a vanguarda,as lideranças de esquerda, e os “
oprimidos”.
Desta forma se a burguesia coopta determinados setores dos
trabalhadores com vantagens,às custas da maioria,a esquerda reproduz
este esquema ,com justificativas ilusórias e tolas.
Antigamente chá de caridade era visto como traição aos
trabalhadores ,concessão de migalhas para enganar as massas.E chá
de caridade era uma invenção burguesa,um carinho das classes altas
nos despossuídos,para mantê-los nesta condição.
Mas o que é a prática politica das vanguardas reunidas no PT e no
PSOL senão uma reprodução disto?
Ao invés de defender a famosa “ Razão Emancipatória”,que está
na raiz do socialismo,as vanguardas destes partidos reproduzem a
exploração mantendo catadores,negros,mulheres,numa condição de
opressão,num circulo vicioso de representação da miséria,a qual
não acaba,pois se acabasse acabariam as vanguardas.
O politico,qualquer um ,deve ser escolhido,eleito,por ter idéias e
vinculações a um partido,não pelo fato de controlar os pobres,a
miséria.É no mínimo anti-ético.E no máximo, infinitamente, uma
exploração.
O PSOL e o PT estão inseridos naquilo que Hércules Correa definiu
uma vez como “ Peleguismo vermelho”;por Lênin como “
aristocracia operária”(que apoiou o imperialismo).E que eu defino
como “ Elitismo vermelho”.
Não sei até que ponto a prática de Marielle não acompanha tudo
isto.
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