sábado, 20 de abril de 2019

A danação das esquerdas

Historicamente as esquerdas é que se importam com a questão social.A partir daí toda a esperança bem como a frustração que esta conexão encerra,oscilaram regularmente.
Por mais bem embasada que seja a esquerda ,na hora da prática o que mais importa e o que mais se prolonga na sua atividade é a sua exigência de legitimação.
As teorias,os compromissos éticos,os valores da esquerda e do movimento social, sucumbem diante deste problema,porque as necessidades práticas e pragmáticas da politica pedem uma priorização.
É neste momento que toda a coerência da esquerda se esvai e a sua proposta de “ construir uma nova sociedade”,a utopia,desaparece, e a sua atuação se iguala com a da burguesia,classe frequentemente acusada de embarreirar este projeto.
Como as idéias não se efetivam imediatamente ,por melhores que sejam,os métodos tradicionais acabam sendo usados para manter os nexos entre a vanguarda,as lideranças de esquerda, e os “ oprimidos”.
Desta forma se a burguesia coopta determinados setores dos trabalhadores com vantagens,às custas da maioria,a esquerda reproduz este esquema ,com justificativas ilusórias e tolas.
Antigamente chá de caridade era visto como traição aos trabalhadores ,concessão de migalhas para enganar as massas.E chá de caridade era uma invenção burguesa,um carinho das classes altas nos despossuídos,para mantê-los nesta condição.
Mas o que é a prática politica das vanguardas reunidas no PT e no PSOL senão uma reprodução disto?
Ao invés de defender a famosa “ Razão Emancipatória”,que está na raiz do socialismo,as vanguardas destes partidos reproduzem a exploração mantendo catadores,negros,mulheres,numa condição de opressão,num circulo vicioso de representação da miséria,a qual não acaba,pois se acabasse acabariam as vanguardas.
O politico,qualquer um ,deve ser escolhido,eleito,por ter idéias e vinculações a um partido,não pelo fato de controlar os pobres,a miséria.É no mínimo anti-ético.E no máximo, infinitamente, uma exploração.
O PSOL e o PT estão inseridos naquilo que Hércules Correa definiu uma vez como “ Peleguismo vermelho”;por Lênin como “ aristocracia operária”(que apoiou o imperialismo).E que eu defino como “ Elitismo vermelho”.
Não sei até que ponto a prática de Marielle não acompanha tudo isto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário