sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Crítica de Cinema

Vou dar uma pausa nos assuntos políticos e voltar para assuntos culturais.Dia destes quando a minha tv a cabo ofereceu canais de cinema,de graça,revi um dos filmes mais impactantes para mim:o planeta dos macacos I,com este monstro do Charlton Heston(monstro no sentido próprio da expressão-veja tiros em columbine),que faz um personagem que não é muito diferente dele:cínico,oportunista,excessivamente iconoclasta.
O filme em si é uma aventura simples,até sem muito brilho,mas os elos da narrativa,alguns episódios,ou eu diria mais exatamente,algumas cenas,fazem um real inventário do que o homem era no mesmo ano em que chegava à lua(1969),fato que para muitos denotava o ápice da sua capacidade civilizatória.
Estas cenas mostram o contrário,que tecnologicamente nunca o homem tinha avançado tanto,mas que no plano espiritual,mental,não deixara ainda as estepes ,onde os bárbaros e os civilizados praticavam violências.É só ver que no decorrer da aventura o personagem principal fica sem roupa,monta um cavalo  e tem uma fêmea que não fala.No inicio,quando os três tripulantes da nave não sabem onde estão(descoberta terrível no final do filme),um deles põe a bandeira dos Estados Unidos na beira de um rio,provocando em Heston uma risada que o humaniza ,numa única vez no filme.
No decorrer da aventura outras cenas demonstram isto,mas o que caracteriza o miolo do filme é a contraposição clássica do homem,como num espelho,entre a sua visão de si e a realidade.
Em primeiro lugar os macacos que herdam a terra(porque eles estão na terra),herdam o primitivismo do homem,que na figura dos três tripulantes ainda recusam a aceitar este fato. 
Um deles é lobotomizado e o outro empalhado para pesquisa o que já dilui esta confiança em Heston.A polêmica central é sobre se o homem pode falar e os cientistas orangotangos que representam o reacionarismo da descrença e a perseguição das heresias(parece uma época semelhante ao da inquisição)embora sabendo que podem,escondem esta verdade para manter o seu poder.
No final o personagem de Heston nas roupagens supraditas se defronta com uma outra verdade, claustrofóbica,que nos coloca diante de nosso mundo inexoravelmente.Mas eu não vou contar o final do filme.Espero  que o vejam e mandem as suas impressões para cá.

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