Assistindo no domingo a um programa sobre os filhos de criminosos nazistas pensei em dostoievski,em " Crime e Castigo" mais exatamente.A grande questão é como saber os efeitos de ser filho de um criminoso nazista e porque não de um ditador totalitário como Stálin.A questão não é a culpa,porque a culpa é individualizada pelo estado de direito moderno,desde o século XVIII,com o Marquês de Beccaria e o iluminismo francês.Contudo a marca ou mácula de ser filho de um criminoso ,isto não se pode evitar.Acima de tudo também as relações afetivas ficam totalmente prejudicadas ou diluídas quando a consciência aparece,depois da infância.
No caso de Raskolnikov,personagem de Dostoievski,a remição é o sofrimento,mas a destes filhos não há como exigir remição pelo sofrimento,porque não são culpados,então ficam sem esta possibilidade.É possível que pelo reconhecimentos dos crimes de seus parentes adquiram um certo alívio ,mas as condições de reatar a relação com suas famílias ficam na dependência da decisão destes mesmos parentes.E como se sabe a característica de criminosos totalitários é a mesma dos psicopatas,ou seja,não têm remorso.
O crime político é diferente do crime comum,como o de Raskolnikov,que achando iguais achou que poderia ser como Napoleão e receber aplauso por matar uma agiota por necessidade.Vendo-se isolado reconhece o erro e pelo sofrimento expia a culpa.
No caso das relações com o totalitarismo,a culpa não existe,o isolamento pode ser superado mas a família pode ser perdida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário