Às vezes,ao longo destas postagens,sinto necessidade de explicar os fundamentos que me movem para opinar nestes artigos.Tenho horror da contradição,principalmente quando trato da política.A contradição é o meio próprio do oportunista,que é o projeto mais próximo do traidor.Aquele que não tem critério,faz qualquer coisa e é escravo das maiorias,que não são expressão da verdade(desde que a maioria elegeu Hitler deixou de sê-lo).Aliás ele não é escravo,ele é espiroqueta,ele usa as maiorias para predominar.Ele escraviza aos outros,com estas maiorias,que é a mediação de todas as ditaduras.
Evidente que eu defendo aqui o oposto e por isso gosto de escrúpulos e para ter escrúpulos é preciso ter critérios e fundamentos revisados,analisados,discutidos,pensados,permanentemente,a vida toda,atitude que,como eu já disse aqui,mais atrás,profissionaliza da mesma forma que a academia.
Eu me coloco aqui como o cidadão.A esfera da solidariedade necessária para o progresso da sociedade é a repíblica,a res-pública,coisa pública.A solidariedade republicana é formal e baseada na busca incessante de justiça.O socialismo,como muitos ismos,misturam o público e o privado,criando uma solidariedade pessoal que tem mais a ver com o congraçamento universal da religião,principalmente a católica,do que com o mundo real.
No mundo real não predominam os Francisco de Assis ou Ghandis.Não é o mundo de Rousseau,mas de Hobbes e buscar este congraçamento não é o prioritário,porque muito difícil, e talvez contrário à natureza humana.
As razões da divisão entre os homens não residem só no que mostra o pensamento de Hobbes,mas nas relações materiais de existência,nas divisões de classes e na repartição desigual da riqueza.
Resolver isto é que é a forma de resolver o problema destas divisões.Contudo,não está claro que resolvendo estas questões os homens abandonem outras paixões,tendências egoísticas,desejos irrefreáveis.
Não é certo esperar isto.
De modo que uma postura realista é não misturar os homens,mas mostrar que desde o início da humanidade o que facilitou as coisas para a espécie foi uma coletividade orientada para um determinado fim.
Quando os primitivos se reuniam para caçar podiam enfrentar e vencer animais maiores,capazes de oferecer mais recursos à sobrevivência,tanto em termos alimentícios como de guarida.
Não adianta as pessoas dizerem,como hoje,que a democracia é consenso.Absolutamente.A democracia é pensar diferente,é antagonismo controlado,é criatividade admitida como normal e não uniformidade do pensamento.Não é mistura,mas discernimento.Não é misturar o privado e o público,dividir as famílias e as mulheres,mas agir segundo a lei na vida privada e agir da mesma forma,segundo a lei e considerando o outro,na vida pública.
O cidadão é este ator,este sujeito,que atua na vida pública.Ele faz política,atua políticamente,quando sai para o trabalho e é nesta condição que eu me coloco.Eu faço política,atuo polticamente,pensando diferente aqui,manifestando com liberdade a minha formação e aptidão adquirida no esforço.
Hoje a política não é feita segundo o princípio da soberania popular.Em nenhum lugar do mundo.Nem nos parlamentarismos.Existe uma distinção entre os esquemas de cima e os " de baixo" ,os cidadãos,que acham que o seu papel é só votar com má vontade.
Quero,aqui,mudar isto,ou apenas,protestar.