domingo, 9 de junho de 2013

A festa



A festa foi linda,o maracanã está lindo,Porto Alegre,o resultado  foi bom...Mas é preciso analisar todas estas transformações esportivas no Brasil,de maneira critica.Existe já toda uma críica formulada contra  toda esta festa, em torno deste acontecimentos esportivos ,da atual Copa das Confederações até as Olimpiadas.O que eu quero acrescentar é a questão do legado e fazer uma reflexão geral.
Ficou uma espécie de consenso,da esquerda para a direita e vice-versa ao contrário,dizer que o legado da festa é a permanência destas obras para usufruto dos novos acontecimentos.Absolutamente,não é este o legado.
O único legado é o legado social.O fato das pessoas entenderem que estas obras são o legado social demonstra como deteriorou a nossa contemporaneidade e como se pode tirar uma conclusão geral a partir do esporte.A questão social não morreu e ela é a inserção real  das pessoas no processo político e social de modo a acabar com a exclusão ,exclusão no sentido espiritual como no material,respectivamente a exclusão por preconceito e a miséria.Não é,portanto,só fazer obra,obra para festejar.
O legado do esporte e principalmente do futebol,que arrasta multidões ,que as reúne,num momento que deve ser aproveitado para discutir a nação,é possibilitar isto que foi dito acima,através da relação com a educação e a saúde.
Volto a falar na visão que tinha João Saldanha,que citava o crescimento do futebol holandês,após a segunda guerra.Com muitos desempregados e veteranos da guerra,a Holanda espalhou campos de futebol(e outros locais de práticas de outros esportes que merecem atenção por igual),pelo pequeno país, que funcionavam 24 horas por dia,e cuja chave para seu uso era dada às crianças por estes desempregados.Lá médicos e outros profissionais(professores)sem trabalho ,ajudavam o crescimento de uma nova geração que ,ao lado da prática esportiva buscavam formação em escolas que eram ligadas a estes campos e quadras,formando  um todo único de possibilidades objetivas e vontade política,cidadania,ligados com o respeito à nação,para superar os efeitos da guerra de maneira pacífica e democrática.
Se a nação se reúne como um todo em volta  do esporte,porque não usá-lo para mobilizar toda esta força em um objetivo semelhante a este?Em 96,o Brasil teve a melhor participação em Olimpiadas,havendo da parte do Comitê Olimpico,na ocasião,vontade de ajudar o Brasil a montar um modelo que  o tornasse país olimpico em definitivo.
Isto não foi feito porque o único modelo que existe é o que une o esporte,como educação e saúde,às escolas e universidades e notadamente estas últimas revelaram um preconceito contra a dinâmica do esporte.
Também os interesses econômicos,sempre querendo resultados imediatos não se empenharam,ficando o governo no seu lugar de sempre,parado.
O legado destes acontecimentos ,desta festa,é este,não só os estádios.Esperamos que todas estas obras não tenham o propósito de submeter o Brasil a um modelo de organização do nosso esporte calcado na Europa,que está em crise(que pode utilizar isto para ser reerguer).Lembremos que uma das acusações à Grécia foi ter deixado altos indices de corrupção ocorrerem nas olimpiadas de 2004,como se a Europa não tivesse esta informação desde sempre.Será que não está  havendo corrupção agora?Será que os governos não sabem?
Nós temos uma escolha muito séria diante de nós:ou o legado social de fato ou o caminho da Grécia.


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