A
festa foi linda,o maracanã está lindo,Porto Alegre,o resultado foi bom...Mas é preciso analisar todas estas
transformações esportivas no Brasil,de maneira critica.Existe já toda uma
críica formulada contra toda esta festa,
em torno deste acontecimentos esportivos ,da atual Copa das Confederações até
as Olimpiadas.O que eu quero acrescentar é a questão do legado e fazer uma
reflexão geral.
Ficou
uma espécie de consenso,da esquerda para a direita e vice-versa ao
contrário,dizer que o legado da festa é a permanência destas obras para
usufruto dos novos acontecimentos.Absolutamente,não é este o legado.
O
único legado é o legado social.O fato das pessoas entenderem que estas obras
são o legado social demonstra como deteriorou a nossa contemporaneidade e como
se pode tirar uma conclusão geral a partir do esporte.A questão social não
morreu e ela é a inserção real das
pessoas no processo político e social de modo a acabar com a exclusão ,exclusão
no sentido espiritual como no material,respectivamente a exclusão por
preconceito e a miséria.Não é,portanto,só fazer obra,obra para festejar.
O
legado do esporte e principalmente do futebol,que arrasta multidões ,que as
reúne,num momento que deve ser aproveitado para discutir a nação,é possibilitar
isto que foi dito acima,através da relação com a educação e a saúde.
Volto
a falar na visão que tinha João Saldanha,que citava o crescimento do futebol
holandês,após a segunda guerra.Com muitos desempregados e veteranos da guerra,a
Holanda espalhou campos de futebol(e outros locais de práticas de outros
esportes que merecem atenção por igual),pelo pequeno país, que funcionavam 24
horas por dia,e cuja chave para seu uso era dada às crianças por estes
desempregados.Lá médicos e outros profissionais(professores)sem trabalho ,ajudavam
o crescimento de uma nova geração que ,ao lado da prática esportiva buscavam
formação em escolas que eram ligadas a estes campos e quadras,formando um todo único de possibilidades objetivas e
vontade política,cidadania,ligados com o respeito à nação,para superar os
efeitos da guerra de maneira pacífica e democrática.
Se
a nação se reúne como um todo em volta
do esporte,porque não usá-lo para mobilizar toda esta força em um objetivo
semelhante a este?Em 96,o Brasil teve a melhor participação em
Olimpiadas,havendo da parte do Comitê Olimpico,na ocasião,vontade de ajudar o
Brasil a montar um modelo que o tornasse
país olimpico em definitivo.
Isto
não foi feito porque o único modelo que existe é o que une o esporte,como
educação e saúde,às escolas e universidades e notadamente estas últimas
revelaram um preconceito contra a dinâmica do esporte.
Também
os interesses econômicos,sempre querendo resultados imediatos não se
empenharam,ficando o governo no seu lugar de sempre,parado.
O
legado destes acontecimentos ,desta festa,é este,não só os estádios.Esperamos
que todas estas obras não tenham o propósito de submeter o Brasil a um modelo
de organização do nosso esporte calcado na Europa,que está em crise(que pode
utilizar isto para ser reerguer).Lembremos que uma das acusações à Grécia foi
ter deixado altos indices de corrupção ocorrerem nas olimpiadas de 2004,como se
a Europa não tivesse esta informação desde sempre.Será que não está havendo corrupção agora?Será que os governos
não sabem?
Nós
temos uma escolha muito séria diante de nós:ou o legado social de fato ou o
caminho da Grécia.
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