Amigos recebi uma pergunta de um professor de ensino médio de Laguna em Santa Catarina,Adailton Soares:"O professor é Independente ou a independência depende do professor?"Eu entendi a pergunta no sentido de que o professor precisa ser independente para ser profissional.Somente levando em conta a condição do professor para ser profissional é que se pode entender a pergunta.Eis a resposta
"Meu
caro adailton,colega professor,eu recebi esta mensagem que me parece direta,me
fazendo esta pergunta instigante ,então eu lhe envio esta resposta,acima de
tudo porque eu não me faço de rogado para discutir estas questões que me
preocupam no di-a-dia.
Uso
as categorias da filosofia,da sociologia, para oferecer a minha opinião.
Depois
de anos de política,politica sindical,atividade profissional em Faculdades
particulares do Rio de Janeiro e também na UFRJ(um pequeno período),como
professor de filosofia e ciências sociais e com a minha formação advcatícia posso dizer que a liberdade humana passa pela
norma,pelo senso de limite e que a norma e o senso de limite são derivativos da
subjetividade humana.Mas se fosse assim de fato,para todos,na prática,nós já
estaríamos na utopia.Contudo historicamente nós sabemos que existe um
complicador desde a cidade de Jericó,que é a presença das instituições,que
expressam supostamente a coletividade,mas expressam setores dela e valores específicos(quiçá
ideológicos).Estou convencido de que desde Jericó quem inova é aquele que age por
iniciativa própria.Fiquei um tempo sem acreditar nisto,mas com a informática e
as figuras do Steve Jobs,do Bill Gates e daquele garoto que inventou o Facebook
voltei em definitivo para esta concepção.Se eu estou entendendo a sua pergunta ,o
professor,esta figura que nós somos, sempre teve esta contradição entre a
atitude de inovação e as exigências das instituições e do público.Em princípio,e
só em princípio,o professor transmite conhecimento,mas nós sabemos que o que é
transmitido depende do poder,qualquer que seja ,em qualquer época.E também nós
não somos papagaios,como muita gente quer(dentro deste projeto de poder).Nós
temos que adaptar esta transmissão a níveis de consciência, a situações de
classe,a contextos de violência ,a características comunitárias específicas.O
professor é um formador e um transformador,ele é muito mais do que transmissor.
Ora
,diante desta situação,o problema da liberdade que eu falei no inicio se
recoloca,porque em que medida transmitir simplesmente é exercer a profissão?A
grande chantagem do poder é dizer que não somos profissionais quando somos
criticos e independentes(o segundo termo deriva do primeiro).
A
minha resposta é clara.A liberdade,a independência do professor é essencial
para manter a sua condição profissional.Liberdade
é norma,mas nós fomos ensinados a pensar que a norma vem do Estado,mas é o
contrário,vem da subjetividade,da sociedade e retorna para lá.O professor,como
todo inovador,deve ser independente no sentido de transmitir o conhecimento,que
é feito por todos,não pelo Estado,que vende
a idéia de que foi ele que construiu,o que não é verdade.O inovador não
pode ser destrutivo e,portanto,anti-institucional,mas ele não pode ser
tutelado,sendo institucional e hierárquico.Até ao século XVIII não tinha saída
senão dissentir dos poderes,do coletivo e correr o risco de cair na fogueira,mas
esta luta gerou no século XVIII o conceito de soberania popular.
O
nosso tempo de hoje ainda não realizou este objetivo.Quando nós vemos que os
cidadãos de países europeus dizem que não querem os seus governos no Iraque e não
acontece nada ,eles continuam lá,vejo que a pessoa livre está imprensada no
chão,do mesmo jeito que em Jericó.Contudo,nós temos que lembrar Foucault,em
suas análises em “Vigiar e Punir” de que se isso é verdade,se o discurso é um
mas a realidade é outra ,nós o temos,o discurso e a possibilidade de transformar
este discurso em prática sem cair na fogueira(embora hajam perigos...).Então
nós poderemos deixar de ser independentes no dia em que o coletivo,o público e
o Estado forem do povo,de todos realmente.Mas mesmo que um dia isto aconteça ,e eu lembro Hobbes
aqui,eu entendo que será sempre bom ficar com um pé atrás e ter uma
atitude independente.
Eu
tenho,pela internet, feito propostas aos professores para usá-la como alternativa,com
este discurso possível,este lugar onde os professores poderão passar o
conhecimento de forma profissional,porque livre do poder.Aqui nós podemos nos
associar e nos ajudar neste projeto,com calma e sem espalhafato ,porque sabemos
que o poder está tentando controlar a internet.
E
da mesma forma entendo que os professores criticos devem buscar,para além da
tecnologia,da qual não podemos ser dependentes ,formas de ensinar com liberdade
persuadindo o cidadão a ser livre,a pensar por si mesmo.Não obtive resposta até
hoje."
Quando eu dava aula nas Faculdades particulares
eu lutei para não aprovar alunos sem condições, nem
sempre conseguindo,tive que
ensinar mais do que me pediam para não criar expectativas falsas nos alunos.
Ser
profissional é ser livre e ser livre é e sempre será ,no mínimo, critico em
relação ao público,ao coletivo e ao Estado.
réplica do professor adailton:
" Independente do sistema cultural e historico circunstancial , nos em nosssa natureza em nosso sistema central nao falo em Descartes , mas falo em
humanista forma , acredito que suas palavras traduzem as falhas nestre domingo
em que espero para ver o cafe filosofico ; e poder refletir...
Sou um utopista de acumulaçoes .Ainda acredito em uma mudança pois encontro
pessoas que fazem m das palvras e sua form e força um estandarte que em minha
pequena avenida desfila . Meus pensamentos , me dao posssibilidades de conviçao, nao em forma de prisao , das de liberdade na nossa dependencia , independente.."
réplica do professor adailton:
" Independente do sistema cultural e historico circunstancial , nos em nosssa natureza em nosso sistema central nao falo em Descartes , mas falo em
humanista forma , acredito que suas palavras traduzem as falhas nestre domingo
em que espero para ver o cafe filosofico ; e poder refletir...
Sou um utopista de acumulaçoes .Ainda acredito em uma mudança pois encontro
pessoas que fazem m das palvras e sua form e força um estandarte que em minha
pequena avenida desfila . Meus pensamentos , me dao posssibilidades de conviçao, nao em forma de prisao , das de liberdade na nossa dependencia , independente.."
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