domingo, 2 de junho de 2013

O Professor e a Internet


Amigos recebi uma pergunta de um professor de ensino médio de Laguna em Santa Catarina,Adailton Soares:"O professor é Independente ou a independência depende do professor?"Eu entendi a pergunta no sentido de que o professor precisa ser independente para ser profissional.Somente levando em conta a condição do professor para ser profissional é que se pode entender a pergunta.Eis a resposta


"Meu caro adailton,colega professor,eu recebi esta mensagem que me parece direta,me fazendo esta pergunta instigante ,então eu lhe envio esta resposta,acima de tudo porque eu não me faço de rogado para discutir estas questões que me preocupam no di-a-dia.
Uso as categorias da filosofia,da sociologia, para oferecer a minha opinião.
Depois de anos de política,politica sindical,atividade profissional em Faculdades particulares do Rio de Janeiro e também na UFRJ(um pequeno período),como professor de filosofia e ciências sociais e com a minha formação advcatícia  posso dizer que a liberdade humana passa pela norma,pelo senso de limite e que a norma e o senso de limite são derivativos da subjetividade humana.Mas se fosse assim de fato,para todos,na prática,nós já estaríamos na utopia.Contudo historicamente nós sabemos que existe um complicador desde a cidade de Jericó,que é a presença das instituições,que expressam supostamente a coletividade,mas expressam setores dela e valores específicos(quiçá ideológicos).Estou convencido de que desde Jericó quem inova é aquele que age por iniciativa própria.Fiquei um tempo sem acreditar nisto,mas com a informática e as figuras do Steve Jobs,do Bill Gates e daquele garoto que inventou o Facebook voltei em definitivo para esta concepção.Se eu estou entendendo a sua pergunta ,o professor,esta figura que nós somos, sempre teve esta contradição entre a atitude de inovação e as exigências das instituições e do público.Em princípio,e só em princípio,o professor transmite conhecimento,mas nós sabemos que o que é transmitido depende do poder,qualquer que seja ,em qualquer época.E também nós não somos papagaios,como muita gente quer(dentro deste projeto de poder).Nós temos que adaptar esta transmissão a níveis de consciência, a situações de classe,a contextos de violência ,a características comunitárias específicas.O professor é um formador e um transformador,ele é muito mais do que transmissor.
Ora ,diante desta situação,o problema da liberdade que eu falei no inicio se recoloca,porque em que medida transmitir simplesmente é exercer a profissão?A grande chantagem do poder é dizer que não somos profissionais quando somos criticos e independentes(o segundo termo deriva do primeiro).
A minha resposta é clara.A liberdade,a independência do professor é essencial para manter a  sua condição profissional.Liberdade é norma,mas nós fomos ensinados a pensar que a norma vem do Estado,mas é o contrário,vem da subjetividade,da sociedade e retorna para lá.O professor,como todo inovador,deve ser independente no sentido de transmitir o conhecimento,que é feito por todos,não pelo Estado,que vende  a idéia de que foi ele que construiu,o que não é verdade.O inovador não pode ser destrutivo e,portanto,anti-institucional,mas ele não pode ser tutelado,sendo institucional e hierárquico.Até ao século XVIII não tinha saída senão dissentir dos poderes,do coletivo e correr o risco de cair na fogueira,mas esta luta gerou no século XVIII o conceito de soberania popular.
O nosso tempo de hoje ainda não realizou este objetivo.Quando nós vemos que os cidadãos de países europeus dizem que não querem os seus governos no Iraque e não acontece nada ,eles continuam lá,vejo que a pessoa livre está imprensada no chão,do mesmo jeito que em Jericó.Contudo,nós temos que lembrar Foucault,em suas análises em “Vigiar e Punir” de que se isso é verdade,se o discurso é um mas a realidade é outra ,nós o temos,o discurso e a possibilidade de transformar este discurso em prática sem cair na fogueira(embora hajam perigos...).Então nós poderemos deixar de ser independentes no dia em que o coletivo,o público e o Estado forem do povo,de todos realmente.Mas mesmo que  um dia isto aconteça ,e eu lembro Hobbes aqui,eu entendo que será sempre bom ficar com um pé atrás e ter uma atitude  independente.
Eu tenho,pela internet, feito propostas aos professores para usá-la como alternativa,com este discurso possível,este lugar onde os professores poderão passar o conhecimento de forma profissional,porque livre do poder.Aqui nós podemos nos associar e nos ajudar neste projeto,com calma e sem espalhafato ,porque sabemos que o poder está tentando controlar a internet.
E da mesma forma entendo que os professores criticos devem buscar,para além da tecnologia,da qual não podemos ser dependentes ,formas de ensinar com liberdade persuadindo o cidadão a ser livre,a pensar por si mesmo.Não obtive resposta até hoje."
Quando eu dava aula nas Faculdades particulares eu lutei para não aprovar alunos sem condições,        nem 
sempre conseguindo,tive que ensinar mais do que me pediam para não criar expectativas falsas nos alunos.

Ser profissional é ser livre e ser livre é e sempre será  ,no mínimo, critico em relação ao público,ao coletivo e ao Estado.
réplica do professor adailton:
" Independente do sistema cultural e historico circunstancial , nos em nosssa natureza em nosso sistema central nao falo em Descartes , mas falo em
humanista forma , acredito que suas palavras traduzem as falhas nestre domingo
em que espero para ver o cafe filosofico ; e poder refletir...
Sou um utopista de acumulaçoes .Ainda acredito em uma mudança pois encontro
pessoas que fazem m das palvras e sua form e força um estandarte que em minha
 pequena avenida desfila . Meus pensamentos , me dao posssibilidades de conviçao, nao em forma de prisao , das de liberdade na nossa dependencia , independente.."  

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