sábado, 27 de julho de 2013

O termo médio

 Ainda discutindo as manifestações(na verdade não quero mais sair dela),o que falta no Brasil?Não acho que os países ditos evoluídos,do G-8,sejam modelo. Não acho que representem o progresso que eu desejo,que é a relação com o progresso material,mais o progresso espiritual.
Contudo,exceto,por um elemento,uma mediação,penso que eles representam uma forma de progresso,no sentido que eu pus acima:a mediação política.
Eu disse num outro artigo que esta mediação era a cidadania e fiquei de complementar a minha opinião. Porque o conceito republicano de cidadania é tão negligenciado no Brasil que eu o coloquei como necessário e ele continua como tal. Mas sendo ele um conceito demasiado genérico e abstrato tem imensa dificuldade de “ pegar no breu”,como se diz,quer dizer,imensa dificuldade de ser seguido pelas massas,pela soberania popular.
Deixando de lado,então,pelo menos pela metade,o vezo intelectual,nós faremos aqui uma análise histórica do que realmente “ pegou no breu” ao longo da história e realizou,por causa disto,progresso.
Os gregos conseguiram mudar a sua história com o conceito de democracia,que para eles,era o conceito altamente revolucionário da deliberação e da eleição,embora rudimentares.
As revoluções burguesas criaram o conceito de representação,aos poucos,até chegar ao de soberania popular,para englobar a todos.
Dentro das revoluções burguesas os Estados Unidos criaram o termo “ Igualdade de oportunidades”.
Porque coloco este termos?Porque como já disse em outro lugar o Brasil é o pais do cada um por si só,um experimento darwinista social em que cada um devora os outros e a condição de sobrevivência é esta,destruir o próximo. Falta-nos o termo médio. O elemento concreto que nos iguale e que nos faça respeitar o outro,como ser de direitos,de direito ao “ termo médio”.
Vitor Hugo em “Os Miseráveis”,insinuava que o mercado ,a luta pelo dinheiro colocava um vizinho contra o outro,mas nos Estados Unidos o patriotismo(que por princípio eu não sou defensor)é mantido pelo conceito de que todos devem ter direito à felicidade no mundo real.
Aqui no Brasil o termo médio mais importante é o de democracia racial,mas ele não é suficiente para acrescentar ao republicanismo as condições de coesão social e nacional exigíveis ao progresso de nosso país. Isto porque ele ainda se ressente deste conceito de direita de “identidade” nacional,que é algo sociologicamente impossível de realizar. Não há como afirmar que todos compartilhem de uma mesma tipicidade,os que morrem,os que nascem e os que ficam .Há descontinuidades que fazem parte da nação.
O que seria o termo médio para o Brasil?Um conceito de solidariedade,de despojamento próximo ao que preconiza a Igreja Católica?Quem pode afirmar que é possível construir um progresso material sem um mínimo de ambição e de desigualdade?

O Brasil pode ser o primeiro país a afirmar um termo médio absoluto,o mais próximo da utopia e da generosidade,que é o da inclusão de todos,o dever de todos ,de ajudar a todos a se incluir na vida social e política,sem divisões,sem conceitos divisivos. Voltarei a falar neste assunto.

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