Vendo um recente documentário
sobre os bastidores do Vaticano,perecebo que o Papa,chamado acertadamente de
Santo Padre,é ,na verdade,isto,um padre.Como tal e como todos os que o seguem
ele não é do mundo.Dá para perceber, da rotina diária.Rezas de manhã,assuntos
religiosos depois do café,encontro com a Cúria,com chefes de Estado para
discutir conceitos,critérios e valores,depois uma tarde tranquila,fazer um
lanche e ver televisão antes de ir dormir,cedo,para acordar cedo e repetir esta
rotina de alguém que tem a certeza de que o ser humano,como criação divina,
tende para o bem e que cair no mundo é correr o perigo de desviar-se.
Ora ,os recentes problemas de
caixa que vêm atingindo o Vaticano revelam a dulpa natureza do mesmo.Ele é ao
mesmo tempo um lugar sagrado,religioso,mas também mundo,mundano,profano,inevitavelmente.Esta
é a primeira contradição.Porque não ser do mundo e ser de Deus é negar em
princípio,sem poder e sem dever,a natureza estatal,governamental do Vaticano e
da religião,que joga ,em todos os lugares, um papel político.
Só existe uma organização de
masssa na História e isto é válido para o passado e ouso dizer vale para o futuro,secula seculorum:a
religião.
Mesmo o finado Partifo Comunista
Italiano,que colocou dois milhões de pessoas no enterro de Enrico Berlinguer só
o conseguiu porque desde Palmiro Togliatti,que tirou o PCI da esfera soviética
e stalinista,fez-se uma aliança com o cristianismo laico da Itália,que gerou
comunistas que vão à igreja.
Os resultados desta simbiose eu
discutirei no artigo seguinte.O que eu quero dizer neste atual é que este tipo
de aliança,sagrado/profano ,gera distorções mutio dificeis de resolver e que
são colocadas debaixo do tapete.Quando a poeira cresce explode o problema,não
tenha dúvida.
O Papa,como Padre ,é educado
para acreditar na bondade e possibilidade de remição da humanidade.E ele
acredita que a forma de fazer esta remição são seus valores,critérios,que
derivam do sagrado,da religião,mas que é fundamental estar sempre na senda de
Deus,nunca se desviando para tocar o mundo ou viver em função dele.
Oorre,que como eu comecei a
dizer antes e acima,a queda no mundo é inevitável e necessária se se quiser
evitar além destas contradições o problema financeiro que assola o Vaticano e
que dilui a confiança que se tem nas figuras dirigentes,supostamente cardeais
intocáveis como o sagrado da religião.O problema do déficit só vai se resolver
se o Papa fizer o mesmo que Al Capone fazia,quando morava no hotel e dormia
junto com o contador,o qual vivia vigiado e cercado por guarda-costas.
Não tem como,num determinado
momento,o Papa terá que admitir que vai
ser preciso aceitar que os cardeais,que lidam com o problema financeiro acabam
aceitando as formas de cooptaçã(1 milhão de dólares)deste sistema,o qual é
composto de pessoas que podem se redimir,mas não num sentido imediato,mas
levando tempo,parte do qual numa necessária cadeia.
Sei que é difícil o Papa fazer esta
constatação,mas entendo que o problema de credibilidade vai exigir que deixe de
lado a sua confiança ,que o faz delegar poderes ,para ele mesmo dormir com o
contador e admitir,como Lutero fez em certa época que é preciso considerar o diabo
e pegá-lo pelo chifre,porque se não esta falta de crebilidade geral na política
do Vaticano pulverizará os seus alicerces.
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