terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Papa vai ter que ser que nem o Al Capone


Vendo um recente documentário sobre os bastidores do Vaticano,perecebo que o Papa,chamado acertadamente de Santo Padre,é ,na verdade,isto,um padre.Como tal e como todos os que o seguem ele não é do mundo.Dá para perceber, da rotina diária.Rezas de manhã,assuntos religiosos depois do café,encontro com a Cúria,com chefes de Estado para discutir conceitos,critérios e valores,depois uma tarde tranquila,fazer um lanche e ver televisão antes de ir dormir,cedo,para acordar cedo e repetir esta rotina de alguém que tem a certeza de que o ser humano,como criação divina, tende para o bem e que cair no mundo é correr o perigo de desviar-se.

Ora ,os recentes problemas de caixa que vêm atingindo o Vaticano revelam a dulpa natureza do mesmo.Ele é ao mesmo tempo um lugar sagrado,religioso,mas também mundo,mundano,profano,inevitavelmente.Esta é a primeira contradição.Porque não ser do mundo e ser de Deus é negar em princípio,sem poder e sem dever,a natureza estatal,governamental do Vaticano e da religião,que joga ,em todos os lugares, um papel político.

Só existe uma organização de masssa na História e isto é válido para o passado e ouso dizer  vale para o futuro,secula seculorum:a religião.

Mesmo o finado Partifo Comunista Italiano,que colocou dois milhões de pessoas no enterro de Enrico Berlinguer só o conseguiu porque desde Palmiro Togliatti,que tirou o PCI da esfera soviética e stalinista,fez-se uma aliança com o cristianismo laico da Itália,que gerou comunistas que vão à igreja.

Os resultados desta simbiose eu discutirei no artigo seguinte.O que eu quero dizer neste atual é que este tipo de aliança,sagrado/profano ,gera distorções mutio dificeis de resolver e que são colocadas debaixo do tapete.Quando a poeira cresce explode o problema,não tenha dúvida.

O Papa,como Padre ,é educado para acreditar na bondade e possibilidade de remição da humanidade.E ele acredita que a forma de fazer esta remição são seus valores,critérios,que derivam do sagrado,da religião,mas que é fundamental estar sempre na senda de Deus,nunca se desviando para tocar o mundo ou viver em função dele.

Oorre,que como eu comecei a dizer antes e acima,a queda no mundo é inevitável e necessária se se quiser evitar além destas contradições o problema financeiro que assola o Vaticano e que dilui a confiança que se tem nas figuras dirigentes,supostamente cardeais intocáveis como o sagrado da religião.O problema do déficit só vai se resolver se o Papa fizer o mesmo que Al Capone fazia,quando morava no hotel e dormia junto com o contador,o qual vivia vigiado e cercado por guarda-costas.

Não tem como,num determinado momento,o Papa terá que  admitir que vai ser preciso aceitar que os cardeais,que lidam com o problema financeiro acabam aceitando as formas de cooptaçã(1 milhão de dólares)deste sistema,o qual é composto de pessoas que podem se redimir,mas não num sentido imediato,mas levando tempo,parte do qual numa necessária cadeia.

Sei que é difícil o Papa fazer esta constatação,mas entendo que o problema de credibilidade vai exigir que deixe de lado a sua confiança ,que o faz delegar poderes ,para ele mesmo dormir com o contador e admitir,como Lutero fez em certa época que é preciso considerar o diabo e pegá-lo pelo chifre,porque se não esta falta de crebilidade geral na política do Vaticano pulverizará os seus alicerces.

 

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