Hoje em dia,mas em
outras épocas muito mais,se costuma falar mal da religião,como se a culpa fosse
toda dela e da crença,como fenômeno íntimo.Mas eu,como ateu,bem fundamentado
,acredito,que ,se é necessário e um dever fazer uma crítica das suas
responsabilidades,é preciso,sem medo de se ser acusado de demagógico,ter escrúpulos
na análise de seus valores e conceitos.
Eu ,por exemplo, não
apóio o modo como a religião encara os diversos problemas do sexo,desde a
virgindade,que não acho uma obrigação,até o problema do controle
populacional,mas eu aceito o seu conceito anti-abortivo e entendo que apesar de
tudo existe uma ética sexual que eu considero pedagógica e fundamental para as
relações homem-mulher,homem-homem,mulher-mulher.
Não defendo o aborto
porque eu acho que a mulher e ninguém
tem direito sobre uma outra vida e está provado que o aborto é agressivo para o
corpo feminino e causa inclusive danos irreparáveis,senão fatais para ela.
Mas ao contrário
defendo,contra o pensamento da igreja,o controle de natalidade e a associação
da atividade sexual com a responsabilidade total e coletiva quanto ao ato de
procriar.
Aliás eu entendo que
o problema do aborto acaba por esconder
o verdadeiro problema da humanidade que é o controle de natalidade,sobre o qual
falarei mais adiante.
Embora eu não seja
um moralista,não sou amoralista e entendo que no ato físico,humano de
procriar,existem valores a ser seguidos.
Muitos ,depois de
uma juventude sem regras ,(como Santo Agostinho)pensaram seriamente ,diante de paixões
que se lhes apresentaram,em fazer alguns questionamentos no que tange a este
problema,resumidos numa única pergunta:vale a pena trocar uma boa
mulher,sexualmente contida,no entanto,por uma outra que goste das famosas transgressões
sexuais que são corriqueiras e dominantes desde as décadas de sessenta e
setenta?
Os psicólogos
afirmam que na adolescência há que se focar o sexo ,a afeição e o amor,no
abraço e no beijo,mas eu entendo que isto vale para todas as idades e para a
vida.O fundamento inelutável do sexo com amor não é a transgressão mas o beijo e
o abraço sinceros.Quando há isto,o resto vem para apimentar,mas não para
substituir ,como sempre acontece.Aquilo que é decisivo nas relações amorosas,o
sentimento de entrega sincera e com confiança no outro.
O sexo é meio,não é
finalidade da vida.O sexo não é o todo,mas parte e o que vemos na sociedade
moderna é a transgressão destas verdades.
A religião defende
de modo geral a contenção e retirada a obrigação da virgindade,o resto pode
unir religiosos e não religiosos.
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