sábado, 1 de março de 2014

A crise na univercidade e na Gama Filho


 

O  que acontece na Gama Filho e na Univercidade é o resultado do fim do modelo criado pela última real reforma do ensino,para pior,feita pelo então ministro da educação na época,1971,sr. Jarbas Passarinho,que instado pela “ doce figura” do Ditador de plantão,General Médici,a causar um impacto na juventude brasileira,resolveu tirá-la das preocupações críticas que o ensino antigo e muito influenciado,segundo eles,pela esquerda,desvirtuavam-na para caminhos indevidos.

O que este ministro fez foi,diante de uma sociedade de massas mais do que estabelecida,no final da década de sessenta,reprimir as universidades públicas,no espirito sanguinário do Ai-5,com cassações e acuamentos profissionais,impedindo a criação e livre circulação de idéias.

Mas a maior das contribuições foi mais sutil e é aí que entram universidades do tipo que estamos analisando agora.Foram feitas concessões para as chamadas universidades particulares,geridas,muitas vezes ,por militares.Estas univercidades explicitarm formas de organização que davam seguimento ao processo de ditadura.O sistema de créditos,que dilacerava as turmas,não permitindo que se formassem turmas combativas e solidárias;o impedimento de órgãos representativos dos estudantes;um tipo de organização departamental que impedia,pela divisão das matérias,que os professores se relacionassem e adquirissem homogeneidade,não só nas disciplinas,mas também,no plano da organização; e um tipo de hierarquia tipicamente militar,qual seja ,em cada unidade universitária há um chefe,um coordenador encarregado de evitar os problemas e de,à maneira de um capataz,mandar os professores recalcitrantes embora.

Com estas providências  e marcadamente esta última,os professores eram colocados uns contra os outros e contra os alunos.

Mas a principal mudança,consoante ao objetivo supradito de causar impacto,foi acabar com as humanidades e fazer cursos pagos,cujo objetivo era formar profissionais interessados em ganhar dinheiro tão somente.

Assim,parte da juventude parou de sonhar com as universidades públicas e com até então um serviço público de alto nível e se tornou feita de isopor,preocupada com o baile da noite de sexta-feira ou de sábado e o fato de pagar não só não atrapalhava este novo “ ideal” como ainda servia de elemento para carcaterizá-lo ,porque o ato de pagar era visto agora como investimento numa instituição privada,que justamente por isso tinha condições de oferecer um ensino profissional de qualidade.

Quem capitaneou esta aliança  foi exatamente a Gama Filho,mas as outras a seguiram neste propósito subliminar de destruir a consciência cultural da juventude brasileira e este pacto é o que dá origem a toda esta desorientação da juventude,sem referenciais  no passado e portanto sem condições de projetar o futuro.Mesmo com as manifestações isto não mudou de todo.Estamos apenas no comecinho.

Nos dias atuais,o sindicato dos professores não apresenta alternativas de recuperação desta situação,como seria de esperar.Pelo contrário,as esquerdas se aliam a este pacto demagógico da ditadura,aceitando outros elementos a que eu não me referi ,mas o faço agora:

Na sala de aula,o meio de garantir este tipo de juventude de isopor,é pressionar os professores para aprovar alunos desqualificados.A sociedade não vê que não é o professor que aprova o incapaz,mas a Instituição é que o obriga e mais do que isto ,no afã de ganhar dinheiro,qualquer um entra nos vestibulares das universidades particulares e depois é o professor que fica entre a cruz e a caldeirinha tendo que aprovar para não perder o emprego,mas,com isso,sacrificando o seu curriculum,porque quando o seu aluno ,no futuro,fizer uma besteira,não será culpa da Instituição,mas dele,que o aprovou.

Eu costumava dizer,quando dava aula,que o professor é despesa,o aluno receita.E vi ,muitas e muitas vezes,militantes ditos revolucionários aceitarem esta situação,alegando que o processo de seleção rigorosa serve aos propósitos da exploração da burguesia,quando é o contrário,o povo deve exigir formação  de qualidade para ter condições de contestar a ordem econômica excludente em que nós vivemos.Uma das atitudes mais revolucionárias é transmitir o conhecimento para todos,inclusive e principalmente para aquele que está oprimido.

A decadêncvia do modelo se dá,apesar desta conivência de muitos anos da esquerda,porque não é possível,com os indices educacionais que temos,manter as coisas como estão e aí ,novas formas  de avaliação,processos de melhoria,estão colocando os sistema abaixo,pelo menos no Rio de Janeiro,e também os alunos estão procurando uma nova qualidade de ensino e um novo propósito para  a educação.

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