O que acontece na Gama Filho e na Univercidade
é o resultado do fim do modelo criado pela última real reforma do ensino,para
pior,feita pelo então ministro da educação na época,1971,sr. Jarbas
Passarinho,que instado pela “ doce figura” do Ditador de plantão,General
Médici,a causar um impacto na juventude brasileira,resolveu tirá-la das
preocupações críticas que o ensino antigo e muito influenciado,segundo
eles,pela esquerda,desvirtuavam-na para caminhos indevidos.
O que este
ministro fez foi,diante de uma sociedade de massas mais do que estabelecida,no
final da década de sessenta,reprimir as universidades públicas,no espirito
sanguinário do Ai-5,com cassações e acuamentos profissionais,impedindo a
criação e livre circulação de idéias.
Mas a maior das
contribuições foi mais sutil e é aí que entram universidades do tipo que
estamos analisando agora.Foram feitas concessões para as chamadas universidades
particulares,geridas,muitas vezes ,por militares.Estas univercidades
explicitarm formas de organização que davam seguimento ao processo de
ditadura.O sistema de créditos,que dilacerava as turmas,não permitindo que se
formassem turmas combativas e solidárias;o impedimento de órgãos
representativos dos estudantes;um tipo de organização departamental que
impedia,pela divisão das matérias,que os professores se relacionassem e
adquirissem homogeneidade,não só nas disciplinas,mas também,no plano da
organização; e um tipo de hierarquia tipicamente militar,qual seja ,em cada
unidade universitária há um chefe,um coordenador encarregado de evitar os
problemas e de,à maneira de um capataz,mandar os professores recalcitrantes
embora.
Com estas
providências e marcadamente esta
última,os professores eram colocados uns contra os outros e contra os alunos.
Mas a principal
mudança,consoante ao objetivo supradito de causar impacto,foi acabar com as
humanidades e fazer cursos pagos,cujo objetivo era formar profissionais
interessados em ganhar dinheiro tão somente.
Assim,parte da
juventude parou de sonhar com as universidades públicas e com até então um serviço
público de alto nível e se tornou feita de isopor,preocupada com o baile da
noite de sexta-feira ou de sábado e o fato de pagar não só não atrapalhava este
novo “ ideal” como ainda servia de elemento para carcaterizá-lo ,porque o ato
de pagar era visto agora como investimento numa instituição privada,que justamente
por isso tinha condições de oferecer um ensino profissional de qualidade.
Quem capitaneou
esta aliança foi exatamente a Gama
Filho,mas as outras a seguiram neste propósito subliminar de destruir a
consciência cultural da juventude brasileira e este pacto é o que dá origem a
toda esta desorientação da juventude,sem referenciais no passado e portanto sem condições de
projetar o futuro.Mesmo com as manifestações isto não mudou de todo.Estamos
apenas no comecinho.
Nos dias
atuais,o sindicato dos professores não apresenta alternativas de recuperação
desta situação,como seria de esperar.Pelo contrário,as esquerdas se aliam a
este pacto demagógico da ditadura,aceitando outros elementos a que eu não me
referi ,mas o faço agora:
Na sala de
aula,o meio de garantir este tipo de juventude de isopor,é pressionar os
professores para aprovar alunos desqualificados.A sociedade não vê que não é o
professor que aprova o incapaz,mas a Instituição é que o obriga e mais do que isto
,no afã de ganhar dinheiro,qualquer um entra nos vestibulares das universidades
particulares e depois é o professor que fica entre a cruz e a caldeirinha tendo
que aprovar para não perder o emprego,mas,com isso,sacrificando o seu
curriculum,porque quando o seu aluno ,no futuro,fizer uma besteira,não será
culpa da Instituição,mas dele,que o aprovou.
Eu costumava
dizer,quando dava aula,que o professor é despesa,o aluno receita.E vi ,muitas e
muitas vezes,militantes ditos revolucionários aceitarem esta situação,alegando
que o processo de seleção rigorosa serve aos propósitos da exploração da burguesia,quando
é o contrário,o povo deve exigir formação
de qualidade para ter condições de contestar a ordem econômica
excludente em que nós vivemos.Uma das atitudes mais revolucionárias é
transmitir o conhecimento para todos,inclusive e principalmente para aquele que
está oprimido.
A decadêncvia do
modelo se dá,apesar desta conivência de muitos anos da esquerda,porque não é
possível,com os indices educacionais que temos,manter as coisas como estão e aí
,novas formas de avaliação,processos de
melhoria,estão colocando os sistema abaixo,pelo menos no Rio de Janeiro,e
também os alunos estão procurando uma nova qualidade de ensino e um novo
propósito para a educação.
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