Amigos hoje um dia muito feliz para mim porque vou colocar uma entrevista do professor Nelson Domingos Antonio, de Angola,ele que foi há muitos anos,meu aluno na univercidade e hoje é um líder naquele país extraordinário.Vai aí abaixo um resumo das inúmeras qualificações deste professor e asua entrevista concedida a mim.
pergunta 1:
Como está o desenvolvimento da educação em Angola,tanto no ensino básico,como no universitário?
O ensino em Angola apresenta um conjunto de dificuldades em razão de uma série de fatores relacionados à exclusão imposta pelo regime colonial português (1482-1975) e à guerra fratricida que destruiu o país por 27 anos (1975-2002). Fruto deste processo, Angola carece de professores qualificados e de infraestruturas adequadas necessárias à formação qualitativa e quantitativa de quadros.
Como está o desenvolvimento da educação em Angola,tanto no ensino básico,como no universitário?
O ensino em Angola apresenta um conjunto de dificuldades em razão de uma série de fatores relacionados à exclusão imposta pelo regime colonial português (1482-1975) e à guerra fratricida que destruiu o país por 27 anos (1975-2002). Fruto deste processo, Angola carece de professores qualificados e de infraestruturas adequadas necessárias à formação qualitativa e quantitativa de quadros.
Em relação às
infraestruturas, encontram-se ainda em Angola crianças que estudam debaixo de
árvores, bem como salas de aulas com mais de 50 crianças. A despeito de o
Governo ter construído inúmeras escolas, a demanda continua a ser maior que a
oferta. Existem, outrossim, inúmeras denúncias que apontam para a necessidade
de desembolsar cerca de trezentos dólares americanos (USD 300,00) para
assegurar o ingresso da criança em uma escola pública.
Para suprir a demanda
de professores no ensino de base o Governo adotou a monodocência, em que um
professor leciona mais de cinco disciplinas. Isto, por um lado, tem
possibilitado o acesso de um número maior de crianças à escola. Porém,
tem tornado deficiente a formação dos estudantes em razão da incapacidade de um
único docente dominar mais de cinco disciplinas diferentes.
Tais deficiências são
repercutidas no ensino superior, em que grande parte dos estudantes são
desprovidos da capacidade de leitura e interpretação de textos, bem como de
produção científica característica da academia.
No ensino superior as
infratestururas das universidades são aceitáveis, particularmente das privadas.
Quanto ao quadro docente, em razão da escassez de profissionais, as universidades
têm recorrido à professores Mestres e Doutores cubanos, portugueses,
brasileiros e de outras nacionalidades para ajudar a suprir a demanda.
pergunta 2:Vc ministra aulas de ciência política não é?quais os desafios desta sua atividade no âmbito do progresso político de Angola?
Sim, ministro aulas de Ciência Política. A atividade da docência e pesquisa exige um conjunto de fatores que ainda não dispomos efetivamente, tais como condições de trabalho e salariais dignas; livre acesso às fontes; liberdade expressão e publicação etc., que constituem o nosso grande desafio, assim como a melhora da qualidade de ensino desde a base. A despeito de tais dificuldades, estamos tentando criar a Associação Angolana de Ciência Política, a fim de conseguir realizar e difundir a Ciência Política.
pergunta
3:o que vc pode falar sobre antureza
da constituição de Angola?
A Constituição angolana aprovada em 2010 é a terceira Constituição vigente no país. A primeira foi promulgada em 1975 após a indpendência, na vigência do monopartidarismo, cuko carácter era manifestamente de orientação marxista-leninista. A segunda Constituição foi aprovada em 1992, com a abertura para a democracia multipartidária, ocasião em que os cidadãos elegeram pela primeira vez os Deputados a Assembleia Nacional. Os cidadãos voltaram a escolher os seus representantes apenas em 2008. Estes últimos foram os responsáveis pela aprovação em 2010 da vigente Lei Maior.
A Constituição angolana aprovada em 2010 é a terceira Constituição vigente no país. A primeira foi promulgada em 1975 após a indpendência, na vigência do monopartidarismo, cuko carácter era manifestamente de orientação marxista-leninista. A segunda Constituição foi aprovada em 1992, com a abertura para a democracia multipartidária, ocasião em que os cidadãos elegeram pela primeira vez os Deputados a Assembleia Nacional. Os cidadãos voltaram a escolher os seus representantes apenas em 2008. Estes últimos foram os responsáveis pela aprovação em 2010 da vigente Lei Maior.
A Carta Magna angolana
assegura um conjunto de direitos e liberdades civis e políticas à semelhança
das Constituições promulgadas após a Segunda Guerra Mundial. Em relação ao
desenho institucional, os partidos da oposição recusaram-se a aprovar a
Constituição, tendo-se, inclusive, retirado-se do plenário. No entanto, como o
partido que sustenta o Governo dispunha de mais de 80% de deputados na
Assembleia Nacional, a Lei Maior foi aprovada sem grande resistência. A
oposição para sua aprovação deveu-se, por oum lado, aos poderes excessivos
outorgados ao Presidente da República, que figura como titular do Executivo,
tendo os ministros como meros auxiliares. Por outro lado, a forma de eleição
presidencial, em que o Presidente é eleito em uma lista de deputados mais
votada, sendo o número um da lista eleito Presidente e o número dois o seu
Vice, o que tem gerado as mais severas críticas, uma vez que com um único voto
o cidadão elege o Presidente da República e os Deputados a Assembleia Nacional.
pergunta 4:E as perpectivas constitucionais para Angola e a África?o que é mais urgente que as consituições africanas consagrem hoje nos seus textos?
Em Angola e em grande parte dos
Estados africanos, a Constituição assegura direitos e liberdades fundamentais à
semelhança das constituições adotadas pelos países ocidentais. Entretanto, as
práticas dos governantes têm sido diversas daquilo preceituado na Lei Maior. Do
lado dos cidadãos, um conjunto de factores como o medo de represália, baixa
escolaridade e outros, contribuem para a não observância da Constituição. Por
estas razões, um dos aspectos fundamentais reside na urgência de estabelecer
limitações de poderes dos governantes, sobretudo dos presidentes da república e
efectivos mecanismos de prestação de contas e responsabilização dos mesmos.
Querido professor Ernesto, fico-lhe grato pela entrevista, sobretudo, por teres sido uma fonte de inspiração durante a minha formação. Um grande abraço. Nelson.
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