quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Alternância de poder




Estamos  aí diante do segundo turno e precisamos raciocinar bem,diante da possibilidade  que temos  de criar  ,depois de muitos anos,uma  alternância de poder.Durante  anos  a  política  sempre  se desenvolveu sem  se  preocupar  com este problema.Foram os descaminhos  do  socialismo real que  colocaram  a necessidade de  alternância de poder como meio de  dinamizar a democracia.Os  totalitarismos  provaram que  é  um valor  inestimável  poder  tirar  dos  governos  governantes ruins.Ou  mesmo  bons  não  devem se perpetuar.
E a verdade  é  que estamos  diante  de um  momento  em que  está  se fazendo  o mesmo  raciocínio  do  passado.A  continuidade  é  a condição  da mudança  social,dizem  alguns.Como Getúlio,só  com quinze anos  de governo,pelo menos  ,se pode  mudar  o Brasil,pensam  alguns,principalmente  à  esquerda.
Nunca eu,pessoalmente,como parlamentarista,que já  disse  que  sou,fui  contra  um tempo de mandato  prorrogável como  forma de garantir  a  realização de programas de mudança  para  o  nosso  país.Contudo  nós  vemos  que  a  continuidade  é  a mãe  de todo o inchaço  corrupto  dos  governos.A  continuidade se estrutura e  cria as  condições  para formas de  chantagem  política,porque mais  e mais  os  governos  continuístas  precisam  subornar  o  congresso  para se manter  no  poder ,apesar de todo  o desgaste,principalmente numa  sociedade  cada  vez  mais  participativa.
O  nosso  presidencialismo de coalizão sempre  faz  com que  o executivo  tenha  que  cooptar  o congresso e este exige  em retorno  ,benesses,para  interagir  com os  programas  do executivo.
Então,nos  dias  que  correm ,temos  que  fazer uma reflexão  sobre estes  governos  que  ficam  permanentemente por aí sem  fazer  as  mudanças  sociais  que o povo  exige.Muita  gente  vai  afirmar  que  com 4  ou  5 anos de governo não  é possível  mudar  o  Brasil,mas  podemos  pensar  da  seguinte  maneira,como  forma  de pressionar  os  políticos  e os  partidos:se  cada  partido  ou  governo elaborar  um  programa  e se todos  pensarem em  políticas  de Estado ,isto é,levando em  consideração  os  temas  fundamentais  para  o Brasil,é  possível  que  cada  governo,no seu  tempo de mandato possa  acrescentar  algo de progressista ao  Brasil.Dentro  do  espírito  republicano de que  tem  que  haver  uma  divisão  permanente de poder,se cada  um cumpre  a sua  parte,é  possível evitar  governos  longos,que  não  fazem  nada.Como  aconteceu aqui  no  Rio  de Janeiro,com Sérgio  Cabral,que  depois  de 10 anos de governo,afirmou  que  a  deterioração da segurança  era  causada por  “dez anos de  descasos”.
Assim  sendo,na  minha  opinião,a  palavra-de-ordem dos  dias  atuais,das  eleições  atuais,importantíssimas,é  alternância  de poder.

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