Tenho falado
aqui na questão recorrente do
republicanismo,que não existe
em lugar nenhum sem a
cidadania.Uma vez que
Dilma foi reeleita
e pediu união do
país é preciso analisar com cuidado
esta proposta,que foi
repercutida,com outro significado,
por Aécio.
A unidade
na república se estrutura
num vínculo de solidariedade
pública.Quer dizer ,o
brasileiro,na democracia,tem sempre que
ter senso de unidade nacional,mas
a partir de sua atividade
política consciente que é a
sua cidadania.Nada,dentro
das dissensões próprias da
democracia,pode afetar a
unidade nacional e o
respeito à cidadania.E
tudo pàra por
aí.A unidade não é aquela
que confunde público
e privado não.Não é a mesma
coisa que fazer
churrasco na esquina:são todos
amigos.
Tem político
aí que não sabe
disto não.A cidadania
pressupõe uma rigorosa
distinção entre público e privado.As questões
privadas só são importantes na
medida em que são
afetadas pelos problemas públicos
ou,vamos dizer,coletivos.Saúde,educação,segurança.
Não é uma questão
emocional,de congraçamento fraterno entre brasileiros:é saber
garantir aquele vínculo
de solidariedade cidadã,preservando aquelas
diferenças que toda a democracia
admite e precisa se quiser ser
saudável.
Ao defender a
unidade os políticos
correm o risco de suprimir,sem
estas ressalvas ,o princípio republicano
democrático de respeitar
sempre a diferença.Fica sempre
aberto um caminho para,com
uma justificativa,suprimir
estes valores pela
força.
Dilma propôs,como
era lógico ,o plebiscito e eu já
o defendi no
ano passado ,como
conseqüência lógica das manifestações.Contudo,hoje,eu defendo
um referendo,preparado
previamente por um congresso,com uma
função específica de fazer a
reforma política,mais do
que necessária,porque ficou claro
que o país está saudavelmente dividido.Não tem cabimento coalizão
porque Dilma ganhou,mas há
que respeitar os
50 milhões de votos
de Aécio,que são da
oposição.Mesmo que não
fosse esta quantidade de
votos,já seria necessário
o diálogo,mas desta
forma,não há como fugir
de uma intermediação mais
cuidadosa do que um simples
plebiscito.
Qualquer atitude
de buscar na democracia
direta uma solução
pode ensejar projetos
autoritários,mas não tem jeito
porque a reforma política se tornou obrigatória diante
das referidas manifestações.
Quando a soberania
popular vai às ruas é porque
a representação está em crise e
se ela não o
reconhecer a crise vai estourar mais
para a frente.
Os radicais
que fizeram ações
diretas afastaram aparentemente
os manifestantes.No entanto,se
,repito,a discrepância entre
a soberania e a representação não
for resolvida tudo volta.
E a mediação
do executivo aliada com a
do legislativo é uma condição
inevitável para impedir
que uma crise
de descontrole institucional ocorra,exceto
por um fato a
que eu venho aludindo:a
necessidade de tirar
partidos e pessoas para
colocar os tantos que
nas ruas querem
fazer política e não
podem,a tal mudança
geracional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário