Se o Brasil,como conseqüência do
seu passado não
tem um sociedade
civil organizada para realizar
a interlocução democrática, é preciso um
centro do qual
se possa irradiar
a construção desta mediação
das mediações.O estado
é um perigo,ele
só pode ser um
fomentador econômico e de ajuda
social dos cidadãos,mas
para esta construção
só os
partidos efetivamente
representativos podem ocupar
este espaço.Certamente muita gente
vai dizer que juntar
a sociedade civil com
os partidos é um
passo para juntá-lo com o
estado ,revivendo totalitarismos.
Em primeiro
lugar não há como
evitar riscos deste
tipo uma vez que nós
não temos,como disse,uma
sociedade civil.Isto quer
dizer que o
processo pode desandar e
causar formas autoritárias
de resolução de
crises.
Os de
baixo não estão
organizados,numa versão esmaecida
da " via
prussiana",como é,mutatis
mutandi, o nosso
capitalismo autárquico.
Em segundo
lugar,como disse no
artigo anterior,o momento
melhor de nossa democracia foi
quando a constituição de 46 consagrou
a representação política real
dos trabalhadores,de classe
média e
operários(trabalhadores da indústria).
A
representação real da política
garante
minimamente estes fundamentos
para tentar
evitar o risco
que toda via prussiana
contém.
" Via prussiana” ,como todos sabemos
se refere àqueles
processos de formação
nacional a partir
do estado,quando o
estado mediatiza a
sociedade civil,se intromete
nela para constituí-la e
mantê-la.
Num país
de capitalismo autárquico
como o nosso é natural ter
este medo.Contudo,sem uma
sociedade civil clássica não existe outra
alternativa senão correr este
risco.Mas existe outro.
Voltar atrás
na história,é um risco por
não considerar esta atitude
como causadora de efeitos deletérios,os quais
se não considerarmos
podem atrapalhar o processo.Quero dizer,
ficar tentando revirar a
memória,sem considerar as
exigências do presente,é um
problema ,que ocorre hoje
no Brasil. Política é
futuro.
Se considerarmos
o uso político que se faz
hoje
no Brasil deste
entulho da ditadura(o
problema das reparações,medidas provisórias)
pode ter novas ,más,
conseqüências.
O retorno
a balizas históricas,no entanto,é
importante.Para mim ,temos
que fazer uma
ligação com aquele
momento,a que já me referi , em que
o mundo do trabalho estava
unido,o período do Governo JK(evidente
,com atualização necessária e com
,sempre,uma perspectiva crítica).
Barbosa lima
sobrinho
Em seu
livro sobre o
Japão(“ O Capital se faz em
casa”) este autor afirma
que o estado
japonês conduziu todo o
processo de crescimento
econômico industrial,em 30
anos,sem cataclismos,mas é
preciso ver que,embora sem uma
sociedade civil burguesa clássica,tinha uma
homogeneidade social própria de um
país milenar,mesmo que feudal,no
que é comum
aos países asiáticos.
De modo
geral,a relação entre
democracia e homogeneidade
começa na citada representação política efetiva, de partidos efetivos,
e eles são o
fiel da balança entre
a uniformização e o pensamento
distinto,característica
essencial do processo
democrático.
To be
continued.
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