À propósito
das ações destes
ex-comunistas e representantes dos operários
modernos da indústria,que estão hoje
no PT ou
encarcerados(em casa),é preciso
recuar um pouco
na História para perceber,que a
despeito dos conselhos
dos revolucionários para
que os militantes tenham
abnegação pelo mundo do
trabalho,nós vemos ,durante a
passagem do tempo,que esta
abnegação foi substituída
não raro por interesses
pessoais.
O primeiro e
mais decisivo momento foi
quando se formou a chamada
“ aristocracia operária”,no
século XIX,como decorrência
do neo-colonialismo.Aliás,depois da
Comuna de Paris,as
elites européias se voltaram
para partilha da África,para
com os
recursos da pilhagem cooptar a classe que havia
se sublevado em
1871.
Também com
as benesses do desenvolvimento científico-tecnológico,melhormente distribuídas,a classe
operária foi ao
paraíso.
Hobsbawn,em Sua “
Era do
Capital” mostra que se
alguém perguntasse à maioria
dos operários franceses ou
ingleses sobre se
eram solidários com os
explorados dos outros continentes obteria
uma resposta muito
diferente na medida
em que achavam que era perfeitamente
legitimo “ civilizar”
estes povos.
A esquerda
operária sempre foi
elitista,enquanto sempre se
achou( e é
assim até hoje)como
“ vanguarda da
Revolução”,da mudança.Eles sempre
foram os eleitos.O
trabalhador produtivo,o único ,no
entender dos clássicos da
esquerda.
Como
decorrência de que
somente duas classes
existiam no século
XIX,burguesia e
proletariado,a luta de morte
colocava sobre os
heróis da classe operária este “ direito”
de ser sentir especiais.
Com o
tempo e o fracasso
da “ revolução” um
outro tipo de concepção vanguardista aparece ,no
rastro,inclusive,do surgimento das
pequenas burguesias,no
século XX:já que os operários
não nos seguem ,danem-se eles,nós
fizemos o possível e nós somos a vanguarda,mas também a
destinação do processo revolucionário.
Isto significa
que enriquecer é alcançar
aquele progresso que se
esperava,que progredir individualmente é
já o progresso coletivo.isto
é uma
identificação inesperada com o
pensamento liberal.
Esta tendência é mais
forte ainda no
Ocidente e depois do “ melhorismo” o descompromisso real com os
sofrimentos alheios dá lugar
sim ao hedonismo egocêntrico,ao momento
egoístico-não passional(mas
prazeroso e confiante)de quem
se sente o meio e o fim da revolução.
Por isso
não me surpreende
esta conduta do
PT.Já um partido
a meio caminho do
passado radical e revolucionário da esquerda
e tendo diante
de si um
capitalismo triunfante ,esta translação
em direção ao “ desbunde”
era natural.Então assistencialismo(chá de caridade
vermelho) vira “
revolução”,projeto eleitoral,vira projeto
nacional e ignorância virtude.
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