sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A questão militar hoje



Um dos problemas a  que eu já aludi aqui nestes  artigos  sobre nós  vivermos ainda na guerra –fria é  a  questão das forças armadas.Toda esta discussão da Comissão da Verdade é acompanhada também por transformações no plano da administração das Força Armadas e isto me preocupa na medida em que,subliminarmente possa estar havendo um revanchismo por parte da esquerda,justificado pela  necessidade de mudar a cabeça dos militares de modo a que não venham a  fazer o que fizeram de  64 a 85.
Os  curriculuns parece que melhoraram,inclusive com a  inclusão de  disciplinas sociais.Para mim o que  sobrou de ensino de excelência  no Brasil são os cursos do seminário e das forças armadas,mas estas eram mais afeitas ao ensino técnico de  qualidade.Agora parece que o ensino técnico está junto com o ensino de  ciências humanas.Isto me parece muito bom.
O que não é muito bom,para mim,é  criar as condições para que só a classe média  ascenda a este ensino.Isto me parece uma contradição e uma forma de  elitismo vermelho,quando na verdade,as violências cometidas pelas forças armadas o foram por critérios semelhantes  a estes usados agora supostamente.Tirando o exército,que sempre  admitiu pobres,mulatos e negros ,as outras duas armas sempre  se orgulharam de  sua matriz  “aristocrática’,identificada sim com uma elite branca,cuja  característica é a  renitência  até hoje em mudar este  quadro.Vide  a  situação de João Cândido.
Eu fico preocupado porque  a matriz do pensamento de esquerda é internacionalista e  as forças armadas têm um significado nacional.Não sei porque o Brasil precisa  comprar tantas armas.Isto me cheira a uma perversão deste princípio de internacionalismo,muito comum na esquerda,que  acredita nos trabalhadores todos irmanados,por  sua condição mesma de explorados.Mas se nós observarmos na História,nos livros de Hobsbawn ,por exemplo,nós vemos,que os trabalhadores sempre  foram cooptados por  seus governos,inclusive quando estes exploraram países como o nosso,no tempo do neocolonialismo,pois  as exigências nacionais se  sobrepuseram ao internacionalismo.
Esta visão idealizada e  abstrata da esquerda,de humanismo socialista,que procura ajudar a um outro país como Cuba,me parece prejudicar um pouco o Brasil;me  parece que as esquerdas brasileiras não gostam de tratar da questão nacional e  diante do problema das reparações isto fica pior,mas o Brasil precisa olhar para si mesmo.Se nós somos internacionalistas os outros países devem sê-lo em relação a nós.
Ainda me lembro de  Brizola,no fim da vida,alertando para o perigo de tantos estrangeiros na Amazônia.Esta “ ingenuidade” da esquerda me parece perigosa.
Todas as classes devem entrar no serviço militar ,para reforçar o caráter nacional das forças armadas,que nenhum problema passado deve destruir,sob o perigo de o Brasil ficar desprotegido.

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