terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Delenda Germânia IV



Quando se fala no Brasil de Mussolini o horror  fica estampado no rosto de  quem ouve,porque uma série de fatos nem sempre  relacionados com esta figura vêm à mente.Mas se formos à Itália isto já não é assim,porque outros aspectos,dir-se-iam positivos do personagem ,são ressaltados,porque lá ainda existem pessoas que o apoiaram.
O mesmo deve acontecer se um italiano observar a figura de Getúlio Vargas,que não será da mesma forma que um brasileiro.
Os  povos  não têm muita facilidade de olhar o lado ruim de  seus lideres,a não ser na perspectiva do tempo,exatamente porque  vê-lo é ver os seus próprios defeitos e problemas,uma vez  que até o próprio povo cometeu o erro de apoiá-lo.
Mas isto nem sempre é assim,no nível da “ingenuidade” da média ética social,pois  ,principalmente da parte de governos posteriores,em nome da nação e das razões de estado,ocultam-se  fatos desabonadores dos governos anteriores  com líderes problemáticos.
É assim com Hitler.Ao longo da vida eu nunca vi um documentário que mostrasse que a ditadura de Hitler ,instalada completamente em 1934 na “ Noite dos Longos Punhais”,foi sustentada claramente pelo exército(instituição nacional).
Na descrição deste referido episódio não se relata que com os excessos cada vez maiores das Tropas de Assalto(S/A)que tanto ajudaram Hitler a chegar ao poder,as classes altas da Alemanha pediram a ele que cessasse a agitação,em troca de um apoio ao seu governo (ditatorial).
 Hitler decidiu massacrar estas tropas numa reunião com a  cúpula do exército no navio Kaiser Guilherme.Junto com Goering e com outros representantes da sociedade civil alemã eles selaram o pacto que permitiu a Hitler continuar no poder ,agora de modo absoluto.
No dia anterior ao massacre este cidadão aí embaixo ,um dos lideres das tropas de assalto,Karl Ernst (ao lado da noiva),se casou.

Hermann Goering foi seu padrinho.


Pois bem ,o Padrinho fez as listas de assassinatos e  colocou o nome de  seu afilhado na cabeça,após  a reunião no Kaiser Guilherme.
Com a extinção ou redução das tropas de Assalto, o exército aceitou prestar um juramento ilegal e inconstitucional em relação ao fuhrer ,sacramentando a sua ditadura.
Ao dizer isto eu estou novamente tentando demonstrar que naquilo que é essencial os governos não analisam,isto é,nos crimes cometidos por seus antecessores e na responsabilidade neles  de instituições fundamentais.
É muito bonito falar no povo alemão,em que parte dele não lutou na guerra senão por seu país,que a Alemanha sofreu,mas que o povo se reergueu(numa democracia)sem falar no comprometimento real de determinados setores da sociedade(que ainda estão aí de butuca)nos desatinos que deram origem a estas autocríticas.
Mas isto é essencial ,para evitar que de uma hora para outra esta inconsciência(?) em relação ao passado não confirme o vaticínio do filósofo George Santayanna ,segundo o qual ,quem não conhece o passado ,repete-o.

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