Em
documentário recente sobre as opções polêmicas de Glauber em 1974,foi relatada
uma carta sua na qual ele fazia referência
às “ dinastias comunistas”,às quais,ele não pertencia.
Aquilo me
soou estranho na medida em que tal conceito(dinastia [comunista]) só cabe na
aliança espúria da Igreja com as Aristocracias medievais,depois copiadas pela
burguesia e que consagravam a passagem
do poder econômico ,dos pais para os filhos.
Sempre me
pareceu que nas hostes revolucionárias algo mais parecido com 1968 e a sua liberdade geracional,estaria mais
adequada e continuo pensando assim.
Não há como
falar em transmissão de poder,genética,em quem tem a convicção ,individual(por
inalienável[Rousseau])de mudar,segundo uma responsabilidade(individual)atinente
aos valores,à estimação axiológica da realidade.
Mas a presença deste comportamento dinástico
principalmente entre os seguidores do “socialismo real”,objeto da crítica de
Glauber,denota duas coisas:que o “socialismo real” era só um competidor do
sistema capitalista e em cujo seio o mesmo virus do poder grassava em nível de metástase e que o cimento
sócio-psicológico desta atitude era o ressentimento,duas “ categorias “ típicas
da chamada reação termidoriana.Buscar a
mudança não pelo progresso ou pela justiça,mas por uma necessidade(carência
[erótica])compensatória,subjetiva,que todo ressentido tem.Levantar uma bandeira
vermelha ,em meio ao diferente é se sentir diferente,outro,afirmativo,diminuindo
o impacto da frustração de não ver o mundo entrar nos (seus[da própria subjetividade]
)eixos.
A transmissão
do poder geracional vem desta convicção dogmática de que o ressentimento a ser
satisfeito é mais importante do que as mudanças naturais(dialéticas[movimento]),que
a realidade apresenta e que o verdadeiro revolucionário deve atentar e servir.
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