quinta-feira, 14 de julho de 2016

Glauber e as dinastias comunistas



Em documentário recente sobre as opções polêmicas de Glauber em 1974,foi relatada uma carta sua na qual ele fazia referência  às “ dinastias comunistas”,às quais,ele não pertencia.
Aquilo me soou estranho na medida em que tal conceito(dinastia [comunista]) só cabe na aliança espúria da Igreja com as Aristocracias medievais,depois copiadas pela burguesia e que consagravam a  passagem do poder econômico ,dos pais para os filhos.
Sempre me pareceu que nas hostes revolucionárias algo mais parecido com 1968 e  a sua liberdade geracional,estaria mais adequada e continuo pensando assim.
Não há como falar em transmissão de poder,genética,em quem tem a convicção ,individual(por inalienável[Rousseau])de mudar,segundo uma responsabilidade(individual)atinente aos valores,à estimação axiológica da realidade.
Mas a  presença deste comportamento dinástico principalmente entre os seguidores do “socialismo real”,objeto da crítica de Glauber,denota duas coisas:que o “socialismo real” era só um competidor do sistema capitalista e em cujo seio o mesmo virus do poder grassava  em nível de metástase e que o cimento sócio-psicológico desta atitude era o ressentimento,duas “ categorias “ típicas da chamada reação termidoriana.Buscar a  mudança não pelo progresso ou pela justiça,mas por uma necessidade(carência [erótica])compensatória,subjetiva,que todo ressentido tem.Levantar uma bandeira vermelha ,em meio ao diferente é se sentir diferente,outro,afirmativo,diminuindo o impacto da frustração de não ver o mundo entrar nos (seus[da própria subjetividade] )eixos.
A transmissão do poder geracional vem desta convicção dogmática de que o ressentimento a ser satisfeito é mais importante do que as mudanças naturais(dialéticas[movimento]),que a realidade apresenta e que o verdadeiro revolucionário  deve atentar e servir.

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