Todo mundo conhece já a minha metodologia aqui,como funcionam
os fundamentos dos meus argumentos .
Desde o século XVIII
dois elementos participam do processo histórico e político:a comunidade universal
dos direitos,de Kant,dos comunistas frente ao problema nacional.A bem da
verdade,isto estava já em gestação na época da reforma protestante,que teve um
significado de formação incipiente de um nacionalismo,alemão,sob Lutero,mas aí
ainda não havia a idéia iluminista de comunidade universal.
Quando Obama chegou à presidência ele se beneficiou da
rejeição a Bush filho,um político passadiço da guerra –fria,que não consagrava
demandas sociais importantes.Mas no decorrer dos oito anos de Obama,cujo
pensamento se associava à idéia da comunidade européia,esta última veio sendo
progressivamente,como eu tenho dito aqui,destruída pelos interesses nacionais.
Não tem saída:só haverá uma comunidade universal quando os
direitos das grandes nações e o das pequenas forem iguais.Quando uma economia
maior pressionar uma menor e a nação menor conseguir legalmente se recusar a
ceder às imposições,como(não) aconteceu nas relações entre Alemanha e Grécia.
Enquanto isto não ocorrer as economias maiores sempre terão
prioridade e sempre serão hegemônicas.O projeto alemão de hegemonia fundamentou o Brexit,pois os ingleses,vendo
que a comunidade européia estava se diluindo,preferiram atender aos seus
interesses nacionais.
A eleição de Trump segue esta onda.Os itens do programa
democrata são necessários,universais e muito bonitos,mas as necessidades
nacionais crescem,se não são reconhecidas também.O que Trump fez foi prometer
este reconhecimento,demonstrando que a nação estadunidense tinha sido esquecida
pelos ideais lgbt,feministas,dos negros e assim por diante e ao fazê-lo
catalisou uma extensa maioria que se revelou na sua enorme vantagem eleitoral ,que se mostrou logo de
inicio.
A mídia erra porque só analisa os acontecimentos no
imediato,sem este arcabouço histórico necessário,mas também parece haver uma
vergonha nos eleitoresdos Estados Unidos
em admitir que se votou em Trump,porque de fato ele é uma figura histriônica e
que consegue as coisas com isto.Tal constatação já demonstra que a sua
inconsistência é perigosa e os primeiros movimentos depois de sua eleição
reforçam esta visão .Aparentemente ele não vai ser tão radical quanto o foi na
campanha e isto pode ser visto como farsa ,algo que o deslegitima de inicio e o
põe contra a nação,uma contradição que inviabiliza o seu governo.
Os Estados Unidos não
estão divididos somente,externamente,mas interiormente,pelo voto envergonhado,
e o interior reforça o exterior.
A mídia,daqui por diante, fica sob suspeição como mediação
informativa.
Esta é a razão pela qual eu afirmei que ele corria o risco
nem de completar o mandato:a sua plataforma
é destrutiva,mostrando o não ter ele,de si próprio,nada, e nestas
ocasiões,se isso ficar claro, o seu governo desaparece.Tudo indica que seu
governo é não-Obama e não Trump e isso é mais do que incógnita é inexistência
de um governo.
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