quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Ih!Trump



Todo mundo conhece já a minha metodologia aqui,como funcionam os fundamentos dos meus argumentos .
Desde o  século XVIII dois elementos participam do processo histórico e político:a comunidade universal dos direitos,de Kant,dos comunistas frente ao problema nacional.A bem da verdade,isto estava já em gestação na época da reforma protestante,que teve um significado de formação incipiente de um nacionalismo,alemão,sob Lutero,mas aí ainda não havia a idéia iluminista de comunidade universal.
Quando Obama chegou à presidência ele se beneficiou da rejeição a Bush filho,um político passadiço da guerra –fria,que não consagrava demandas sociais importantes.Mas no decorrer dos oito anos de Obama,cujo pensamento se associava à idéia da comunidade européia,esta última veio sendo progressivamente,como eu tenho dito aqui,destruída pelos interesses nacionais.
Não tem saída:só haverá uma comunidade universal quando os direitos das grandes nações e o das pequenas forem iguais.Quando uma economia maior pressionar uma menor e a nação menor conseguir legalmente se recusar a ceder às imposições,como(não) aconteceu nas relações entre Alemanha e Grécia.
Enquanto isto não ocorrer as economias maiores sempre terão prioridade e sempre serão hegemônicas.O projeto alemão de hegemonia  fundamentou o Brexit,pois os ingleses,vendo que a comunidade européia estava se diluindo,preferiram atender aos seus interesses nacionais.
A eleição de Trump segue esta onda.Os itens do programa democrata são necessários,universais e muito bonitos,mas as necessidades nacionais crescem,se não são reconhecidas também.O que Trump fez foi prometer este reconhecimento,demonstrando que a nação estadunidense tinha sido esquecida pelos ideais lgbt,feministas,dos negros e assim por diante e ao fazê-lo catalisou uma extensa maioria que se revelou na sua enorme  vantagem eleitoral ,que se mostrou logo de inicio.
A mídia erra porque só analisa os acontecimentos no imediato,sem este arcabouço histórico necessário,mas também parece haver uma vergonha nos eleitoresdos  Estados Unidos em admitir que se votou em Trump,porque de fato ele é uma figura histriônica e que consegue as coisas com isto.Tal constatação já demonstra que a sua inconsistência é perigosa e os primeiros movimentos depois de sua eleição reforçam esta visão .Aparentemente ele não vai ser tão radical quanto o foi na campanha e isto pode ser visto como farsa ,algo que o deslegitima de inicio e o põe contra a nação,uma contradição que inviabiliza o seu governo.
Os Estados Unidos  não estão divididos somente,externamente,mas interiormente,pelo voto envergonhado, e o interior reforça o exterior.
A mídia,daqui por diante, fica sob suspeição como mediação informativa.
Esta é a razão pela qual eu afirmei que ele corria o risco nem de completar o mandato:a sua plataforma  é destrutiva,mostrando o não ter ele,de si próprio,nada, e nestas ocasiões,se isso ficar claro, o seu governo desaparece.Tudo indica que seu governo é não-Obama e não Trump e isso é mais do que incógnita é inexistência de um governo.

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