sexta-feira, 22 de junho de 2018

Neymar,meu bom,pensa só no jogo


Foi um sufoco este jogo contra a “ poderosa” Costa-Rica.E como eu conceituei,o brasileiro conceitua muito vendo os seus ídolos do futebol ,nas suas atitudes.Só se ouve durante este dia do jogo as pessoas refletirem sobre as ações de Neymar nele(no jogo) e até agora,na vida.
Todo profissional deve saber que ele tem que entender tudo o que está em torno da sua atividade.Eu aprendi isto com Shakespeare.O que me fascina em Shakespeare é exatamente o fato dele ser homem completo de teatro e ter jogado com todos os seus elementos.
Eu disse uma vez que Shakespeare atuava num teatro que buscava a reunião de todas as classes do reino inglês,do peixeiro à Rainha.Os seus textos,muito complexos, poderiam afastar os mais simples,mas ele organizava a ação teatral de forma a interessar a todos.
É neste contexto  que a aparição dos fantasmas shakespereanos se faz presente:quando uma peça era muita cheia de aventuras,como Ricardo III,o fantasma aparecia no final(o fantasma de César);quando o texto era muito complexo ele era distribuído pela peça,como em Hamlet.E quando as próprias figuras eram fantasmáticas,fantasmas não apareciam,como em Rei Lear.Isto sem falar em Macbeth.
O que o Neymar precisa saber é que ele tem que se importar menos com o que dizem dele e com a sua imagem e focar na sua profissão,como Shakespeare.
Um outro exemplo pode lhe servir de base para uma reflexão profissional a ser aplicada no próximo jogo:Sócrates e o conhecimento.Sócrates,nos albores da filosofia,mostra que o conhecimento não é quantitativo,mas qualitativo,discernidor.Não é saber muito,mas bem,identificando o essencial no emaranhado de coisas que a vida apresenta e que ,às vezes,nos confunde.
Neymar já tem maturidade,  e vivência para entender certas coisas,mas parece se fechar em si mesmo e não aprender com a sua atividade.
Não é o caso de driblar ou não driblar:é saber quando fazer isto e quando não.Hoje,diante de um time fraco é que era a hora de driblar,partir para dentro.A defesa costa-riquenha mostrava falhas e possibilidades.
Os times europeus,melhores,têm bons sistemas táticos,mas também jogadores mais escolados,capazes de evitar o drible.Neste momento é hora de passar,de lançar,de jogar coletivo,mas diante do mais fraco não tem esta de humildade.Há  que reconhecer o próprio valor como legítimo e ir fundo.Mas isto só faz quem pensa constantemente na sua profissão e não no cabelo.

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