Agora trata-se de algo ainda mais sério:o segundo
turno.Vamos pensar em que labirinto ou enrascada o Brasil se meteu:
possibilidade de volta de um regime semelhante(não igual)ao de 64,caso o
político-militar se eleger(legitimamente).
Independentemente da opinião que se tem do PT ou de
Lula,há que raciocinar agora nos termos da democracia brasileira e de nossa
nação.Isto deveria ser sempre assim,mas neste momento adquire um significado ainda
mais decisivo e dramático.
Não é que o candidato da direita não tenha o
direito de se eleger,mas é que ele acha,como seus seguidores,que existe uma
identificação entre eles e o Brasil,coisa que não procede.
A realidade social e sociológica de cada país não a
identifica com nenhum programa político,mesmo que
trans-histórico.A realidade é mutável,complexa,inabarcável por qualquer
discurso.
Se nós observarmos esta situação atual,o índice de
rejeição dos candidatos é imenso,sem falar nos votos brancos e nulos. A
legitimação destes candidatos é mínima e como falar ,diante disto,em identidade
nacional,em um candidato que represente de fato o Brasil?
Ocorre que com os erros da esquerda,que jogaram a
classe média contra ela,esta identificação está sendo feita e admitida.O medo
ao “ comunismo” açulou os instintos de defesa da média ética brasileira,mas é
preciso ver que para além disto existem os fundamentos da nação,os fundamentos
políticos e institucionais do país:laicismo,representação,república,liberdade
de pensamento,nação.
Infelizmente ao lado da legitimidade eleitoral de
Bolsonaro dorme sob a casca do ovo o mesmo problema que havia no governo
Dilma:o presidente eleito é só uma fachada para outros interesses.
Assim como Dilma não tinha autonomia,Bolsonaro
parece não ter em relação a seu vice.Muitas pessoas inventam as estórias mais
bizarras sobre o atentado à Bolsonaro,girando em torno da suposta anuência dele.O
que promove estas bizarrias é esta ambiguidade do candidato à Presidente em
face da fala do vice.Este (aparente)vácuo de autoridade permite esta morbidez
geral.Esta violência geral.
Eu já revelei as minhas posições aqui,os meus
fundamentos teóricos ,mas tudo isto não (me)autoriza ser anti-comunista.Eu sou
nacional,sem nacionalismo,laico e não ateísta,republicano de fato,para além dos
regimes(Montesquieu),de esquerda mas não comunista.Nao é que eu queira que
estes valores sejam hegemônicos,mas ter a liberdade para discuti-los.O que vai
acontecer no fim do segundo turno?
Excelente texto! Concordo plenamente. Parabéns Ernesto!
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