domingo, 14 de outubro de 2018

2º Turno


Agora trata-se de algo ainda mais sério:o segundo turno.Vamos pensar em que labirinto ou enrascada o Brasil se meteu: possibilidade de volta de um regime semelhante(não igual)ao de 64,caso o político-militar se eleger(legitimamente).
Independentemente da opinião que se tem do PT ou de Lula,há que raciocinar agora nos termos da democracia brasileira e de nossa nação.Isto deveria ser sempre assim,mas neste momento adquire um significado ainda mais decisivo e dramático.
Não é que o candidato da direita não tenha o direito de se eleger,mas é que ele acha,como seus seguidores,que existe uma identificação entre eles e o Brasil,coisa que não procede.
A realidade social e sociológica de cada país não a  identifica  com nenhum programa político,mesmo que trans-histórico.A realidade é mutável,complexa,inabarcável por qualquer discurso.
Se nós observarmos esta situação atual,o índice de rejeição dos candidatos é imenso,sem falar nos votos brancos e nulos. A legitimação destes candidatos é mínima e como falar ,diante disto,em identidade nacional,em um candidato que represente de fato o Brasil?
Ocorre que com os erros da esquerda,que jogaram a classe média contra ela,esta identificação está sendo feita e admitida.O medo ao “ comunismo” açulou os instintos de defesa da média ética brasileira,mas é preciso ver que para além disto existem os fundamentos da nação,os fundamentos políticos e institucionais do país:laicismo,representação,república,liberdade de pensamento,nação.
Infelizmente ao lado da legitimidade eleitoral de Bolsonaro dorme sob a casca do ovo o mesmo problema que havia no governo Dilma:o presidente eleito é só uma fachada para outros interesses.
Assim como Dilma não tinha autonomia,Bolsonaro parece não ter em relação a seu vice.Muitas pessoas inventam as estórias mais bizarras sobre o atentado à Bolsonaro,girando em torno da suposta anuência dele.O que promove estas bizarrias é esta ambiguidade do candidato à Presidente em face da fala do vice.Este (aparente)vácuo de autoridade permite esta morbidez geral.Esta violência geral.
Eu já revelei as minhas posições aqui,os meus fundamentos teóricos ,mas tudo isto não (me)autoriza ser anti-comunista.Eu sou nacional,sem nacionalismo,laico e não ateísta,republicano de fato,para além dos regimes(Montesquieu),de esquerda mas não comunista.Nao é que eu queira que estes valores sejam hegemônicos,mas ter a liberdade para discuti-los.O que vai acontecer no fim do segundo turno?

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