A vitória
confirmada de Bolsonaro é um feito histórico ,uma vez que desde Nilo Peçanha,em
1909,nenhum político genuinamente do Rio de Janeiro,com vida política
construída aqui,tinha chegado à Presidência da República,nem Carlos Lacerda.
Sonhei
com a oportunidade,durante minha vida,de
que o Rio superasse esta barreira através da cultura,através do esporte,quando
Romário se elegeu ,e talvez pela solução do problema da violência.
Ao invés,
chegamos lá,cariocas e fluminenses,com um candidato representativo da ditadura
militar,alguém revanchista pela direita,cujo ídolo é um torturador e expressão
mental da bancada da bala.Isso sem falar das relações ilegítimas com a
religião,que usa a crença legítima para
obter dividendos políticos
eleitorais e financeiros,como já tenho
explicado aqui sobejamente.
Todas as tendências
retrógradas se uniram nesta candidatura vitoriosa.Mesmo no plano econômico,a economia
de mercado,que causou a crise do
subprime em 2008,participa deste caldeirão horrendo,desta missa macabra.Nós
ficamos no meio desta gangorra entre o mercado desbragado e o assistencialismo de
esquerda.O marisco,o povo brasileiro,que cometeu este erro,fica,como sempre,no
meio.
Há ainda
um problema subjacente a esta vitória:determinados grupos em volta destas
tendências politico-religiosas citadas e que,no meu entender,têm a ver com o
atentado a Bolsonaro e à Marielle,estão criando falsas situações de conflito
para percorrer caminho idêntico ao golpe de 1964.Muita gente está dizendo que
estamos voltando a este ano,mas na minha opinião estamos em 67/68.64 foi um
golpe latino-americano típico que recrudesceu em 68 não só pelos erros da
esquerda,mas principalmente pelos interesses de baixo com a ditadura articulados
que forçaram a linha dura a imperar.
Embora
não haja golpe,agora(Bolsonaro foi eleito)uma situação semelhante a 67/68 é
mais clara do que o período subsequente à subida do Marechal Castelo Branco.
Estes
grupos referidos,as milícias,o bicho,a bancada da bala,estão forçando os militares,através
de atitudes provocativas e desatinadas,a endurecer,no afã de garantir de plano
e mais duradouramente os seus objetivos de lotear o Brasil.
Dependendo
dele Bolsonaro pode se tonar um Castelo ou um Costa e Silva,mas ele é mais
perigosamente 68 do que 64.
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