Uma
das razões porque digo que a direita e o marxismo são iguais ou
semelhantes é que ambos reduzem tudo à economia,ao mercado.
Engels
,uma vez,no Anti-Durinhg,defendeu Marx de economicismo,diante da
acusação de um certo Mihailov.Hoje eu concordo com Mihailov:para
além da economia e associados a ela estão valores,comportamentos
que possuem uma influência sobre a economia,não notada por
Marx.Quem primeiro identificou este fato em Marx foi o neo-hegeliano
Benedeto Croce,criticando o marxista italiano Antonio Labriola.
Para
Croce não haveria(e não há)relação entre ciência e
axiologia.Marx,segundo ele,encontra uma justificativa axiológica na
ciência econômica,na exploração.Mas Croce afirma que a ciência é
uma coisa e a axiologia outra.As categorias econômicas não
exploram,mas o homem,as relações sociais e politicas.Se as relaçõe
sociais e politcas são ,em certo momento,econômicas poder-se-ia
pensar que Marx tem razão,mas o que está dito aqui é que ,como em
toda axiologia,há uma hierarquia,em que ela precede e comanda a
dialética,a relação entre supsotos termos iguais.
Parafraseando
Croce digo que o que faz a junção em Marx é a dialética.Se a
economia,como tudo,obedece à dialética ela expressa em si,como
ciência, o processo de desenvolvimento histórico em direção ao
comunismo.Como não há dialética então a economia é uma coisa ,as
decisões dos homens outra.Não é que não haja
exploração,injustiças,mas são duas mediações diferentes.
De
outro lado a ciência,como a ciência econômica,sendo um saber
social,não é dissociado da sociedade,da nação,dos valores e até
da psicologia,que,como vemos todos os dias, influenciam-na.
A
afirmação de Engels de que a economia só em ultima instância
explica a sociedade não adianta nada se não se reconhecer que a
sociedade é tudo isto ,é cultura, e que esta toca a economia,não o
contrário.
Assim
sendo é a sociedade que orienta e define a economia.A civilização
a define,não o contrário.
O
liberalismo econômico e o marxismo erram ao querer moldar a nação
pela economia,quando é o contrário.As soluções da economia
começam quando a nação se entende,quando os atores sociais são
homogêneos e sabem o que querem.
Por
isto tenho um grande respeito pela figura politica e profissional de
Itamar Franco que submeteu a questão da inflação a um critério
nacional e politico,que,afinal,acabou por diminuí-la.
Aqueles
que leram o meu artigo “O que é o Brasil”,se lembram deste
esquema abaixo:
Nele
eu colocava em circulos e intersecções,resumidamente ,o que penso
ser o Brasil.Agora posso complementar e acabar com este diagrama.
Só
que desta vez um circulo cobre estes circulos e intersecções e se
chama república/nação/sociedade.
A
economia é apenas um pequeno pedaço do processo social todo.A
harmonização democrática e consensual dos setores da
sociedade,representados nos circulos interiores,é que serve de base
para a solução dos problemas econômicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário